O que é o enfarte agudo do miocárdio (EAM)?

O Enfarte Agudo do Miocárdio é a morte de parte do músculo cardíaco (miocárdio) que ocorre de forma rápida devido à obstrução do fluxo sanguíneo das artérias coronárias. A causa mais comum de EAM é a obstrução das artérias coronárias por aterosclerose e trombo/coágulo. O tratamento é tanto mais eficaz quanto mais precoce, devendo ser iniciado nas primeiras duas horas após o início dos sintomas.

O enfarte agudo do miocárdio, mais vulgarmente conhecido por “ataque cardíaco” resulta geralmente da lesão do músculo cardíaco subsequente à obstrução de uma artéria coronária. É atualmente uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos e a sua incidência poderá ser significativamente diminuída se forem implementadas medidas preventivas, nomeadamente na mudança de estilos de vida.

 

Quem pode ter um Enfarte Agudo do Miocárdio?

Todos podemos ter doença das artérias e do coração. A probabilidade de ter um EAM aumenta com a presença de determinados fatores de risco:

– diabetes mellitus

– hipertensão arterial

– aumento de colesterol no sangue

– tabagismo

– obesidade

– história familiar de doença coronária

– idade avançada

 

Quais são os sinais de alerta (sinais e sintomas) do Enfarte Agudo do Miocárdio?

A queixa clássica de EAM é a dor no centro do peito em peso, aperto, pressão ou ardor que:

F Pode estender-se aos braços (principalmente braço esquerdo), pescoço e costas;

F Dura habitualmente mais de 30 minutos;

F Pode associar-se a transpiração abundante, falta de ar, enjoo ou tonturas. Sempre que estes sintomas ocorrerem, separados ou em conjunto, procure ajuda.

 

Quais os fatores de risco?

Existem vários fatores que contribuem para que este processo se dê de forma mais acelerada e que são, portanto, considerados como fatores de risco. Alguns destes são constitucionais e não podem ser modificados como o sexo masculino, a idade (o risco aumenta em homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55 anos ou após a menopausa) e a história familiar (o risco aumenta se há história de uma manifestação de doença coronária no pai ou um irmão antes dos 55 anos ou na mãe ou uma irmã antes dos 65 anos).

 

Como se diagnostica o enfarte do miocárdio?

Perante sintomas sugestivos de um enfarte do miocárdio, é essencial recorrer de imediato a um hospital. Quando mais tempo passar menores serão as possibilidades de recuperação.

O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica, no eletrocardiograma e análises ao sangue.

Poderão ser solicitados exames adicionais, como uma radiografia ao tórax, ecocardiograma ou um cateterismo cardíaco.

 

Como se procede em relação ao tratamento?

O electrocardiograma é um exame complementar muito útil para orientação do tratamento já que as alterações encontradas têm boa correlação com a persistência de oclusão da artéria.

O tratamento precoce pode limitar ou mesmo prevenir a lesão do músculo cardíaco. No enfarte agudo do miocárdio quanto menos tempo demorar a procurar ajuda mais músculo cardíaco poupa!

Alguns tratamentos devem ser iniciados imediatamente quando se suspeita de um enfarte do miocárdio, mesmo antes do diagnóstico ser confirmado. Estes incluem:

– oxigénio, embora a sua utilização nem sempre seja necessária;

– aspirina (250 mg mastigados, o que equivale a metade de um comprimido de Aspirina®), importante para prevenir a formação de mais coágulos, conseguindo reduzir a mortalidade no enfarte;

– nitratos (nitroglicerina ou dinitrato de isossorbido, sublingual, até 3 comprimidos com espaço de 5 minutos entre eles) para reduzir o trabalho cardíaco e melhorar o fluxo sanguíneo;

– morfina (endovenosa) para tratar a dor e reduzir a ansiedade associada ao enfarte.

 

O que é CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA?

A cirurgia de revascularização miocárdica, também designada por cirurgia de bypass das artérias coronárias, é utilizada para melhorar e restabelecer o fluxo sanguíneo do coração nos doentes com doença grave das artérias coronárias. Isso é conseguido através da utilização de uma artéria saudável, mais frequentemente a artéria mamária interna, que se localiza atrás do osso do peito, designado por esterno. Outras pontes podem ser construídas utilizando veias da perna (veias safenas) ou uma artéria do punho (artéria radial). Estas veias e artérias permitem estabelecer uma ponte, contornando o local de obstrução da artéria coronária, criando assim um novo trajecto que permita a chegada ao músculo do coração do sangue rico em oxigénio. Idealmente, e sempre que possível, opta-se por fazer bypass com artérias, porque têm maior taxa de sucesso.

 

Como prevenir o Enfarte Agudo do Miocárdio?

Adote um estilo de vida saudável, com uma alimentação variada, rica em vegetais, peixe, fruta e pobre em gorduras e açúcares.

Combata os fatores de risco:

é Não fume;

é Pratique atividade física (pelo menos 30 minutos de marcha por dia);

é Mantenha um peso adequado normal para a sua altura;

é Evite a obesidade;

é Controle periodicamente: – a tensão arterial; – peso/perimetro abdominal; – glicemia (açucar no sangue); – colesterol.

é Vá ao médico com regularidade e cumpra a medicação prescrita.