Nos próximos tempos, pode faltar vacina contra a tuberculose (BCG) nos hospitais, maternidades e centros de saúde. O aviso é da Direção-Geral de Saúde que informa que o fornecimento da vacina foi interrompido por problemas de produção e que fica regularizado em junho, depois de há duas semanas ter avançado o mês de maio para a normalização da situação.
Até lá, as crianças que nascerem nos hospitais e maternidades podem não ser de imediato vacinadas, mas os pais serão posteriormente contactados quando o stock de vacinas estiver reposto. “Os cuidadores destas crianças podem também contactar o seu centro de saúde para obter informações sobre a vacinação”, refere.
Apesar da interrupção da vacinação, a DGS afirma que a “situação não constitui risco para a saúde pública”.

A interrupção do fornecimento aconteceu devido a problemas de produção: “A empresa que distribui a vacina BCG em Portugal informou que prevê a regularização do fornecimento no início do mês de junho”, refere em comunicado a Direção-Geral de Saúde (DGS). Segundo o comunicado, as dificuldades de fornecimento estão relacionadas com problemas de produção no “único laboratório que fabrica vacina para a Europa”, um laboratório público na Dinamarca.
Não é no entanto a primeira vez que a DGS dá uma data para o fim das dificuldades de fornecimento. No dia 23 de março, a entidade gerida por Francisco George alertou para dificuldades no fornecimento da vacina contra a tuberculose e pediu às administrações regionais de saúde para fazerem uma “boa gestão das reservas existentes”.

SOBRE ESTA VACINA
A vacina BCG previne a tuberculose, uma doença provocada pelo bacilo de Koch que, geralmente, não apresenta sintomas mas pode-se denunciar pela febre baixa, cansaço, falta de apetite, emagrecimento ou tosse persistente.
Quando não tratada esta patologia pode levar ao internamento hospitalar.
Esta vacina está integrada no Programa Nacional de Vacinação. É administrada à nascença (dia após o nascimento) numa única dose. É também recomendada a crianças com menos de seis meses que viajem para países com elevada incidência de tuberculose, nomeadamente a Letónia e a Rússia.

– Casos em que a criança não deve ser vacinada:
1.Se estiver com uma doença aguda grave, com ou sem febre (temperatura rectal superior a 38,5ºC ou temperatura axial superior a 38ºC);
2.Se tiver tuberculose ativa;
3.Se tiver uma doença cutânea (por exemplo um eczema) generalizado;
4.Se pesar menos de 2,0 Kg ao nascer;
5.Se for uma criança imunodeprimida;

– Reações secundárias:
Cerca de um mês após a vacinação, surge geralmente um nódulo vermelho, no local onde foi administrada a vacina, que se transforma gradualmente numa vesícula. Esta vesícula pode deixar escapar líquido e transforma-se numa pequena úlcera que cicatriza em semanas ou meses, deixando uma pequena cicatriz.
Em casos mais raros, podem aparecer gânglios aumentados na axila esquerda.

– Países que já NÃO VACINAM – Áustria, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Islândia, Itália, Holanda, Eslováquia, Espanha

– Países que VACINAM – Portugal, Lituânia, Letónia, Irlanda, Hungria, Bulgária, Croácia, Estónia, Polónia, Roménia

– Vacinam apenas GRUPOS DE RISCO – Chipre, Rep. Checa, Finlândia, Grécia, França, Noruega, Suécia, Reino Unido

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