O Papilomavírus Humano não escolhe idades, nem género e é o principal responsável pelo Cancro do Colo do Útero. Na maioria das vezes, a infeção pelo vírus não apresenta qualquer sintoma e, mesmo quando a doença já está instalada, pode permanecer assintomática. Na europa, surgem todos os anos 60 mil casos de cancro do colo do útero e 30 mil destes casos são fatais. Em Portugal, surgem todos os anos cerca de 1.000 novos casos, pelo que a prevenção contra o HPV continua a ser forma mais eficaz de combater os números. De 22 a 28 de Janeiro assinala-se a Semana Europeia do Cancro do Colo do Útero.
Existem mais de 120 tipos de HPV, dos quais 40 afetam preferencialmente os órgãos genitais – vulva, vagina, colo do útero, pénis e ânus. Dividem-se em tipos de alto e baixo risco, em função das doenças que causam. Nos HPV de alto risco, incluem-se os tipos 16 e 18, que são responsáveis por 75% das lesões mais graves – carcinomas. Nos HPV de baixo risco, estão incluídos os tipos 6 e 11, responsáveis pela maioria das doenças benignas provocas pelo HPV, sendo as mais frequentes os condilomas ou verrugas genitais. Importa, por isso, reforçar que o vírus afeta tanto homens como mulheres, pelo que se estima que cerca de 80% da população sexualmente ativa tenha contacto com o vírus em alguma altura da vida. Na maioria dos casos, a infeção pelo HPV desaparece espontaneamente ao fim de 1 a 2 anos. Nos casos em que não é eliminado, a infeção pode progredir e não é possível prever quem irá desenvolver a doença e como.
O HPV é a infeção sexual mais frequente do mundo – qualquer pessoa que tenha atualmente ou já tenha tido relações pode ter contraído a infeção por HPV, que é o considerado o 2º carcinogéneo mais relevante, a seguir ao tabaco. Atualmente, cerca de 20% das mulheres portuguesas, entre os 18 e os 64 anos, estão infetadas pelo HPV, pelo que se torna crucial falar de prevenção.
Sobre o HPV:
Cerca de 80% das pessoas são, em algum momento ao longo da sua vida, infetadas pelo vírus;
A grande maioria destas infeções regride sem necessidade de tratamento, mas, em 10% destes casos, a infeção torna-se persistente, o que é uma das condições para o desenvolvimento do cancro do Colo do Útero;
Transmite-se muito facilmente durante o contaco sexual, genital ou oral;
Associados ao HPV estão também associados cancros como o do ânus, da vulva, do pénis, vagina, orofaringe e da cabeça e pescoço e o aparecimento de verrugas e condilomas genitais;
A infeção pelo HPV é assintomática por isso o rastreio é essencial – qualquer pessoa sexualmente ativa pode estar infetada e infetar o seu parceiro sem saber.
O HPV pertence a uma família de vírus muito comuns que causam infeções nas mucosas humanas (colo do útero, vagina, cavidade oral, ânus) e que se divide em 2 grandes grupos:
• HPV de baixo risco, responsáveis por exemplo pelo aparecimento de verrugas;
• HPV de alto risco, assim classificados porque podem causar o cancro do colo do útero.
Há 14 tipos de HPV de alto risco. Destes, os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de cancro do colo do útero.
Calcula-se que 4 em cada 5 mulheres são expostas ao vírus em algum momento da sua vida.
Em termos de prevenção:
O uso de preservativo previne a transmissão do vírus, mas apenas em 70% dos casos, pois não recobre todas as áreas de contato sexual.
A forma mais eficaz de proteção é associar a vacinação ao rastreio;
As mulheres devem fazer rastreios regularmente para despiste ou diagnóstico de complicações oncológicas.
Em Portugal, a vacina nonavalente tem potencial para prevenir 97% dos casos de cancro do colo do útero. Permite reduzir o risco de infeção persistente, mesmo em pessoas sexualmente ativas e já tratadas a lesões causadas pelo vírus.
A eficácia da vacina está comprovada em homens e mulheres entre os 9 e os 45 anos, mas não existe idade limite para a vacinação.
A prevenção através do rastreio regular (teste de HPV e/ou citologia) é fundamental para evitar o cancro do colo do útero.
Sobre o Cancro do Colo do Útero
Tem sempre na sua origem a infeção pelo HPV de alto risco, sendo o vírus a principal causa deste tipo de cancro;
Se as lesões por HPV não forem diagnosticadas e tratadas em tempo útil, podem progredir para o cancro, ao fim de alguns anos (10, em média) e nessa altura aparecem os sintomas. Quando o tumor se desenvolve, vai expandir-se progressivamente e nessa altura podem surgir sintomas (perdas de sangue durante as relações sexuais, corrimento abundante com ou sem sangue mas de cheiro intenso, perdas de sangue espontâneas).