A nossa convidada, Elisabete Canha de Andrade, veio esclarecer-nos sobre as semelhanças e as diferenças entre cortesia e etiqueta.
Cortesia é a demonstração ou o ato através do qual se demonstra atenção e respeito para com as pessoas.
Etiqueta é um conjunto de regras convencionadas, de boas maneiras, que permitem um bom relacionamento entre as pessoas. Este último conceito pode ser dividido em “Etiqueta Empresarial” e “Etiqueta Social”, além de outras subdivisões menores, como “etiqueta à mesa” até à mais recente “netiquette”.
Que tipo de “gestos de cortesia” existem?
– Escrever mensagens de agradecimento;
– Dar as boas vindas a vizinho ou colega novo;
– Ceder o assento às pessoas mais velhas; grávidas e incapacitadas;
– Confirmar a presença ou ausência quando nos convidam para algo;
– Tirar o chapéu quando se entra em interiores;
– Dar atenção às pessoas que nos rodeiam, e não apenas ao telemóvel;
– Segurar a porta à pessoa que vem atrás;
– Ter atenção quando se está a falar com alguém e se recebe uma chamada, não interromper a conversa com a pessoa abruptamente.
Tem dúvidas sobre “etiqueta social”?
– Em que situações deve ser o senhor a passar à frente da senhora?
Numas escadas é sempre o homem que sobe à frente, principalmente se a senhora for de saias e desce também em primeiro, para a poder amparar em caso de queda;
– Devemos dar um ou dois beijos? Dois.
– O que se faz ao caroço da azeitona quando se a come? Não se serve azeitonas com caroço.
– O que se faz quando se mete algo à boca e não se consegue engolir porque não se gosta? Limpa-se a boca com o guardanapo e nesse movimento deixa-se esse “algo” no guardanapo.
– Como se deve beijar a mão de uma senhora? Nunca diretamente. Deve beijar-se sobre a costa da mão.
– Devo ou não levantar o dedo mindinho quando estou a beber algo?
Jamais. Nunca entender este gesto como um “gesto de classe”, pelo contrário, significa “nojo”.
Uma das justificações é que, na Côrte, os utensílios, para chegarem à mesa da nobreza passavam por inúmeras mãos. Com cara de enjoado, quem bebia da chávena, pegava nela com menos dedos possíveis para não lhes ser transmitido a suposta sujidade que entretanto tinha ficado apegada à loiça. Assim, ao segurar na chávena, usavam só os dedos necessários sendo que o que ficava mais espetado era, sem dúvida, o dedo mindinho.
Também há historiógrafos que narram que o dedo mindinho tinha de estar sempre limpo – daí estar sempre esticado – que era para coçar o ouvido ou mesmo limpar o nariz.
– Quando usar o tratamento por VOCÊ? Raramente ou NUNCA! É um “brasileirismo”.