A epilepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada pela existência de crises epilépticas recorrentes, não provocadas. As crises epilépticas traduzem uma descarga eléctrica anormal e excessiva no nosso cérebro, manifestando-se com alterações clínicas motoras e não motoras. As manifestações clínicas das crises epilépticas são variáveis em função das diferentes partes do cérebro envolvido nessa descarga. No entanto, a epilepsia não são apenas as crises epilépticas, pelo que, entre as crises, podem também existir alterações em várias esferas, nomeadamente cognitivas, comportamentais, psicológicas, sociais.
Por variadas razões a epilepsia e os doentes com epilepsia sempre se têm situado na zona de penumbra.
Como posso reconhecer uma crise epiléptica?
Existem vários tipos de crises epilépticas. Habitualmente as crises são facilmente reconhecidas pelos pais. Dependendo do tipo de crises, pode haver um ou mais dos seguintes sinais:
– Olhar fixo (5-10 segundos), sem resposta à estimulação;
– Perda súbita da força muscular com queda;
– Pestanejo rápido ou revulsão ocular;
– Movimentos da boca (mastigação) ou da face;
– Movimentos rítmicos (“estrebuchar”) de todo ou parte do corpo;
– Perda de urina / fezes;
– Mordedura língua / bochecha;
– Perda de consciência com queda;
– Comportamento confuso, sem objectivo
Que factores podem contribuir para desencadear as crises?
Embora a maioria das crises não tenha factores desencadeantes identificáveis, algumas situações podem aumentar o risco de sofrer crises, com o sejam:
– Falha de toma de medicação;
– Estímulos luminosos;
– Febre / Infecções;
– Consumo de álcool;
– Cansaço físico e mental / stress;
– Sons bruscos;
– Privação de sono;
– Alterações menstruais
Quando os medicamentos não são eficazes, podem ser equacionadas alternativas como a dieta cetogénica ou a cirurgia:
– Dieta Cetogénica – A dieta cetogénica recorre a uma elevada porção de gordura, poucas proteínas e hidratos de carbono e uma supressão total do açúcar. Esta dieta cria um estado metabólico denominado “cetose”, que parece reduzir as crises de epilepsia.
– Cirurgia – A cirurgia tem como objetivo a remoção das áreas cerebrais responsáveis pelas descargas elétricas ou a interrupção da transmissão do sinal elétrico.
A estimulação do nervo vago é feita mediante um pequeno dispositivo implementado cirurgicamente sob a pele, mesmo debaixo da clavícula, e permite dessincronizar a atividade convulsiva no cérebro.