Beatriz Rocha é uma jovem de 15 anos… cheia de sonhos e uma vida preenchida… como qualquer adolescente, principalmente aqueles que são estudiosos e aplicados!
No meio dos seus afazeres diários, entre a escola e os passeios com os amigos, Beatriz dá asas a um hobby que herdou da família: a fotografia.
Este gosto, que foi passado pelo pai e vinha do avô, levou-a a vencer na categoria Cultura, na secção juvenil (até 19 anos) dos Prémios Mundiais de Fotografia da Sony com esta foto.
Ao todo, foram a concurso 183 737 imagens… mas a da Beatriz destacou-se. Além do reconhecimento que a levou a uma gala a Londres, Beatriz recebeu uma máquina fotográfica da marca e um ‘smartphone’.
A jovem alentejana, de Évora, é discreta e só aceita dar entrevistas porque entende a importância disso para divulgar o seu trabalho, mas confessa que prefere estar atrás da câmara fotográfica.
“Quando recebi o prémio fiquei feliz. Mas depois retomei a minha vida normal… Os meus pais é que fizeram uma mega festa…”
Mas afinal o que a levou a concorrer?
“Não sei… Na verdade não tinha nada a perder. Enviei 3 fotografias, uma para cada categoria. Não demorei muito a escolher entre as que tinha. A do cante, foi imediata. Depois escolhi uma de uma mulher grávida e outra de uma boneca em Auschwitz.”
E com esta simplicidade, Beatriz foi ao Hotel Hilton a uma gala, onde poderia ter ganho ainda mais um prémio. Mas não foi ela a vencedora. “Não faz mal, já foi uma bela experiência. E ainda por cima concordei com o vencedor.”
No meio da inocência própria da idade, confessa que se sentiu intimidada. “Era uma gala imponente, com imensos fotógrafos… Primeiro houve um jantar, depois a entrega de prémios e uma homenagem ao fotógrafo Elliott Erwitt, cujo trabalho não conhecia, mas passei a adorar.”
Veja aqui os trabalhos da Beatriz
Mas o gosto pela fotografia está no sangue. Vem de família.
“O meu avô tirava fotografias, mas de uma perspetiva mais informativa… Quando ele morreu eu devia ter aí uns 8 anos… Mas como já tinha Alzheimer não o vi propriamente de câmara na mão. Mas na casa da minha avó há fotografias dele que eu gosto.”
O Telmo é um pai muito orgulhoso. Economista de formação, não está de momento a exercer, é o responsável pela paixão gigante da filha por fotografar.
“Não foi nada premeditado… de vez em quando ela pedia para fotografar, eu já tinha reparado que ela tinha jeito… então quando comprei uma máquina nova para mim, dei a antiga à minha filha.”
Com o Telmo também foi assim…
“O meu pai era jornalista, daqueles à antiga, que levava o livro para tirar fotos e a máquina para fotografar e registar o momento. Eu adorava ir com ele, muitas vezes pedia-lhe para fotografar. E penso que assim fui ganhando o gosto. Mas de forma mais sistematizada só me tenho dedicado à fotografia há 9/ 10 anos!”