Sabiam que…
- 30 a 50 % das crianças em idade escolar, nomeadamente entre os 3 e o 12 anos, são infestadas por piolhos, de acordo com um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores portugueses da Universidade Nova de Lisboa?
Leonor Girão é dermatologista e está no Agora Tânia para explicar como evitar e/ou solucionar problemas em torno das temáticas de pele e piolhos.
Piolhos
- Os piolhos e as lêndeas (ovos) são parasitas. Vivem no hospedeiro e passam de pessoa a pessoa por contacto direto;
- Afetam mais as crianças em idade escolar e preferem os cabelos limpos e bem lavados;
- É na faixa etária dos 3 aos 12 anos que o contacto com as crianças é maior, assim como a partilha de objetos;
- A mesma investigação revelou que 9% dos inquiridos pensa que o contágio de piolhos está relacionado com falta de higiene, quando estes parasitas preferem os cabelos limpos e bem tratados. O cabelo das meninas também é mais propício à infestação. Para as meninas com cabelos muito compridos, uma forma de prevenção é usar rabo de cavalo ou uma trança para reduzir o risco de contacto;
- A prevenção passa por não haver contacto cabeça a cabeça com pessoas infetadas. Não partilhar objetos como chapéus, escovas, almofadas, pentes, etc;
- Os sintomas mais inquietantes aquando da presença de piolhos são prurido, sobretudo na nuca e atrás das orelhas e eczema resultado da comichão;
- O tratamento passa pela eliminação e morte desses parasitas. Deve-se usar um produto específico para tratar o couro cabeludo e desinfestar todos os objetos possíveis de risco de re–infestação.
Problemas de pele
Existem várias doenças infecciosas que provocam um exantema, ou seja, a erupção de pontos ou manchas e outras lesões na pele. Embora algumas destas doenças se possam manifestar noutras idades, afectam essencialmente as crianças – por isso, o sarampo, a rubéola, a varicela, a escarlatina, o eritema infeccioso e a doença mão pé boca são considerados como típicas doenças infantis.
- Muitas são benignas mas incomodativas (rubéola e varicela), outras podem ser mais sérias por poderem dar sintomas respiratórios mais graves, febre, etc (sarampo);
- Na maioria a terapêutica passa por controlar as queixas e sintomas e dar tempo a que passe.;
- Noutras será necessário administrar medicamentos. Noutras será necessário destruí-las (verrugas, moluscos);
- É importante evitar o contágio através de medidas que limitem o contacto directo com as lesões / pessoas infetadas / objetos de contacto / tosse;
- Existem vacinas para algumas doenças (rubéola, varicela, sarampo) que devem ser administradas segundo aconselhamento médico.
Sarampo
O sarampo é uma doença muito contagiosa de origem viral, que afeta, sobretudo, crianças entre 1 e os 5 anos de idade. Após um período de incubação de cerca de dez dias, a doença manifesta-se através de febre e rino conjuntivite que provoca a congestão ocular e sinais e sintomas catarrais. Em seguida, evidencia-se uma erupção cutânea formada por pequenas manchas vermelhas que se inicia na face e por trás das orelhas, para se irradiar ao longo de dois ou três dias ao tronco e aos membros.
Rubéola
A rubéola é uma doença muito contagiosa de origem viral com uma evolução benigna e que afeta, sobretudo, as crianças com menos de 10 anos. Após um período de incubação de duas ou três semanas, a doença começa a manifestar-se através de febre ligeira, catarro e congestão ocular, a que se segue a erupção de inúmeras pequenas manchas rosadas, de início apenas na cabeça, mas que depois se estende a todo o corpo ao longo de um ou dois dias, acabando por desaparecer na mesma ordem ao fim de um ou dois dias, à medida que os restantes sinais e sintomas vão desaparecendo.
Varicela
A varicela é uma doença contagiosa provocada pelo vírus varicela-zóster (igualmente responsável pelo herpes zóster), muito frequente nas crianças dos 2 aos 9 anos de idade. Após um período de incubação de uma a três semanas, a doença começa a manifestar-se através de febre, mal-estar geral e perda de apetite, a que se segue, ao fim de um a três dias, a erupção de pequenas manchas vermelhas muito pruriginosas que revestem toda a superfície do corpo e adquirem, ao fim de algumas horas, um certo volume, convertendo-se em vesículas repletas de um líquido amarelado. Alguns dias depois, as vesículas rebentam e o líquido nelas presente seca, formando crostas que acabam por cair. Tanto a erupção cutânea como os restantes sinais e sintomas desaparecem ao fim de sete a dez dias, normalmente sem originar complicações.
Escarlatina
Esta doença infecciosa é provocada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A, uma bactéria muito contagiosa, que afeta, sobretudo, as crianças entre os 6 e os 10 anos de idade. Após um período de incubação de três a cinco dias, a escarlatina manifesta-se através do aparecimento de febre alta (cerca de 40°C), de uma faringite que provoca dor de garganta, tumefacção dos gânglios do pescoço e, sobretudo nos bebés pequenos, dor abdominal, náuseas e até vómitos. Ao fim de um ou dois dias, proporciona a erupção de inúmeros pequenos pontos ligeiramente salientes, de início rosados, mas que depois adoptam uma cor vermelha viva, que de início se localizam no pescoço e no tronco, disseminando-se em aproximadamente 24 a 48 horas para os membros e o rosto. Para além disso, a língua costuma adoptar uma cor vermelha, evidenciando na sua superfície as papilas gustativas inflamadas, o que lhe dá um aspecto conhecido como “língua de framboesa”.
Doença mão-pé-boca
A Doença de mão pé e boca é uma infeção viral que afeta crianças menores de 10 anos. Os sintomas são febre, dor de garganta, erupções da pele nas mãos, pés, nádegas, genitais, e também costumam aparecer úlceras na boca, garganta, amígdalas e língua. Esta doença não é tratada com antibióticos e o alívio dos sintomas inclui lavagens com água e sal.