Hoje, dia 11 de Maio, celebra-se o dia do Euromelanoma e demos destaque ao tema na rubrica “Médico de Família”.
Melanoma
O melanoma é o tipo de cancro cutâneo mais grave, sendo responsável por mais de 80 por cento das mortes por cancro da pele. A observação clínica em consulta é suficiente para detetar problemas e obter um diagnóstico precoce da doença, um procedimento que resulta, na maioria das vezes, no sucesso do tratamento.
Muitas vezes, o primeiro sinal de melanoma é uma alteração no tamanho, forma, cor ou textura de um sinal existente. A maioria dos melanomas apresenta uma zona preta ou preta-azulada; também pode surgir como um novo sinal: pode ser preto, anómalo ou com “mau aspecto”.
Para ajudar a lembrar o que deverá ser vigiado, poderá pensar nas letras “ABCD”:
Assimetria: a forma de uma metade não coincide com a outra.
Bordos: as margens são geralmente irregulares, biseladas, parecendo borradas ou irregulares; o pigmento pode espalhar-se para a pele circundante.
Cor: a cor é desigual; pode apresentar sombras de preto, castanho e um tom bronzeado. Também podem ser observadas zonas de branco, cinzento, vermelho, rosa ou azul.
Diâmetro: existe uma alteração no tamanho, que geralmente aumenta. Os melanomas são, por norma, maiores do que a borracha de um lápis (5 milímetros).
O aspecto dos melanomas pode variar muito. Muitos apresentam todas as características ABCD. No entanto, alguns podem apresentar alterações ou anomalias em apenas uma ou duas das características da regra “ABCD”.
O melanoma, numa fase inicial, pode ser detectado quando um sinal existente sofre ligeiras alterações como, por exemplo, quando se forma uma nova zona negra. Outros sintomas comuns de melanoma são: aparecimento de pequenas crostas (recém-formadas) e/ou comichão num sinal existente. Num melanoma mais avançado, a textura do sinal pode modificar-se: pode tornar-se duro ou com protuberâncias. O melanoma pode ter uma aparência diferente de um sinal comum. Os tumores mais avançados podem fazer comichão, exsudar ou sangrar. Regra geral, o melanoma não provoca dor.
No exame médico de rotina, é feito um exame da pele. É importante que a própria pessoa faça o exame da pele, para verificar se tem novas saliências ou quaisquer outras alterações. Qualquer alteração na pele (ex.: num sinal) deve ser imediatamente referida ao médico. A pessoa poderá ser vista por um dermatologista (médico especializado em doenças da pele).
O melanoma pode ser curado, se for diagnosticado e tratado enquanto o tumor é fino e não invadiu a pele, em profundidade. No entanto, se não for removido numa fase inicial, as células cancerígenas podem disseminar-se e crescer para o interior da pele, invadindo tecidos saudáveis. Quando um melanoma se torna espesso e profundo, significa que a doença está disseminada, muitas vezes para outras partes do corpo, tornando-se difícil de controlar.
Uma pessoa que já tenha tido um melanoma, tem um risco aumentado de voltar a ter melanoma. Uma pessoa em risco de ter melanoma, deve observar cuidadosa e regularmente a sua pele; deverá fazer exames clínicos regulares à pele.
Nevos Displásicos
Algumas pessoas têm determinados sinais de aspecto anómalo, chamados nevos displásicos ou sinais atípicos; estes sinais têm maior probabilidade de evoluir para melanoma, comparativamente aos sinais normais. A maioria das pessoas tem poucos nevos displásicos. Estes sinais devem ser examinados regularmente, para detectar quaisquer alterações.
Em algumas famílias, várias pessoas apresentam um grande número de nevos displásicos e algumas já tiveram melanoma. Qualquer membro destas famílias tem um risco elevado para ter melanoma. Nestes casos, é recomendável que sejam feitos exames regulares, para que qualquer problema possa ser detectado precocemente.
Cuidados a ter com o sol
Sem as medidas de prevenção adequadas, a exposição solar é um fator de risco para o melanoma e outros tipos de cancro da pele.
Deve escolher-se um protetor solar que proteja a pele das radiações UVA e UVB, aplicar cerca de 30 minutos antes de se expor ao sol e renovar a aplicação de 2 em 2 horas.
Em primeiro lugar, o importante é conhecer bem o seu tipo de pele. Têm maior risco as pessoas de pele clara com muitas sardas e sinais, cabelos claros ou ruivos e que não se bronzeiam ou bronzeiam mal.
Mesmo depois de já estarmos bronzeados devemos continuar a usar protetor solar. Não há bronzeados perfeitos, porque o bronzeado é já por si uma reação da pele a uma agressão. A pele produz pigmentos para construir uma espécie de “capa protetora”.
Se não tivermos cuidado, o sol pode provocar: desidratação, insolação, queimaduras, descamação, dor, pele vermelha, entre outras.
Existem certas zonas de alto risco, que devemos proteger mais do que o normal, durante a exposição ao sol. São elas: o rosto, o contorno dos olhos, os lábios, o nariz, as maçãs do rosto, o peito, as virilhas, a parte interna dos joelhos, os ombros, e as costas. Proteger o rosto atrasa o processo de envelhecimento produzido pelos raios solares. Óculos de sol, com lentes à prova de raios solares, são bastantes úteis. Porque os lábios são revestidos por pele muito fina, é importante protegê-los com batom apropriado. O nariz, devido a ser a parte mais saliente do rosto, tem tendência a avermelhar, recomendando-se proteção extrema. Normalmente os ombros e as costas são as zonas mais expostas ao sol, portanto, mais sujeitas a queimaduras. A barriga é a zona menos sensível, mas nunca devemos esquecer de a proteger.