Carlos Paião é uma figura incontornável da música portuguesa e fez este verão 30 anos que o perdemos num trágico acidente de viação. Paião teve uma vida curta e uma carreira ainda mais curta. No entanto, os 10 anos de música que ofereceu aos portugueses foram suficientes para impactar a vida de miúdos e graúdos.

Carlos Manuel Marques Paião nasceu em Coimbra no dia 1 de Novembro de 1957. Formou-se em Medicina mas nunca exerceu, dedicou-se por inteiro à música. Compositor prolífico desde cedo, aos 21 anos já tinha mais de 200 canções escritas. 

Viveu entre Ílhavo, terra natal dos pais, e a zona de Cascais, para onde se mudou aos seis anos de idade.  

 

Teve o primeiro reconhecimento público em Ílhavo, quando venceu o Festival da Canção do Illiabum Clube, em 1978, com o tema “Canto de Guerra”.

 

Em 1979 assinou contrato com a Valentim de Carvalho e apenas dois anos depois, em 1981, venceu o Festival RTP da Canção com o tema “Playback”, uma sátira aos artistas que atuavam sobre uma gravação. Com “Playback” representou Portugal no Eurofestival da Canção realizado, nesse ano, em Dublin, na República da Irlanda.
 

Lançou, ainda em 1981, o single “Pó de Arroz”, um dos temas mais populares e queridos até hoje, e, no ano seguinte, o seu primeiro LP, “Algarismos”. 

 

Em 1983, concorreu novamente ao Festival RTP da Canção com o tema “Vinho do Porto, Vinho de Portugal”, interpretado em dueto com Cândida Branca-Flor.
 

Ainda em 1983, fez outras parcerias na televisão, desta feita com António Sala e Luís Arriaga, na apresentação do programa de variedades “O Foguete”, emitido na RTP. 

 

No ano seguinte, em 1984, colaborou com Herman José no programa “Hermanias” para o qual criou o repertório de uma das figuras mais populares na televisão portuguesa, Serafim Saudade, e o conhecido hino ao futebol “Bámos Lá Cambada”, do personagem Estebes.

 

Além de compositor, Carlos Paião foi um intérprete premiado e um letrista brilhante escrevendo para vários géneros, desde fado, canções ligeiras, humorísticas, a músicas infantis. E vários artistas, de Herman José a Amália Rodrigues.

 

A 26 de Agosto de 1988, a caminho de um espetáculo, Carlos Paião sofreu um violento acidente de viação e faleceu. Os 10 anos de carreira foram o bastante para viver ainda na nossa memória e nas vozes de diferentes gerações de artistas.