O humor e a liberdade de expressão são temas que andam na discussão da opinião pública. Parecem estar de mãos dadas, ou pelo menos, é assim que muitos defendem.
Se o tema já era muito discutido, de há um ano para cá, desde o ataque ao jornal satírico “Charlie Hebdo”, os debates têm sido cada vez mais.
Podemos fazer humor sobre todos os temas? Podem todos os temas serem satirizados? Há limites? Com que temas não devemos fazer humor? Os limites ao humor são um atentado à, tão aclamada, liberdade de expressão?

O humor surge aqui como um problema filosófico, social, geracional, tão variável quanto o número de culturas, tradições, religiões, crenças, povos, idiomas ou países que existem no mundo. E isto porque o humor não é percecionado por todos de igual forma. Por exemplo, há quem não goste que se brinque com o Papa e ache uma blasfémia; há quem não admita piadas sobre religião; ou sobre o Eusébio, a Amália Rodrigues, sobre o seu ídolo; outros não admitem o humor feito à volta da doença, condição física ou orientação sexual. Mas será por isso que não se pode fazer humor com estes temas?