A osteopatia
O seu campo de tratamento é muito amplo pois abrange todo o corpo humano podendo tratar as doenças mais frequentes, nomeadamente ciáticas, lombalgias, cervicalgias, escolioses, hérnias discais e torcicolos, síndromes do túnel cárpico, tensões ou contraturas musculares.
Pode ajudar a resolver enxaquecas, problemas digestivos, insónias, problemas respiratórios ou outros. Não interessa ao osteopata apenas a eliminação do sintoma, ele procura sempre a causa do sintoma para poder eliminar o problema e curar o doente.
Em que consiste?
É uma disciplina terapêutica que se interessa pelo organismo humano e os seus movimentos, procurando desbloquear as restrições de mobilidade que possam existir nos músculos, esqueleto, articulações, mas também dos órgãos internos e da parte sacrocraniana (do crânio ao osso sacro, no fim da coluna). Age no tratamento de várias doenças mas também na sua prevenção, sem recurso a medicamentos ou cirurgia. A osteopatia vê o organismo humano como um todo, onde tudo está relacionado e pode influenciar outros sistemas: por exemplo, o sistema articular, através do sistema neurológico pode influenciar a parte visceral, dos órgãos internos. Através de técnicas manuais, o osteopata procura reequilibrar o organismo.
A quem se destina?
A quem sofrer de dores osteomusculares, com qualquer idade.
O que acontece numa consulta?
“Na primeira consulta é feita a anamnese completa: o que a trouxe ali, os antecedentes e historial clínico. Se tiver exames complementares, tem de trazê-los também. O espaço entre consultas é de oito a dez dias para dar ao corpo a hipótese de se regenerar – esse é um dos princípios da osteopatia. A primeira consulta dura, geralmente, hora e meia”, explica a terapeuta.
Em função do tipo de osteopatia praticada, o paciente deita-se vestido ou com roupa interior. Para descobrir bloqueios na mobilidade, tensões e desequilíbrios no corpo do paciente, o osteopata utiliza as mãos, seguindo técnicas precisas de manipulação. Mas, ao contrário de um mito comum, não tem de fazer ‘estalar nada para ir ao lugar’. “As pessoas vêm com essa conceção dos quiropráticos – que não são osteopatas, existe uma grande confusão entre os dois”, observa a terapeuta. “Em osteopatia, o estalo da articulação não quer dizer que o osso tenha voltado ao sítio. O osso não vai e volta do sítio; são pequenos deslizamentos.”
Que problemas de saúde a osteopatia pode ajudar?
Os problemas da coluna vertebral afetam mais de 80% da população portuguesa, sendo responsáveis por mais de 50 por cento das incapacidade física na população ativa e uma das principais causas do absentismo.
Escoliose
É uma deformação da coluna em que existe uma curvatura lateral, podendo ou não ser acompanhada de rotação das vértebras. A escoliose estrutural é permanente e tem origem, normalmente, numa deformação vertebral. A escoliose funcional resulta de causas secundárias, tais como posturas incorretas ou desequilíbrio muscular na região lombar. A escoliose pode provocar vários problemas de ordem estrutural, causando dor nas costas, cabeça, dores articulares e musculares, fadiga, problemas respiratórios entre outros.
Estas alterações da curvatura geralmente são resolvidas com o tratamento osteopático. A abordagem osteopática procura ajustar/alinhar os segmentos vertebrais com recuso à manipulação para uma posição mais próxima do seu eixo normal. Os sintomas desagradáveis podem geralmente ser suprimidos e os desvios podem ser reduzidos, dependendo do caso. Um acompanhamento cuidadoso e regular é fundamental para se evitar danos maiores.
Hérnia discal
A hérnia discal é uma patologia do disco intervertebral. Este disco funciona como “amortecedor”: mantém as vértebras unidas possibilitando-lhes o movimento. É formado pelo núcleo e pelo anel fibroso. A hérnia discal não é mais que a “rotura” do anel com saída do seu conteúdo para o exterior, causando compressão das estruturas neurológicas e/ou inflamação. A deformação do anel sem rotura é uma protusão discal, menos grave. As hérnias mais frequentes são lombares. Os principais sintomas são a dor, sensação de formigueiro, dormência ou falta de força num membro superior ou inferior.
Cerca de 90% dos doentes com hérnia discal podem evitar ser operados, através de alguns tratamentos de osteopatia. O fundamental do tratamento consiste em desbloquear e descomprimir toda a região muscular, fazer a correção da coluna vertebral e indicar alguns exercícios para a reeducação postural que são fundamentais para evitar recaídas.
Ciatalgia (dor ciática)
Ciatalgia é uma dor característica que manifesta a inflamação das raízes nervosas da quarta e quinta vértebras lombares e da primeira vértebra sagrada. Tem uma localização específica (nádega, face posterior da coxa e perna, podendo ir até ao dedo do pé do lado afetado), que acompanha o trajeto do nervo ciático.
A causa mais comum da ciatalgia é a hérnia discal ou a contratura do psiforme. O tratamento osteopático para a ciatalgia consiste no relaxamento muscular da região lombar (dado que toda a musculatura se apresentará tensa e inflamada), num “afastamento” das vértebras lombares, de forma a que deixem de comprimir o nervo e consequentemente alivie a dor.
Síndrome do canal cárpico
Os primeiros sinais clínicos são formigueiros (parestesias) nos dedos, por vezes com sensação de queimadura ou de descargas eléctricas, principalmente durante a noite com a sensação de inchaço e perda de sensibilidade da mão. Estas sensações desagradáveis podem vir a repercutir-se no antebraço, braço e ombro.
No diagnóstico osteopático, considera-se o síndrome do canal cárpico como uma afeção do membro superior no seu todo e não somente localizada no pulso.
Espondiloartrose
A espondiloartrose é um tipo de artrose que causa uma série de alterações na coluna, afetando ossos, ligamentos, disco intervertebral e nervos, provocando dor e tornando-se, muitas vezes, incapacitante. Podem ser várias as causas da espondiloartrose: idade, genética, má postura, traumatismo, esforço repetitivo, lesões desportivas, desgaste ósseo, etc…
Quais os sintomas de problemas na coluna?
Podemos dividir os problemas da coluna vertebral em duas grandes categorias: problemas congénitos e adquiridos.
– Problemas congénitos: São anomalias de ordem genética, que podem afetar qualquer osso ou músculo do corpo e que geralmente consistem no seu desenvolvimento incompleto. É o caso do torcicolo congénito, de algumas escolioses, dismetria dos membros inferiores (uma perna mais curta do que a outra).
– Problemas adquiridos: São problemas originados por traumatismos, esforços, más posturas, falta de exercício ou desencadeados por problemas congénitos primários.