É verdade que os raios de sol primaveris convidam à prática da jardinagem mas, idealmente, os cuidados com o jardim nunca devem ser descurados no Inverno.

“O Inverno é uma estação ingrata porque com os dias chuvosos e o frio não somos convidados a usufruir dos prazeres do jardim”.

No entanto, a sua conservação está dependente da rapidez com que atuamos em termos de manutenção.

Chegada a primavera e o aumento das temperaturas, torna-se essencial fazer alguns melhoramentos: arejamento e escarificação dos relvados, mondas, fertilizações, ressementeiras, combate de pragas, novas plantações, revisão dos sistemas de rega.

Nesta perspetiva, os materiais inertes como os seixos rolados, gravilhas, madeiras (decks e estruturas), casca de pinheiro ou estilha, são ótimos exemplos.

As práticas de jardinagem funcionam como terapia. Fazem parte de momentos de reflexão e partilha, apelando ao lado mais sensorial do ser humano.

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Plantas de interior

Ter plantas em ambiente interior tem inúmeras vantagens. Para além de enriquecer a decoração e promover a energia positiva, produzem mais oxigénio, tornando a nossa casa mais agradável.

Convém desmistificar a questão de que as plantas no interior consomem o oxigénio e tornam o ar mais pesado. Pelo contrário, a utilização de plantas regula os níveis de qualidade do ar em ambiente interior e se o espaço for arejado com alguma regularidade não têm qualquer consequência negativa.

Ter plantas naturais num local fechado traz muitas vantagens:

– Renova e purifica o ar

– Diminui o ruído

– Absorve gases nocivos

– Reduz o pó a 20 %

– Decora qualquer ambiente de interior

 

Luminosidade

A luz é um elemento imprescindível para a vida de uma planta. Assim, quando escolher o local para as colocar, é necessário ter em conta a presença de luz natural (ou artificial) e a sua duração.

Mesmo em plantas com adaptação comprovada, é sempre recomendável rodar a planta, regularmente, para que ela receba a mesma luz em todas as suas partes de forma alternada.

O amarelecimento da folhagem pode ser sinal de insolação excessiva.

Ter em atenção que quando falamos de luz não estamos a falar de estarem diretamente expostas ao sol, pois as plantas de interior não aguentam uma luminosidade muito forte.

Exemplos de plantas de interior:
Kentia, Ficus, Chamaedorea, Scindapsus, Scheflera, Anthurium, Spathiphillum, Phalaenopsis, Dracaena, Croton,…

 

Humidade

A falta de humidade é evidente quando a planta fica amarela e caem-lhe folhas, ao mesmo tempo que deixam de crescer e até diminuem o seu tamanho. Para evitar este problema, basta borrifar as folhas com água e, esporadicamente, regar a planta na parte inferior sempre que o substrato se apresente visualmente seco.

 

Temperatura

Em geral, em termos de temperatura ótima, uma planta necessita de uma média que varie entre os 12ºC no inverno e os 24ºC no verão. Normalmente, nas plantas de interior as taxas de evapotranspiração são menores e, por isso, necessitam de menos água.

As plantas que necessitam de menos rega durante o repouso vegetativo são as de folha caduca, os bolbos, os rizomas, os tubérculos e as de repouso absoluto.

 

Rega

As plantas no interior só devem ser regadas quando se notar que as mesmas apresentam indícios dessa necessidade: substrato seco, folha murcha e “fechada”, queda de folha… Na grande parte dos casos, a perda de plantas no interior é devido ao excesso de rega. Este controlo e observação deve ser o mais regular possível, para se conseguir evitar danos nas plantas.

No inverno, opte por regar a planta apenas quando a terra estiver seca, enquanto que no verão a rega deverá ser executada com mais regularidade.

Limpar as Plantas

Para limpar as plantas, quer seja de verão ou de inverno, limpe-as com um pano seco e pode lavar as folhas com um pano húmido, sem fazer muita força nos ramos e nas folhas. Retire todas as folhas secas que encontrar na planta ou ao seu redor, para evitar o aparecimento de fungos e insectos nocivos para as mesmas.

 

Quando adubar?

Adubar uma a duas vezes por ano (outono e primavera). Atenção, pois o excesso de fertilizante pode-se tornar tóxico para a planta. Nunca adubar sem regar primeiro. Para diminuirmos o perigo da toxicidade, pode-se optar pelos fertilizantes solúveis ou até mesmo os líquidos.

