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Pedro Queirós e Lourenço Macedo Santos chegaram de férias no dia 24, (estavam numa viagem de 4 meses, de mochila ás costas) mesmo ao final da tarde ao Nepal. “Fomos apanhados completamente desprevenidos no dia 25 quando se deu o terramoto, ficámos ao relento e sem passaportes, dia 26 deu-se uma réplica muito grande e pensámos em vir embora. Conseguimos um voo no dia 1 de Maio, mas quando acordámos não tivemos coragem, ficámos!”
Após o terramoto, tudo lhes passou pela cabeça, a ideia de estar num desastre natural, não é o que qualquer turista está à espera “Ir? Ficar? Como vamos? Onde há comida? Onde vamos dormir? Ainda há colchões?Como estão as ruas? Ir ajudar? Sentiste esta réplica? Vai chover? O aeroporto está aberto? Onde estão as nossas malas? Para onde vamos a seguir? …”
O processo da partilha começou porque no dia 26 conheceram “uma amiga espanhola que nos levou para o Consulado Honório espanhol.” (O Consulado está num dos melhores hotéis em Kantmandu) Deram-lhes um quarto e apresentaram-lhes várias pessoas, que por sua vez foram abrindo portas a outras pessoas.
Os passaportes estavam perdidos (tinham ficado numa agência de desportos), bem como as malas e outros bens “Fizemos mais uma diligência à agência de trekking e depois de várias ameaças que íamos partir a porta ou as janelas, os passaportes apareceram.“
No dia 29 enquanto esperavam um voo para Lisboa deciram ganhar tempo e íam ajudando as pessoas mais próximas, vestiram as mochilas e foram comprar mantimentos para distribuir pelas pessoas. “Após uma reunião ao mais alto nível, entre mim e o meu sócio Lourenço Macedo Santos, decidimos que o melhor que podemos fazer é ir comprar mantimentos e distribuir pelas pessoas que dormem nos parques da cidade.” A decisão de ficar no Nepal foi unanime e experiencia de ajudar tanta gente tem sido única. De facto o que eram umas férias tornou-se num trabalho humanitário.
“Este processo foi mais longo devido à elevada necessidade de muitos milhões de pessoas e devido às dificuldades apresentadas pelas geografia do Nepal. Estradas muito muito muito difíceis. Vilas remotas com acessos muito inclinados e em más condições. Em 5 horas fazem-se cerca de 80 kms.
Milhões de pessoas ficaram desalojadas ou têm medo de voltar às suas casas com rachas. Então, dormem em tendas no meio da rua ou juntos às ruínas das suas casas antigas. Esta situação acontece principalmente nas aldeias.”
O trabalho de ambos foi reconhecido por vários países, em Portugal toda a comunicação social ficou de olho neles. Hoje terça feira é 40ª dia de ajuda aquele país. “Aproximam-se as monções. Por isso – prioridade da ajuda humanitária está agora no realojamento. Fornecer tendas, abrigos ou casas temporárias.”
A ideia destes dois portugueses é voltarem para o Nepal no dia 25 de Junho e continuarem a apoiar aquela população.
“Calculamos já ter ajudado mais de 50000 pessoas.”
Estão em Portugal apenas em trabalho e para recolherem fundos. “Não queremos ser conhecidos, nem pretensiosos, apenas queremos continuar a ajudar!” lema: “Nós fazemos a diferença!”