O troço entre Borba e Vila Viçosa da Estrada Nacional 255 foi desclassificada em 2005, segundo disse ao DN fonte do ministério do Planeamento e Infraestruturas. Após a construção de uma variante na zona, esta parte da estrada, de pavimento em empedrado, foi passada para a tutela das duas câmaras municipais.
O aluimento ocorreu na zona que está sob administração da Câmara Municipal de Borba. Há quatro anos, a Rádio Campanário noticiava que a estrada 255 corria o risco de ser extinta, por motivos de segurança, “passando a ligação entre as duas localidades a ser feita de forma condicionada”. E citava o presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo, a reconhecer que o problema se colocara já “há 4 ou 5 meses” e que a Direção Regional de Economia estaria na posse de vários estudos alertando para o risco.
A estrada que ruiu entre os concelhos de Borba e de Vila Viçosa, no distrito de Évora, ficava junto a duas pedreiras: uma estava desativada e pertencia à Plácido José Simões S.A. e outra estava ativa e pertencia à A.L.A de Almeida. A derrocada arrastou para debaixo de um poço de água lamacenta dois trabalhadores da A.L.A. de Almeida, que trabalhavam dentro de uma retroescavadora, e pelo menos duas pessoas que seguiam em automóveis nessa estrada.
Há um vídeo do troço que ruiu na página do YouTube da FlyMoments. Esse vídeo mostra como é a exploração de mármore em Borba. As imagens, captadas por drones no distrito de Évora, mostram o poço de água no fundo do buraco de onde se extraem blocos de mármore. Essa pedreira pertence à Plácido José Simões mas, apesar de estar desativada, havia operações de funcionários da A.L.A. de Almeida — a empresa vizinha — com o objetivo de alargar o buraco e fundir duas pedreiras.
Um vídeo mais recente, publicado na rede social Facebook pelo semanário Linhas de Elvas, já mostra como ficou a pedreira depois de a estrada N255 ter desabado arrastando pelo menos quatro pessoas para o fundo. As imagens mostram um buraco de grande profundidade com um poço de água lamacenta no fundo. É debaixo desse poço que estarão as quatro pessoas que a Proteção Civil julga estarem submersas no local. Mas operações de resgate ainda não terão começado porque ainda há aluimento de terras.
O que sucedeu, poderia ter sido “evitado porque, pelo menos há quatro anos, que nós, empresários, propomos à câmara” o corte daquele troço de estrada, a antiga estrada 255, que liga Borba a Vila Viçosa, disse esta terça-feira à agência Lusa José Batanete, empresário do setor.