O QUE É A PRÓSTATA?
A próstata é uma glândula (por isso é também chamada de glândula prostática) com forma arredondada, que possui em média 3 cm de altura, 4 cm de comprimento e 2 cm de largura, totalizando um volume de aproximadamente 15 a 20 gramas.
Localização da próstata
A glândula prostática fica localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto (porção final do intestino grosso). Colada à próstata também ficam as vesículas seminais, órgãos responsáveis pela produção de parte do líquido presente no esperma.
Por dentro da próstata passa a uretra, canal que drena a urina da bexiga em direção ao pênis. Também por dentro passam os vasos deferentes, que são os canais que trazem os espermatozoides produzidos pelos testículos. Os vasos deferentes desembocam na uretra no interior da próstata.
QUAL É A FUNÇÃO DA PRÓSTATA?
A principal função da próstata é produzir uma secreção que sirva de proteção para os espermatozoides. O líquido prostático corresponde a cerca de 30% do volume do esperma ejaculado; é ele quem dá ao esperma a sua aparência leitosa.
QUAIS SÃO AS DOENÇAS MAIS COMUNS DA PRÓSTATA?
– Hiperplasia benigna da próstata (HBP)
Um dos grandes problemas da glândula prostática é a sua tendência a crescer com o passar dos anos, principalmente após os 40 anos. O aumento da próstata recebe o nome de hiperplasia benigna da próstata.
A hiperplasia benigna da próstata é tão comum que acomete metade dos homens com mais de 50 anos e mais de 80% dos homens com mais de 80 naos de idade.
A HBP tem como principal complicação a obstrução à passagem de urina.
– Cancro da próstata
Outra doença comum da glândula prostática é o cancro de próstata. O adenocarcinoma da próstata é o cancro mais comum no sexo masculino, presente em até 80% dos homens que chegam aos 80 anos de idade.
É um tumor que costuma ser indolente, crescendo lentamente, podendo permanecer assintomático por vários anos.
– Prostatite
A prostatite é uma doença causada pela inflamação da próstata. A prostatite aguda, que é a forma mais comum de prostatite, é um quadro inflamatório normalmente causado por uma infeção bacteriana.
A prostatite aguda pode ocorrer tanto em homens jovens quanto em idosos e os seus principais sintomas são a febre, dor para urinar e dor na região pélvica.
EXAMES DA PRÓSTATA
Existem quatro importantes exames para avaliar a próstata. O mais simples é o toque retal. Como a glândula prostática fica colada ao reto, através do toque retal é possível palpá-la, podendo-se obter informações sobre o seu tamanho e formato.
Outro exame simples é a dosagem sanguínea do PSA, uma enzima produzida pela próstata, que costuma estar aumentada nas doenças, principalmente no cancro e na prostatite.
A ultrassonografia da próstata é um exame de imagem útil para se avaliar o tamanho da mesma e a presença de nódulos suspeitos. Quando o ultrassom é feito pela via retal, a eficácia do exame é muito maior, sendo esta a forma ideal de se realizar uma ultrassonografia prostática.
Por fim, há a biópsia da próstata, que é o procedimento realizado quando há suspeitas de tumores.
PODEMOS VIVER SEM A PRÓSTATA?
Sim, a próstata não é um órgão essencial à vida. Na verdade, nas pessoas idosas, que já não pretendem mais ter filhos, a próstata não tem função, servindo apenas como fonte de problemas.
A grande questão é que a remoção da próstata não é um procedimento livre de complicações. Entre as mais comuns estão a impotência sexual e a incontinência urinária.
HIPERPLASIA BENIGNA DA PRÓSTATA
A hiperplasia benigna da próstata é uma formação não cancerosa (benigna) desta glândula.
A hiperplasia benigna da próstata é frequente a partir dos 50 anos. A causa é desconhecida, mas pode ter a ver com as alterações nos valores hormonais que se verificam com o envelhecimento. A próstata é uma glândula que rodeia a uretra e, se crescer, pode estreitá-la gradualmente. Com o passar do tempo, o fluxo de urina pode ficar obstruído. Como resultado, os músculos da bexiga tornam-se mais grossos e fortes para poderem empurrar a urina para fora. No entanto, quando um indivíduo com hiperplasia benigna da próstata urina, a bexiga pode não se esvaziar por completo. Como consequência, a urina é retida, ficando o indivíduo exposto a infeções e à formação de cálculos.
Quais são os sintomas?
Ao princípio, o doente pode ter dificuldades ao começar a urinar. Também pode sentir que a descarga de urina foi incompleta. Como a bexiga não se despeja por completo em cada micção, tem de urinar com maior frequência, sobretudo à noite (nictúria) e a necessidade torna-se cada vez mais imperiosa.
Algumas pequenas veias da uretra e da bexiga podem rebentar quando o paciente se esforça por urinar e isso faz com que apareça sangue na urina.
As infeções da bexiga podem provocar uma sensação de ardor durante a micção e também febre.
Qual o tratamento?
Os sintomas podem ser aliviados com fármacos alfa-adrenérgicos que relaxam os músculos da saída da bexiga, como a terazosina e a doxazosina.
