O segundo maior carrilhão itinerante do mundo vai dar música pelo país.
É um estrutura com 63 sinos e 15 toneladas custou 350 mil euros e funciona num camião.
A família Elias, de Constância, é a autora do projeto.
Os carrilhões são estruturas complexas e com custos de instalação bastante elevados. Talvez por isso, Portugal não tem muita tradição neste domínio. Depois do carrilhão do Convento de Mafra (século XVIII) e do carrilhão da Torre dos Clérigos no Porto, foi já em meados da década passada que a nova Igreja dos Pastorinhos de Alverca foi dotada com o terceiro carrilhão português.
Por detrás dessa opção esteve, já nessa altura, a família Elias, residente nesta cidade ribatejana. As duas filhas de Alberto Elias, Ana e Sara, tinham feito formação superior em carrilhão na Bélgica e a sua disponibilidade ajudou a desenvolver a ideia.
No passado mês de Maio, o “Lvsitanus” passou, finalmente, a fronteira vindo da Holanda e entrou em Portugal instalado num camião conduzido por Alberto e por Ana Elias.
A receção, em Marvão, foi festiva e emocionada, mais ainda porque a primeira peça tocada pelo primeiro carrilhão itinerante português foi exactamente o hino nacional.
São 63 sinos com um peso bruto total de 15 toneladas. O maior, com 1, 40 metros e cerca de 1300 quilos, permite tocar os sons mais graves e interpretar quase todas as peças escritas para carrilhão. A sua dimensão ajuda, também, a que este “Lvsitanos” seja considerado o segundo maior carrilhão itinerante do mundo.
Em Constância está instalada a sede da associação CICO (Centro Internacional do Carrilhão e do Órgão.)
“Foi muito duro e foi preciso, muitas vezes, remar contra a maré. Houve alturas em que a vontade era desistir, porque as contrariedades foram muitas. Mas conseguimos e é muito bonito agora podermos dizer presente”, conta Ana Elias, diretora da CICO, admitindo que este percurso de mais de 10 anos defrontou-se com muitas “incompreensões”, talvez porque as pessoas conhecem pouco as potencialidades dos carrilhões.
“No início, não estávamos a pensar que fosse o segundo, o primeiro ou o terceiro maior do mundo. Desenvolvemos o projeto com o objetivo de permitir uma grande variedade de reportório e depois há um gosto muito especial por estas coisas. O sino grande é que permite fazer as notas graves e permite executar todo o tipo de músicas escritas para carrilhão. É também esse sino com cerca de 1, 4 metros de altura e 1300kg que faz com que este seja o segundo maior carrilhão itinerante do Mundo”, sublinha Ana Elias, frisando que a família sempre acreditou no projeto, apesar das inúmeras dificuldades.