Alimentação paleo e alcalina
Manuel Pinto Coelho defende que “Nós, médicos, ligamos muito pouco aos ensinamentos do pai da medicina moderna, que defendia que o alimento é o nosso principal remédio. Nos seis anos de programa académico, a faculdade de medicina não tem uma cadeira de nutrição… Por isso, deu-me muito prazer escrever este livro onde explico que, se o regime alimentar for paleolítico e alcalino, pode não só prevenir doenças como promover a entrada com saúde na idade um pouco mais avançada e tratar doenças”, explica.
Segundo Manuel Pinto Coelho: “é surpreendente constatar que o nosso genoma é quase idêntico ao do caçador-recoletor do período Paleolítico. O nosso património genético está perfeitamente adaptado ao meio ambiente e ao modo de vida dos nossos antepassados: alimentação composta em dois terços por produtos de origem vegetal e em um terço por produtos de animais selvagens – peixe e caça, com atividade física regular e intensa.
Comer “páleo” significa adotar uma alimentação simples à base de produtos naturais não transformados: carne (se possível oriunda da agricultura biológica, alimentada portanto de erva, sem antibióticos ou anabolizantes e privilegiar a de caça), peixe (se possível selvagem), ovos, frutas (evitar os sumos e as tropicais – banana, papaia, manga e ananás), vegetais, legumes (em número reduzido), nozes e amêndoas, batata doce, castanhas e inhame entre outros, deixando completamente de lado cereais, produtos láteos e açúcar.
A importância do jejum
Quando lhe pergunto se o jejum é fundamental? Responde-me: “claro que sim. Em primeiro lugar porque, não tendo o organismo a fonte primária de alimento, que é aquilo que se come, ao fim de 10 horas vai buscá-lo à segunda fonte, que é a gordura. Em segundo, o jejum promove a leptina, a hormona da saciedade. As pessoas que fazem jejum intermitente habituam-se a comer menos e a sentirem-se bem. Além disso, tenho que dizer que o centro da sede e da fome estão muito próximos, por isso se uma pessoa estiver com a sensação de fome e beber dois bons copos de água fica saciado. E continua “muita gente desconhece mas nós temos os genes dos nossos antepassados que passavam muitas horas sem comer, por isso atualmente
Manuel Pinto Coelho diz que à noite não temos necessidade de comer. “Já não vamos gastar energia, vamos descansar, por isso não precisamos de grandes refeições. Estas são um erro. Bem como comer hidratos de carbono depois das 19h! Há noite uma sopa basta! Só para ter noção o hidrato de carbono tem 4 kcal por grama e a gordura tem 9 kcal.”
As formas de fazer jejum? Existem quatro.
Primeira: fazer um dia normal com pequeno-almoço, almoço e jantar e depois só comer no dia seguinte ao jantar.
Segunda: ingerir alimentos só entre as 11 da manhã e as sete da tarde, por exemplo, e não comer nas 16 horas seguintes.
Terceira: comer ao longo de 12 de horas (entre as oito da manhã e as oito da noite, por exemplo) e não comer durante as outras 12 seguintes.
Quarta: cinco dias de alimentação normal e dois dias a ingerir 500 calorias (por exemplo quatro ovos e duas saladas).
Intestino saudável
Segundo Pinto Coelho o remédio para todas as doenças autoimunes está em curar o intestino. Em primeiro ligar é fundamental afastar as proteínas que atacam e digerem a parede do intestino – glúten, gliadina e caseína – que geram o intestino poroso e que fazem com que as células responsáveis pela imunidade, os glóbulos brancos, fiquem confusos aumentando assim o número de moléculas inflamatórias.
Em segundo lugar é necessário tratar o intestino revertendo a acidez e a inflamação – a principal causa da doença autoimune – causada pelos maus hábitos. Deve optar-se por uma conduta alimentar alcalina.
Antioxidantes
Segundo este especialista de anti envelhecimento “assiste-se a um dramático, empobrecimento nutritivo dos nossos solos, vítimas duma agricultura intensiva que os têm esvaziado dos nutrientes essenciais, castigando o consumidor.”
Por isso, deve haver uma suplementação adequada. Temos assim os nutracêuticos, alimentos funcionais e os fitoquímicos.
Por exemplo para aumentar a produção de NO (óxido nítrico) o mais potente oxidante natural deve consumir-se: vitamina B9
(folato, ácido fólico), C e E, L-Citrulina, L-Arginina bem como carnes vermelhas, peixe, chocolate negro, azeite, soja, nozes, romãs e melão.