Esta semana, na rubrica “Agora, o Dinheiro”, falamos sobre gastos fantasma, com Susana Albuquerque, para identificar e controlar as despesas supérfluas com que somos confrontados diariamente.

Antes do tema principal, Susana Albuquerque alerta para duas notícias de agenda económica:

  • IMI – se o valor a pagar for inferior a 250 €uros, terá de o liquidar em Abril. Se estiver entre 250 e 500 €uros, terá uma primeira prestação em Abril e outra em Novembro. Caso o montante exceda os 500 €uros passam a 3 prestações (Abril, Julho e Setembro).
  • IRS – prazo de entrega para pensionistas e trabalhadores dependentes arranca a 1 de Abril.

 

Descobrir os gastos fantasma

GASTOS FANTASMA

Os gastos fantasma são pequenas despesas que fazem parte do nosso dia-a-dia, que compramos por impulso, sem planeamento e que, se não forem controladas, podem comprometer o nosso orçamento. No final do mês podem valer tanto ou mais do que algumas das despesas mais pesadas do nosso orçamento, como a alimentação ou a renda da casa. É preciso estar atento.

Expressões como “Não sei onde gasto o dinheiro” ou “Ainda falta uma semana para o final do mês e já não tenho dinheiro” são comuns em conversas entre amigos e familiares. Será que estamos a seguir bem o nosso dinheiro? É fundamental saber para onde estão a ser canalizados os nossos rendimentos, de modo a que nos possamos ajustar à realidade, eliminando gastos supérfluos e potenciado a poupança.

A melhor maneira de seguir o nosso dinheiro é identificando, num bloco, num documento excel ou até numa aplicação todos os nossos gastos, mesmo que sejam os 0.50€ gastos no parquímetro. Só com este levantamento exaustivo conseguimos saber para onde está a ser canalizado o nosso dinheiro.

Cada um de nós tem os seus gastos fantasma únicos mas há alguns que são comuns a muitas pessoas. Abaixo estão alguns exemplos para que possa refletir e identificar mais facilmente os seus:

Exemplos de Gastos Fantasma

  • Cigarros – se fumar 5 cigarros por dia, no final do mês gasta, em média, 36 euros, o que representa mais de 400 € num ano. Este é um exemplo de uma pessoa que fuma pouco. Uma pessoa que fume 1 maço de tabaco por dia gasta, em média, 135 € por mês. No final do ano este gasto ascende a mais de 1600€.
  • Cafés – se tomar dois cafés diariamente num estabelecimento comercial gasta, em média, 39 euros por mês. No final do ano estamos a falar de 468€. Uma cápsula pode custar 0.25€, se optar por um produto de marca branca (dois cafés por dia durante um ano custam 182 euros, uma diferença de 286€).
  • Bijuteria / Produtos de beleza – um colar ou uns brincos novos. Podem custar pouco, mas podem fazer diferença no orçamento.
  • Cabeleireiro – lavar e secar o cabelo num cabeleireiro custa, em média, 12€. Se for uma vez por semana no final do mês gasta 48€. No final do ano é um gasto de 576€ só para lavar e secar. O valor sobe quando há cortes e colorações.
  • Manicure – se fizer unhas de gelinho paga, em média, 15 euros. De três em três semanas tem de voltar à manicure, o que significa que cada ano tem de lá ir 17 vezes. No total estamos a falar de 255€.
  • Jogos de sorte e azar – contabilize quanto gasta mensalmente com este tipo de despesas.
  • Estacionamento – contabilize quanto gasta em parquímetros e parques de estacionamento. Por vezes, deixar a viatura uns metros mais longe pode significar poupanças significativas. O mesmo acontece com a opção parques cobertos e descobertos.
  • Equipamentos em stand-by – apesar de consumirem menos, os equipamentos ligados à fixa continuam a consumir eletricidade.
  • Reparações – reparações em automóveis ou em casa podem aumentar os gastos fantasma. As contas da água facilmente sobem com um problema numa torneira ou o consumo de óleo do carro por necessidade de reparação.
  • Subscrições / quotas – há serviços que podemos ter necessitado e que por isso subscrevemos que já não são necessários, mas que continuamos a pagar. Ex: quotas de um clube, uma associação com a qual já não nos identificamos, um jornal/revista que já nem lemos, etc.
  • Extratos conta bancária e do cartão de crédito bancário – verifique se lhe estão a cobrar comissões/custos indevidamente. Muitas vezes acontece e é um desperdício do seu dinheiro.

 

Em suma:

  1. Analise os seus gastos e descubra quais são os fantasmas. Veja o que poderia fazer com o montante apurado. Umas férias de sonho? A substituição de um eletrodoméstico? Um fim-de-semana para toda a família?
  2. Porque há gastos fantasma que, são também gastos supérfluos, não quero com isto dizer que deixe de viver e de saborear os pequenos prazeres da vida. Este exercício apenas serve para que tenha consciência dos seus gastos e saiba para onde vai o seu dinheiro.
  3. Este é um passo fundamental para controlarmos o nosso dinheiro e não nos deixarmos controlar por ele!