Qual é a melhor pílula do mercado? O que devo fazer quando me esqueço de tomar? Existem outros métodos contracetivos que podem suprir o uso da pílula?
Apesar de ela existir há mais de 60 anos e ser considerada um dos contracetivos mais eficazes, são muitas as dúvidas que envolvem o uso da pílula.
A pílula anticoncecional é um dos métodos mais usados pelas mulheres para prevenir a gravidez. No entanto, o seu uso ainda gera muitas dúvidas. “Não é qualquer mulher que pode tomar pílula. Antes é necessário passar por uma consulta com o ginecologista a fim de saber se ela pode ou não tomar o medicamento. Existem algumas contraindicações que só um médico pode avaliar”, explica a médica Lisa Vicente.
Além da função contracetiva, ela pode ajudar também a diminuir a quantidade de pelos no rosto e no corpo. “Não são todas as pílulas que têm este efeito, mas algumas foram desenvolvidas para este fim. Existem também pílulas que melhoram a acne e a oleosidade da pele”, afirma.
Muitos mitos se propagaram até os dias atuais e é preciso esclarecê-los para que as mulheres possam se sentir mais seguras ao tomar pílula.
Como escolher a pílula anticoncecional?
O contracetivo deve ser escolhido pela mulher junto do seu médico. No geral, os mais indicados são os que possuem menor dosagem hormonal, porque, em tese, terá menor efeito colateral no organismo da mulher. “Somente um profissional pode indicar uma pílula com menos efeitos colaterais, com menor taxa de hormónios e que seja mais adequada para cada paciente específica. Para quem tem a pele oleosa, por exemplo, o médico vai escolher uma pílula que ajude a melhorar a pele; para quem tem fluxo muito aumentado, vai indicar uma que diminua o fluxo; e assim por diante”, explica.
Na hora de comprar a pílula receitada pelo médico, nada de escolher uma versão genérica ou similar. Embora alguns farmacêuticos digam que genéricos ou similares possuem a mesma função do remédio indicado na receita, o médico diz que é preciso atenção, pois nem sempre a composição é exatamente a mesma e os resultados podem ficar prejudicados.
Quais os efeitos colaterais da pílula?
Um dos maiores riscos das pílulas anticoncecionais é o aumento nas chances de desenvolver trombose ou outras doenças. Mas isso irá depender do perfil da mulher. “Todas as pílulas, independente do fabricante, podem aumentar o risco de trombose, especialmente quando a mulher é obesa, tem histórico familiar ou é fumadora. Vale lembrar que também existe risco de trombose para quem engravida ou anda de avião por longos períodos”, alerta.
Para mulheres com doenças hepáticas, antecedentes de trombose, cancro de mama, de útero e de ovário, a pílula não é recomendada. Já nos problemas de circulação, o médico diz que é necessária uma avaliação individual. Nesses casos, normalmente os médicos recomendam as pílulas de baixa dosagem, que contêm menos hormonas
Descarta também qualquer relação do uso contínuo da pílula com o cancro. “Pelo contrário, a pílula protege a mulher contra o cancro do ovário e de endométrio”, diz. Ao tomar a pílula, a mulher fica protegida também contra o aparecimento de miomas, endometriose, pólipos, cistos no ovário, alguns tipos de infeção e alterações benignas das mamas.
A pílula causa infertilidade?
Uma das principais dúvidas sobre a pílula é em relação à infertilidade que poderia ser causada devido ao uso contínuo por muito tempo. O médico esclarece que isso não passa de um mito e que a pílula preserva a fertilidade da mulher. “A mesma pílula pode ser tomada por muito tempo sem perder o efeito. Quanto mais tempo a mulher tomar a pílula, maior o efeito contracetivo”, afirma.
Outra dúvida comum é sobre os riscos de engravidar no período da troca de pílulas, o que o médico diz não ser possível. “Se o anticoncecional for trocado sem interromper sua forma de tomar, não tem risco nenhum”, diz.
Como tomar pílula?
A melhor hora para tomar a pílula é à noite, pois é mais difícil de esquecer e, quando o organismo da mulher absorver o conteúdo hormonal, já estará a dormir e, portanto, terá menos efeitos colaterais. E o recomendável é tomar sempre no mesmo horário. “A quantidade de hormonas existente nos anticoncecionais modernos é muito pequena e, se começar a variar o horário de tomar a pílula, além de ser mais fácil de esquecer, pode alterar também a quantidade de hormonas que vai inibir a formação de um folículo, interferindo, assim, na sua eficácia”, finaliza.
Este medicamento não deve ser consumido sem orientação!
Quando o assunto é a segurança da pílula contracetiva, o mais perigoso são as “mulheres em autogestão”, aquelas que se dirigem às farmácias sem nunca terem passado por uma supervisão médica. São as utilizadoras que decidem adotar o contracetivo que a amiga ou familiar toma, sem terem qualquer conhecimento sobre a composição do medicamento, ou as que usam o mesmo há muitos anos sem acompanhamento regular. “Não há um contracetivo para todas as mulheres, mas várias mulheres para vários contracetivos”.