Para nos desvendar tudo sobre as relações entre pais e filhos, os seus mitos e verdades, recebemos o psicólogo clínico António Norton.

Quando nascem, os bebés têm naturalmente uma preferência pela figura materna. À medida que crescem começam, por vezes, a ter mais afinidade com um ou outro progenitor.

Isto não significa que a relação seja melhor com a mãe, significa sim que é mais intensa. E a intensidade muitas vezes é difícil de ser gerida. Além de passar 9 meses na barriga da mãe, após o nascimento é a mãe com o seu leite materno que nutre o seu filho ou filha e cria uma fortíssima relação.

Filho 

O rapaz, tendencialmente, vai procurar imitar o seu pai e procura-o para explorar a sua natural agressividade.

Vai continuamente disputando a mãe com o seu pai, procurando rivalizar com este. Quer geralmente a mãe só para ele, mas procura o pai para criar uma identificação de género.   

Vários estudos apontam para a importância da relação entre um pai e um filho. Uma boa relação de vinculação com o pai permite criar estratégias para a regulação da agressividade, de forma saudável, contribuindo também para uma boa capacidade de resolver situações que provocam stress.

O estabelecimento de limites, de regras é feito de uma forma gradual. A presença do pai ajuda a desenvolver no filho um controlo saudável da sua expressão emocional.

A investigação aponta para uma ligação causal entre a ausência do pai e o desenvolvimento de filhos agressivos, impulsivos e desregulados emocionalmente.

O pai assume portanto um importante papel de regulador emocional e mediador dos impulsos agressivos do filho.

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Filha

A filha encontra no pai o primeiro homem e vai procurar nele expressar o seu afecto e a sua feminilidade. Será a relação com o seu pai que irá condicionar a sua forma de se relacionar com os homens no plano amoroso e sexual.

O pai vai estimular a protecção e a segurança na filha, geralmente protegendo-a. Durante a infância, geralmente os filhos identificam-se com os pais e as filhas com as mães. São os seus modelos de género.

A mãe incentiva brincadeiras na filha ligadas à simulação de papeis parentais e que desenvolvem a empatia e o cuidar do outro (brincar aos pais e às mães, brincar com bonecas) etc.

Na pré adolescência e viragem para a adolescência esta idealização e procura de imitar os modelos parentais cai quase por completo. Os modelos passam cada vez mais a ser os grupos de pares e não os pais. O pai deixa de ser um modelo para o adolescente rapaz e a mãe deixa de ser uma modelo para a adolescente rapariga.

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