Incontinência urinária na mulher

A incontinência urinária da mulher acontece porque a bexiga e o seu orifício de saída são controlados por um grupo de músculos, chamados músculos do pavimento pélvico, os quais contribuem para manter a bexiga encerrada. Se estes músculos ficam debilitados e perdem flexibilidade, actividades tão banais como espirrar, podem causar perda de urina.

Incontinência urinária no homem

No caso do homem, a incontinência mais comum manifesta-se por gotejamento contínuo. A causa mais frequente é o aumento do tamanho da próstata que impede a passagem de urina, durante a micção. Como consequência, a bexiga nunca se esvazia completamente. Numa fase pós cirurgia à próstata, a bexiga pode ficar debilitada, contudo, normalmente volta a recuperar passados alguns meses. A obesidade também pode provocar perdas involuntárias de urina, dado que aumenta a pressão nos músculos pélvicos e abdominais.

Incontinência urinária na criança

Não existe uma consonância sobre a definição, prevalência e severidade da incontinência urinária na criança. Quando o desenvolvimento do sistema nervoso é normal, as crianças deixam de ser incontinentes por volta dos três anos. “Molhar a cama” não tem de significar um problema de saúde. Estima-se que aproximadamente 5% das crianças de 5 anos molham a cama, sendo mais frequente em rapazes. Causas frequentes de incontinência urinária são as infecções urinárias de repetição ou malformações do tracto urogenital. Exceptuando casos como a incontinência urinária de etiologia neurológica, que requer uma abordagem específica, muitas das causas revertem expontaneamente.

Como se trata?

Existem várias formas de tratamento para a incontinência urinária. Para além do tratamento farmacológico e cirúrgico, a reeducação pélvica pode desempenhar também  um importante papel no tratamento. Através de diversas técnicas, permite um fortalecimento eficaz dos músculos do períneo, para além de não ser invasiva e não ter efeitos secundários.

Como se manifesta?

A incontinência urinária pode manifestar-se em qualquer idade, mas as causas tendem a ser diferentes dependendo desta. A incidência global da incontinência urinária aumenta progressivamente com a idade. Aproximadamente uma em cada três pessoas de idade avançada tem problemas em controlar a sua bexiga; as mulheres têm o dobro de probabilidades dos homens em se verem afectadas. A incontinência urinária pode ser um motivo para internar pessoas de idade avançada e contribui para o desenvolvimento de feridas provocadas por pressão (úlceras por pressão), de infecções do rim e da bexiga e de depressão. A incontinência urinária também cria situações embaraçosas e frustração.

Os rins produzem constantemente urina, a qual flui através de dois compridos tubos (os ureteres) para a bexiga, onde é armazenada. A parte mais baixa da bexiga (o colo) está rodeada por um músculo (o esfíncter urinário) que permanece contraído para fechar o canal que transporta a urina para fora do corpo (a uretra), de maneira que se retenha a urina na bexiga até que esteja cheia. Nesse momento, as mensagens que saem da bexiga vão ao longo dos nervos até à espinal medula, para depois chegarem ao cérebro; assim, a pessoa toma consciência da urgência de urinar. Então ela pode decidir consciente e voluntariamente expulsar a urina da bexiga ou não. Quando se toma a decisão de urinar, o músculo do esfíncter relaxa-se, deixando que a urina flua através da uretra ao mesmo tempo que os músculos da bexiga se contraem para empurrar a urina para fora. Esta força de impulsão pode ser aumentada contraindo os músculos da parede abdominal e da base da pélvis, visto que se aumenta a pressão sobre a bexiga.

Causas e tipos

Incontinência por urgência: Desejo urgente de urinar seguido de uma perda incontrolável de urina, não havendo tempo de chegar à casa de banho. Uma mulher pode ter este quadro pela própria incontinência por urgência ou porque, além disso, se acrescentam graus variáveis de incontinência provocada por stress (incontinência mista). A causa mais frequente de aparecimento brusco é uma infecção das vias urinárias. Contudo, a incontinência por urgência sem infecção é o tipo mais frequente de incontinência nas pessoas de idade avançada e, muitas vezes, não se conhece a causa com exactidão. As causas mais habituais nas pessoas de idade avançada são uma hiperatividade da bexiga e certas perturbações neurológicas, como a apoplexia e a demência, que interferem com a capacidade do cérebro para travar a bexiga.

Incontinência por esforço: Perda incontrolável de urina ao tossir, fazer esforços, espirrar, levantar objectos pesados ou executar qualquer manobra que aumente bruscamente a pressão dentro do abdómen. A incontinência provocada por esforço é o tipo mais frequente de incontinência nas mulheres. Por vezes as causas são as alterações produzidas na uretra em resultado de um parto ou de uma cirurgia pélvica. Nos homens, a incontinência por esforço pode aparecer depois da extirpação da próstata (prostatectomia, ressecção transuretral da próstata) quando se lesa a parte superior da uretra ou o colo da bexiga.

Incontinência por extravasamento: Fuga incontrolada de pequenas quantidades de urina estando a bexiga cheia. A fuga ocorre quando a bexiga está dilatada e insensível devido à retenção crónica da urina. A pressão na bexiga aumenta tanto que perde gotas de urina. Durante um exame clínico, muitas vezes o médico pode palpar a bexiga cheia.

Diagnóstico

As pessoas tendem frequentemente a conviver com a incontinência sem procurar ajuda profissional: ou porque se sentem receosas ou têm vergonha de falar do problema com o seu médico; ou porque pensam, incorretamente, que a incontinência é uma consequência normal do envelhecimento. E, contudo, muitos casos de incontinência podem ser curados ou controlados, especialmente quando o tratamento se inicia imediatamente.

Em geral, pode-se descobrir a causa e desenvolver um plano de tratamento depois de o médico ter interrogado a pessoa sobre os antecedentes do problema e ter efectuado um exame clínico. Pode-se também fazer uma análise à urina para afastar uma possível infecção. A quantidade de urina que fica na bexiga depois de urinar (urina residual) é muitas vezes medida através de uma ecografia ou de uma algaliação urinária (colocando um pequeno tubo denominado algália ou sonda no interior da bexiga). Um grande volume de urina residual indica uma obstrução ou um problema dos nervos ou dos músculos da bexiga.

Por vezes, pode ser necessário realizar exames especiais durante a micção (avaliação urodinâmica). Estes exames medem a pressão da bexiga em repouso e quando se enche; são particularmente úteis na incontinência crónica.