O cantor e compositor nasceu Américo Pinto da Silva Monteiro a 25 de março de 1957, em Covas do Douro, uma pequena aldeia no Alto Douro. 

Apesar de ter crescido no seio de uma família onde nunca faltou nada, teve de trabalhar desde muito cedo. Mas nunca pôs isso em causa, porque era “normal”. Mudou-se para Lisboa com apenas dez anos, porque as montanhas de Covas do Douro já não lhe chegavam — queria conhecer o mundo e ver o mar que só conhecia da televisão a preto e branco e cheia de “chuva” da Casa do Povo da aldeia. Queria mais. 

Começou por trabalhar como pasteleiro, depois como barman. Foi no Paris-Orly, um bar da Avenida de Roma, que pegou pela primeira vez numa guitarra. “Aquilo soava tão bem!”, relembra. Tão bem, tão bem, que acabou por atravessar a rua e inscrever-se na escola de música Duarte Costa, que ficava mesmo ali ao lado. 

Quando acabou a formação, foi convidado para dar aulas numa escola em Odivelas. Foi professor durante oito anos e dirigiu pequenas orquestras, tocou em bares e lançou um disco só com instrumentais. Rapidamente se fez eco das suas capacidades, passando a ser solicitado enquanto compositor e orquestrador para intérpretes da música ligeira portuguesa bem conhecidos na década de 80.  

Percebeu, ao trabalhar com Marco Paulo (para quem produziu o álbum “Joana”, que atingiu quadrupla platina) nos anos 80, que havia espaço para ele em Portugal.  

Emanuel tornou-se conhecido com o álbum Rapaziada Vamos Dançar (1994), mas foi com Pimba Pimba, de 1995, que se afirmou definitivamente com um dos grandes nomes da música popular portuguesa, com 510 mil cópias vendidas só nos primeiros seis meses.  

A recetividade ao novo conceito musical criado pelo cantor foi tal que, durante os dois anos seguintes, o mercado discográfico português alterou-se por completo com o aparecimento de inúmeros artistas, editoras discográficas ou até mesmo programas de televisão e revistas semanais que vieram adotar o novo estilo musical. Os media apelidaram-no de “música pimba”, o que tornou Emanuel como uma das poucas pessoas a ter o seu nome no Dicionário da Língua Portuguesa.  

Este sucesso passou também para o restante mundo da Lusofonia, tendo, por exemplo, em 1996, chegado ao Brasil através das vozes de “Leandro & Leonardo” que solicitaram a Emanuel a sua versão de “Pimba Pimba”. No ano seguinte, na sequência de várias votações promovidas por diversas rádios, revistas e jornais, Emanuel é eleito “Rei da Música Popular” e “Artista Mais Popular” desse ano.   

Emanuel é ainda galardoado no Castelo de Ourém com um outro título semelhante, em 1998: “D. Emanuel I, Rei da Música Popular Portuguesa”, título atribuído na presença de D. Duarte Pio de Bragança.  

Os galardões e as homenagens continuaram: recebe em 1999 o título de “Embaixador da Música Portuguesa” em Nova Iorque (prémio atribuído pelas várias associações portuguesas espalhadas pelo mundo) e no ano seguinte é homenageado com um grande concerto no Cine-Teatro Tivoli (Lisboa), onde faz uma retrospetiva dos seus 25 anos de trabalho dedicados à música. A venda rápida dos bilhetes, tornou-o como o primeiro artista de cariz popular a lotar uma sala de prestígio da capital portuguesa.   

Os fãs começaram a crescer cada vez mais, de tal modo, que em 2006 apresenta o seu próprio jornal, distribuído gratuitamente junto dos fãs em Portugal e nas comunidades portuguesas, com uma tiragem mensal de 40 mil exemplares.  

Ao longo da sua carreira, trabalhou em sonoridades que mantêm como base a música tradicional portuguesa, mas com um ritmo que adaptado às novas harmonias e tendências cosmopolitas. As experiências foram acontecendo nas faixas secundárias dos seus álbuns até que em 2010 – à semelhança de 1995 – atinge os seus objetivos através de um novo estilo que adiciona às raízes portuguesas, o calor de África e os ritmos eletrónicos, com o hit “O Ritmo do Amor (Kuduro)”. O videoclip do tema fez de Emanuel o primeiro artista português a alcançar os 10 milhões de visualizações no Youtube. 

Venceu por duas vezes o Festival da Canção como produtor, em 2007 com o tema “Dança Comigo (Vem Ser Feliz)” e em 2014 com a canção “Quero Ser Tua”. 

Aos 61 anos, Emanuel tem muitos motivos para se gabar, mas não o faz. Tem quatro caixotes de discos de ouro e platina guardados no estúdio na Pontinha — o AM Produções –, mas não é da fama que gosta de falar.  

O ano de 2016 foi, segundo Emanuel, muito especial porque recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores e lançou o livro “Nascemos Para Ser Felizes”, escrito pela jornalista Elizabete Agostinho, em que pela primeira vez abre as portas da sua vida e revela as aventuras e desventuras, os sacrifícios, as dificuldades e os êxitos que julgara impossíveis de alcançar, na carreira de cantor que iniciou já depois dos 30 anos.  

No Verão de 2018, lança o single “É Lindo O Amor”, numa nova abordagem musical e emocional, pretendo transmitir a importância do Amor, que desbloqueia todos as divergências entre credos, classes sociais, culturas e ideologias, bastando apenas amar e respeitar tudo e todos.  

Na biografia anteriormente referida, Elizabete Agostinho serviu-se das palavras deste músico para contar a história de um homem que é igual a tantos outros nascidos na década de 50. Só que a sorte bateu-lhe à porta e Emanuel tornou-se Emanuel.