Para nos falar sobre a importância do brincar temos como convidada a Psicóloga Clínica, Inês Afonso Marques.

 

Qual a importância de brincar?

Através do brincar, as crianças mostram o seu interior, diminuem ansiedades, expressam emoções, medos, mostram a forma como compreendem o mundo, fazem perguntas, partilham dúvidas, constroem sentidos… O brincar pode ser considerado inato, ainda que sensível à estimulação, no sentido que a exploração do mundo e a curiosidade são comportamentos que identificamos nos bebés, desde que nascem.

  • Brincar é uma das tarefas da infância com maior responsabilidade no desenvolvimento cognitivo, emocional, social e motor.
  • Através do brincar assiste-se ao desenvolvimento da criatividade, da imaginação, da experimentação de papéis e da compreensão do mundo que rodeia a criança.
  • No jogo simbólico a criança experimenta diferentes papéis, dá forma aos seus pensamentos, ao que observa à sua volta, exprime as suas emoções, interpreta o que acontece consigo e com os que a rodeiam e ensaia comportamentos. Nesse sentido, o brincar, enquanto um processo, tem impacto no corpo, na mente e no espírito.
  • Brincar é por isso essencial, como ter uma rotina para estudar ou tomar banho.

 

Quantas horas por dia é que as crianças devem brincar para ter um crescimento saudável?

A brincadeira começa por ser como um “emprego” das crianças! Não há um número exato que dê resposta a esta pergunta. Em todo o caso, a criança desde tenra idade deverá ter a oportunidade de explorar o mundo das mais variadas formas – com acesso a diversos “meios de exploração”, em diferentes contextos, em diferentes alturas do dia… Pelos motivos acima expostos sobre a importância do brincar.

Deve haver sempre espaço (tempo) para que a brincadeira aconteça, tenha a criança poucos meses de idade, esteja na escola, seja um adolescente ou um adulto.

Há brinquedos e brincadeiras que podem ser transversais a várias idades, adequando apenas o grau de exigência ao nível de desenvolvimento da criança.

 

Sabiam que?

Atualmente a televisão, o telemóvel e o computador, que quando em excesso hipnotizam e condicionam o relacionamento com outras crianças, seja no recreio da escola, seja no campo de futebol ao pé de casa, pelo que é importante estar-se mais atento e sensível ao uso e influência destes fatores para que a socialização saudável continue a ser desenvolvida e proporcionada.

As brincadeiras de hoje são diferentes das dos nossos pais ou avós. As tecnologias vieram acrescentar um leque variado de novas brincadeiras, no entanto, estas devem ser apenas uma via alternativa para a criança brincar.

 

Que tipo de brinquedos e brincadeiras podemos dar aos nossos filhos?

Há brinquedos e brincadeiras que podem ser transversais a um vasto leque de idades, adequando apenas o grau de complexidade ao nível de desenvolvimento da criança.

Puzzles e Construções – desenvolvem a motricidade fina, o raciocínio, capacidade de planeamento, resistência à fadiga e a imaginação.

Papel, lápis e plasticinas – permitem desenvolver a imaginação, a motricidade fina e a imaginação.

Livros – forma lúdica de aprender e de se desenvolver emocionalmente. Permite colocar questões e reflectir. Desenvolver a linguagem, a imaginação, a memória e o espírito crítico.

Lenços, chapéus, utensílios de cozinha, caixas, molas, etc – permitem à criança brincar ao faz de conta e experimentar outros papéis, desenvolvendo a imaginação, as suas competências sociais e as estratégias de resolução de problemas.

 

Mais informações sobre este tema no blog O Nosso T2