A identidade sexual das crianças faz parte do desenvolvimento mas não há dúvida de que a possível homossexualidade de um filho assusta os pais. Os brinquedos traduzem bem o que os adultos esperam das crianças. Até há pouco tempo, os meninos não brincavam com bonecas e as meninas não tocavam nos carrinhos. Construções e ferramentas pertenciam ao departamento deles e os penteados e a cozinha, aos delas. Os “mariquinhas” e as “Marias-rapazes”, expressões que ainda hoje se usam, não eram bem vistos e sabe-se que só nos anos 80 é que, em Portugal, a homossexualidade ganha consistência e respeitabilidade. Mas será que passados mais de 30 anos, esta é uma realidade facilmente aceite? Ser-se homo, bi ou heterossexual será uma opção? Quais são os sinais que nos mostram que uma menina ou menino são homossexuais? A partir de que idade é possível saber-se? E será legítima a pergunta dos pais: “onde é que eu errei?”
Eduardo Sá, psicólogo Clínico e Psicanalista. Professor da Universidade de Coimbra e do ISPA, é autor de artigos e de livros científicos na área da Psicanálise e da Psicossomática, e de livros de divulgação no âmbito da saúde familiar e da educação parental. Hoje está no “Agora Nós” e irá responder às grandes questões relacionadas com a homossexualidade na infância e adolescência.