Mafalda Veiga está a comemorar 30 anos de carreira e estreou este ano “Crónicas da Intimidade de uma Guitarra Azul”, espetáculo em que convidou o público a entrar na sua sala de ensaios. No entanto, foi há 30 anos que esta artista começou a tocar ao vivo.
Mafalda Veiga quis celebrar esta data, que diz que vai continuar a festejar até fazer 40 anos de carreira, com vários concertos. Um deles já aconteceu, no passado dia 12 de outubro, no Coliseu do Porto. O próximo será em Lisboa, no Campo Pequeno, a 26 de janeiro.
Foi em 1988 que Mafalda Veiga formou a sua primeira banda. Escritora de canções, compositora e intérprete, esta artista atirou e acertou à primeira: “Pássaros do Sul”, o seu álbum de estreia, chegou rapidamente aos 10 mil discos vendidos. Desde então, nunca mais parou. Concertos esgotados, prémios, discos e até um livro infantil.
“Foi nesse ano que realmente a minha vida mudou, com formação de banda, muitos concertos e a consciência de isto poder vir a ser o que gostaria de fazer profissionalmente por muito tempo.” E assim foi: 30 anos depois, Mafalda mantém um público fiel e uma dedicação total à escrita de canções e à composição musical. Os concertos deste ano são “noites para comemorar”.
“Não quero comemorar em modo de balanço, só em modo de prazer. Adoro tocar, a música é a minha vida. Tem os mesmos caminhos, anda lá por dentro (nunca foi ao lado, nunca foi reflexo, sempre foi uma parte fundamental de quem sou)”, conta a artista. Ninguém diria que o seu sonho em pequena era ser pintora.
Formada em Literatura, esta cantora tem 10 álbuns editados – Praia é o mais recente, e vem acompanhado de um caderno. Um disco que é, simultaneamente, um livro, até porque, como Mafalda lembra muitas vezes, ela “também é de letras”. Das suas e, no espetáculo mais recente, de algumas letras de outros, que Rui Reininho adaptou para ela. “Crónicas da Intimidade de uma Guitarra Azul” (“título intencionalmente literário”, explica Mafalda) foi a sua estreia a solo, com várias guitarras, pedais e um cenário quase a preto e branco, cuja iluminação é dada pelos ecrãs de televisões antigas.
“Foi bom tocar sozinha para voltar a construir de raiz e fazer, a partir daqui, o espetáculo (com banda) que me faz mais sentido neste momento da minha vida. De alguma forma, estou a ir ao começo do caminho para começar de novo. Gosto de começar de novo, recomeçar, devo ter as raízes de fora porque as tenho sempre muito mais presas ao que sonho e amo do que àquilo que já tive e fui”.
Ao longo deste ano, Mafalda Veiga comemora 30 anos de canções e de música e convidou alguns dos seus companheiros e colegas mais próximos para festejarem com ela esta data com duetos íntimos, gravados ao longo do Verão, como a versão da Planície com Miguel Araújo ( regresso absoluto às origens, visto ter sido o primeiro single extraído do seu disco de estreia “Pássaros do Sul”) ou a versão de piano e guitarra da canção “Imortais”, gravada em casa de Jorge Palma, numa tarde entre amigos. Ao mesmo tempo, Mafalda tem vindo a preparar com o músico e produtor João Gil (membro dos You can’t win, Charlie Brown e Diabo na Cruz, entre outros, e que se apresenta como Vitorini Voador no seu projeto a solo).
Os seus convidados e amigos fizeram e farão parte desta celebração dos 30 anos de carreira, em concertos nos quais serão tocadas as canções mais importantes da sua vida e as mais marcantes para o público que a acompanha desde sempre. A banda é formada por João Gil, João Pinheiro, David Santos, António Vasconcelos Dias e José Guilherme Vasconcelos Dias, músicos que têm a particularidade de serem, quase todos, multi-instru-mentistas, o que permite uma dinâmica de espetáculo profundamente musical e diversa, e integra também, para estes concertos únicos, um ensemble de cordas e sopros que enriquecem as canções de uma forma tão apaixonante que estar presente nestas datas tão especiais será, certamente, inesquecível.
Mafalda vai ter como convidados músicos e compositores com quem já colaborou ao longo dos anos e com quem quer comemorar estas datas tão marcantes, incluindo nomes como Jorge Palma, Rui Reininho e Tiago Bettencourt.