A seleção portuguesa de futsal com atletas portadores de síndrome de Down venceu o Campeonato Europeu FIFDS (Federação Internacional de Futebol para Síndrome de Down). na passada 5ª feira, dia 15 de Novembro de 2018, depois de derrotar por 4-0 a equipa da Itália, campeã do mundo na modalidade. Na partida final, três dos golos foram marcados por Nelson Silva e o outro por César Morais – considerado o melhor marcador do campeonato, com seis golos.
A equipa portuguesa tinha já jogado por duas vezes com a Itália neste campeonato, que decorreu na cidade italiana de Terni, vencendo a primeira vez (por 5-3) e perdendo por um golo no segundo jogo (4-3); Portugal jogou ainda com a seleção da Turquia, ganhando as duas partidas. Esta foi a primeira edição deste campeonato europeu.
A seleção portuguesa de futsal de síndrome de Down é composta por 10 jogadores, com “idades muito variadas, entre os 23 e os 44 anos”, explica o selecionador Pedro Silva. “Os jogadores são de vários pontos do país, mas a maioria é do Norte. Muitos deles pertencem a clubes e a instituições de solidariedade social.
Em declarações ao PÚBLICO na quarta-feira, o selecionador referia que estes jogos e as pessoas com deficiências não são muitas vezes reconhecidos pela comunicação social. “Estes jogadores merecem o nosso reconhecimento, mas existe uma grande desigualdade por parte da comunicação social”, afirmava.
A equipa campeã, pertencente à Associação Nacional de Desporto para Deficiência Intelectual (ANDDI), é constituída pelo capitão Nelson Silva (Cercigui, Guimarães) — que foi considerado o melhor jogador no campeonato mundial de 2017, organizado em Portugal — e pelos jogadores Carlos Lobo (CAID de Santo Tirso), Helder Ornelas (Clube Desportivo “Os Especiais”, da Madeira), Paulo Lino (Cerciag, Águeda), Norberto Santos (Cercimira), Luís Gonçalves (Clube Cercifaf), Tiago Castro (Clube Gaia), César Morais e Daniel Maia (F.C. Porto), Ricardo Pires (Mapadi, Póvoa de Varzim) e o suplente Rui Sousa (APPACDM de Coimbra e Montemor-o-Velho).
A síndrome de Down, também conhecida como trissomia 21, é caracterizada pela existência de três cromossomas 21, em vez do habitual par — o que causa uma série de complicações fisiológicas e uma capacidade cognitiva limitada.