A cirurgia é a opção que mais alivia os sintomas. O procedimento mais frequente é a ressecção transuretral da próstata, segundo a qual o médico introduz um endoscópio até à uretra e elimina parte da próstata. Este procedimento não requer uma incisão cirúrgica e, em geral, administra-se um anestésico injetando-o na coluna vertebral.
CANCRO DA PRÓSTATA
O cancro da próstata é extremamente frequente, ainda que a sua causa exata seja desconhecida. Quando se examina ao microscópio o tecido prostático obtido numa intervenção cirúrgica ou numa autópsia, encontra-se cancro em 50 % dos homens com mais de 70 anos e praticamente em todos com mais de 90. A maioria destes cancros nunca manifesta sintomas porque crescem muito lentamente.
Quais os sintomas?
Geralmente, o cancro da próstata cresce lentamente e não manifesta sintomas, a menos que se encontre em estado avançado. Por vezes os sintomas parecem semelhantes aos da hiperplasia benigna da próstata, incluindo a dificuldade em urinar e a necessidade de o fazer com frequência. Estes sintomas surgem porque o cancro bloqueia parcialmente o fluxo pela uretra. Mais tarde, o cancro da próstata pode provocar urina com sangue ou uma retenção urinária súbita.
Em alguns casos, o cancro da próstata não se diagnostica até se ter espalhado (metástases) até ao osso (tipicamente a pelve, as costelas e as vértebras) ou aos rins, provocando insuficiência renal.
Como se faz o diagnóstico?
A melhor forma de o investigar é fazer um exame rectal com o dedo e uma análise ao sangue uma vez por ano. Durante o exame rectal, o médico palpa a próstata. Se a pessoa tiver cancro, o médico apercebe-se de um nódulo.
Qual o tratamento?
O tratamento pode afetar gravemente a forma de vida da pessoa. A grande cirurgia, a radioterapia e os fármacos contra o cancro da próstata costumam provocar impotência e podem provocar incontinência. O tratamento proporciona menos vantagens aos homens com mais de 70 anos do que aos mais jovens, pois os mais velhos têm mais probabilidades de morrer devido a outras causas.
O cancro da próstata metastático avançado não se cura, mas os sintomas podem ser aliviados. Como muitos cancros da próstata dependem dos valores de testosterona que a pessoa tenha, os tratamentos que bloqueiam os efeitos desta hormona podem reduzir o crescimento dos tumores. Aproximadamente 80 % dos homens que sofrem de cancro da próstata manifestam uma resposta positiva ao tratamento que bloqueia os referidos efeitos.
Quais são os sintomas urinários obstrutivos?
– Dificuldade em iniciar a micção
– Jato mais fino, fraco, curto e, por vezes, interrompido
– Gotejo terminal
– Esforço para urinar
Sintomas urinários irritativos?
– Necessidade de urinar com mais frequência
– Levantar-se várias vezes de noite para urinar
– Sentir urgência em urinar
– Ter perdas de urina
PROSTATITE
A prostatite é uma inflamação da próstata.
Em geral, a prostatite não se deve a uma infeção que se possa identificar, mas, por vezes, uma infeção bacteriana estende-se até à próstata, a partir do trato urinário.
A infeção da próstata provoca dor na virilha, entre o pénis e o ânus e na parte inferior das costas, bem como calafrios e febre. O doente também pode precisar de urinar com frequência e de forma imperiosa e pode aparecer sangue na urina. A infeção bacteriana pode estender-se ao escroto, provocando intenso mal-estar, edema e dor muito forte quando se toca na zona afetada. Pode-se, inclusivamente, experimentar impotência devido à dor.
A prostatite também pode ser o resultado de infecções por fungos, vírus e protozoários.
Atualmente divide-se as prostatites em quatro grupos:
I- Prostatite aguda
II- Prostatite bacteriana crónica
III- Prostatite não bacteriana crónica ou Síndrome da dor pélvica crónica
(IIIa. inflamatória / IIIb. não inflamatória)
IV- Prostatite inflamatória assintomática
Algumas questões frequentes:
– Homens jovens podem ter cancro da próstata?
Sim, mas o risco é muito baixo. Na verdade o cancro da próstata é um dos que apresentam relação mais forte com a idade entre todos os tipos de cancro. Enquanto que apenas 2% dos homens de 30 anos têm cancro de próstata, entre os acima de 80 anos, esta taxa chega a ultrapassar os 70%.
– Com que idade recomenda-se iniciar exames de prevenção do cancro de próstata?
Apesar de nos últimos anos a eficácia do rastreio para cancro da próstata ser cada vez mais questionada, atualmente ainda indica-se que homens a partir dos 50 anos comecem a discutir com o seu urologista a necessidade destes exames. Em pacientes com forte histórico familiar, o rastreio pode ser iniciado aos 40 anos.
– Sexo anal aumenta o risco de cancro da próstata?
Não, não há nenhuma relação.
– A prostatite pode causar infertilidade?
Apesar de inúmeros estudos, a relação entre prostatite e infertilidade ainda permanece como fonte de muita discussão. Os estudos apontam que, na prostatite bacteriana crónica, as células reprodutivas não são expostas a uma quantidade de bactérias suficiente para causar dano direto a elas; muitos médicos, no entanto, acreditam que as disfunções na produção do líquido prostático que acompanham a prostatite bacteriana crónica levam a efeitos nocivos às células reprodutivas, o que leva à infertilidade.