O músico, cantor e compositor cabo-verdiano, nascido na Cidade da Praia em Santiago, Dany Silva vive em Portugal desde os anos 60. É um dos pioneiros da actual música lusófona e as suas canções fazem parte do nosso imaginário colectivo, e a sua influência alarga-se à nova geração de músicos.

 

 

Em Portugal, ainda nos anos 70, ganha vigor a cena cabo-verdiana e o nome de Dany Silva foi começando a ganhar reconhecimento, ao lado de nomes como Bana, os “Tubarões”, ou o outro mítico conjunto “Voz de Cabo-Verde”, liderado por Luís Morais.

Em 1978, Dany, grava o seu primeiro single, “Feel Good”, para a etiqueta de Bana, Monte Cara.
Em ’81, em plena explosão do “Rock português”, Dany lança com a Valentim de Carvalho, o primeiro trabalho em português, o clássico “Branco Velho, Tinto e Jeropiga”.
Segue-se outro single, “Já Estou Farto” e o máxi “Crioula de S. Bento”.
E depois… bem, depois Dany não teve pressa, como é seu apanágio, e preferiu amadurecer canções: o seu primeiro álbum, “Lua Vagabunda”, data de 1986. Produzido pelo seu amigo de sempre Rui Veloso, e por Moz Carrapa, fez-se acompanhar por músicos de luxo como Paulino Vieira, Náná Sousa Dias, Edgar Caramelo, Tomás Pimentel ou o próprio Veloso, e gravou temas como “Banhada” e “Lua ‘Nha Testemunha”.
Em 1991 chega o segundo LP, “Sodadi Funaná”, que nos trouxe temas como “Ó Bernard”, “Caminho de S.Tomé” e “Mamã África”.
Com o advento do CD, faltava uma antologia em “compact disc” que incluisse os dois primeiros álbuns de originais e peças de colecção perdidas, e já agora, para juntar o útil o agradável, algum material novo que o Dany tivesse para gravar… Nasceu assim, em 1994 “Crioulas de S. Bento – As melhores de Dany Silva”.

Ao vivo, os seus concertos dão-lhe o estatuto de nome incontornável da música de expressão portuguesa. O seu trabalho é simplesmente contagiante.
Em Outubro de 1997, participa no festival Lusófono de Montreux (Suíça).
Em 1998 a convite do Centro Cultural de São Paulo (Brasil) realiza três apresentações ao vivo, com lotações totalmente esgotadas e enorme sucesso. Em Novembro do mesmo ano, representa Cabo Verde no festival de música Africana em Amesterdão, e a convite de Chico César (Brasil), actua na Praça Sony no espectáculo de passagem do ano 2000.

 

 

Depois de uma longa pausa, para compor e amadurecer canções, Dany edita novo CD “Tradiçon”, produzido por Rui Veloso e com participações especiais de Carlos do Carmo, Sara Tavares e “African Voices”, com etiqueta Universal/Polygram. Continua a apresentar- se ao vivo , tendo actuado um pouco por todo o país, ficando na memória de muitos um inesquecível concerto na “Festa do Avante”.
Já em 2007 Dany decidiu voltar aos estúdios de gravação, numa parceria com Barry Marshall, – produtor americano de artistas como La Vern Baker, Peter Wolf, Philip Hamilton entre outros – a partir de onde nasceram dois álbuns gravados entre os Estados Unidos da América (Boston) e Portugal (Estúdio Vale de Lobos de Rui Veloso).

O primeiro desses dois álbuns do Dany, “Caminho Longi”, lançado a 23 de Julho de 2008, trouxe-nos 10 temas inéditos de raiz cabo-verdiana, onde encontramos mornas e coladeras, entre temas de sua autoria, tendo o próprio Dany assinado os arranjos de todas as composições. Aqui sobressaem influências dos mais variados sons e ritmos das “músicas do mundo”: da salsa, aos blues, passando ou o semba e bolero angolanos. Sempre em boa companhia, Dany colaborou aqui com Fausto, grande referência da música popular portuguesa; com o americano Philip Hamilton (Pat Metheny, Bill Evans, Spiro Gira, Donald Fagan, Nancy Wilson, Full Circle, etc.) ou ainda o baixista peruano, a viver nos E.U.A. há vários anos, Óscar Stagnaro, professor na Berkley School of Boston, e músico que o saxofonista Paquito Rivera não dispensa.
Referencia incontornável da música portuguesa há quatro décadas, Dany Silva continua a ser convidado com grande frequência para actuações ao vivo ao lado de nomes tão diferentes como a nova banda de funáná “Fogo- Fogo” ou, mais recentemente, de uma outra lenda da música de Cabo Verde, Tété Alhinho, em concertos no Teatro Tivoli em Lisboa ou Casa da Música no Porto. 

 As músicas deste músico, cantor e compositor cabo-verdiano, nascido na Cidade da Praia em Santiago fazem parte do nosso imaginário colectivo, e a sua influência alarga-se à nova geração de músicos.

O novo disco de Dany Silva, chega finalmente agora, em 2018, bem a tempo de celebrar 40 anos de uma carreira ímpar: chama-se “Canções da Minha Vida” e é uma colectânea dos maiores êxitos da sua carreira, aos quais acrescentou ainda uma série de “canções que não compus e que não gravei, mas… gostaria de o ter feito”. Essa vontade concretiza-se agora neste novo trabalho, onde muitos dos temas são gravados em dueto com companheiros desta viagem com quatro décadas. 

 Em “Canções da Minha Vida” encontramos Luís Represas em “O Namoro” (tema de Fausto Bordalo Dias), Rui Veloso a cantar “ Lua’nha Testemunha” e a tocar guitarra em “Ó Bernard”, Paulo de Carvalho, em “Poema da Farra”, Tito Paris em “Nha Mudjer”, Mikas Cabral dos TABANKA JAZZ em “Badjo na Fazenda”, Nancy Vieira em “Tempo de Canequinha”Manecas Costa em “‘Nha cânsera  tem midida”, Carlos do Carmo em “São Crianças” ou ainda Jorge Palma em“A Banhada”, que é o primeiro single do novo disco.