Para além da adubação, deve-se trocar o substrato das plantas com alguma regularidade, de modo a evitar a saturação do solo e o aparecimento de fungos.

 

Duração/ Tempo de Vida Das Plantas

Na escolha de uma planta, é também, muito importante ter em atenção o ciclo de vida das mesmas, de forma a não ficarmos surpreendidos quando esta termina. No mundo vegetal, podemos agrupá-las em três categorias: As plantas anuais, bienais e as vivazes.

Plantas Anuais:

Se pretendemos plantas que deem flor rapidamente e tenham um período de floração intenso, as plantas anuais são a solução. Ao escolhermos plantas com floração intensa, devemos ter o cuidado de seleccionar as que tiverem maior número de botos florais de forma a prolongarmos a floração.

As plantas anuais são aquelas que, normalmente, germinam, florescem e morrem completando o seu ciclo de vida num ano, ou por vezes até menos. Geralmente, o seu ciclo de vida inicia no fim do inverno (as de primavera/ verão) ou no fim do verão (as de outono/ inverno). Passando a um período de crescimento vegetativo e morrem quando atingem o auge do seu estado reprodutivo, ficando as suas sementes, que darão origem a novas plantas.

As anuais dividem-se em três categorias:

– Anuais frágeis, que não resistem às geadas, e por isso, só podem ser plantadas na primavera depois de passar perigo de grandes frios. Desenvolvem-se no Verão e morrem com as primeiras geadas do outono.

– Anuais semi-resistentes, que, apesar de não suportarem geadas, desenvolvem durante as primaveras frias e toleram o tempo outonal.

– E as anuais resistentes, que subsistem a alguma geada e são plantadas em finais de outono ou inicio da primavera, sendo assim as primeiras a dar umas pinceladas de cor ao jardim.

Uma das melhores características das anuais é possibilitarem a alteração do ambiente que criam segundo a nossa vontade. Num ano poderá ter canteiros que abundam flores encarnadas, amarelas e laranjas e no ano seguinte poderá apetecer-lhe ter tons de pastel, azul, violeta ou branco.

Exemplos de algumas plantas anuais: Cosmos, as Bocas-de-lobo, as Begónias, a Couve-de-jardim, as Dálias, a Violeta, Gerbera, as Ervilhas de cheiro, as Petúnias, a Verbena, a Portulaca, o Manjerico, o Tomateiro, o Girassol, o Milho,…

É importante ter em atenção que as plantas anuais são plantas mais sensíveis e precisam de mais cuidados na sua manutenção, como por exemplo na rega e esta deve ser feita no pé da planta para não encharcar as flores e na sua adubação que deve ser regular.

 

Plantas Bienais:

São aquelas cujo ciclo de crescimento – que se inicia com a semente passando pela fase vegetativa e pela planta florescente até de novo, ao estado de semente – se completa em duas estações de crescimento. Durante o primeiro ano o desenvolvimento das plantas bienais está, geralmente limitado à fase vegetativa. Durante o segundo ano de vida, estas plantas iniciam a sua fase reprodutiva. No início da segunda fase, os nutrientes e produtos fotossintetizados armazenados na raiz, e os que vão sendo produzidos nas folhas, são mobilizados para as novas formações. Durante este processo ocorre a floração, a frutificação e a formação de semente. Finalmente, ocorre a morte da planta.

Exemplos destas plantas são a beterraba e a cenoura.

 

Plantas vivazes:

São plantas que vivem mais do que dois anos. Enquanto a folhagem da maior parte das vivazes morre todos os anos, as raízes conseguem sobreviver às baixas temperaturas do Inverno, e de voltar a crescer de novo na primavera.

A melhor altura para plantar as vivazes é na primavera ou no outono. Num clima quente é preferível plantar no outono para que os indivíduos se instalem durante a época de repouso. Nos outros locais, plante na primavera depois de terem passado as geadas.

As vivazes oferecem uma variedade enorme nas suas cores, formas, texturas e dimensões de plantas e flores.

Exemplos de plantas vivazes: o Aster, a lavanda, o alecrim, a Dimorphoteca, a Lantana, a Felicia, o Osteospermum, o pelargónio, a grande maiorira das trepadeiras,…