Isabel Wolmar nasceu em Lisboa numa família com fortes ligações ao mundo das artes e do espetáculo. Formou-se em Línguas e é falante de 5 idiomas.

Estreou-se aos 7 anos nas emissões infantis do Rádio Clube Português (RCP), pela mão do declamador, poeta e ator Manuel Lereno, grande amigo do pai de Isabel. Por volta dos 10 anos, transitou para Emissora Nacional, onde além de emissões infantis, participou em teatro radiofónico, folhetins, poesia, apresentação de programas em direto e “cabine”.

Já na primeira fase adulta, com 20 e poucos anos, trabalhou na Rádio Renascença onde fez o programa “Tic Tac”. Quando regressou ao RCP fez locução de vários programas, entre eles “A Onda do Optimismo”, e escreveu e interpretou folhetins radiofónicos.

Ainda antes da entrada na televisão, Isabel Wolmar fez teatro, dirigida por grandes nomes, como Carlos Avillez ou Varela Silva.

Em 1959/60, com 25 anos de idade, inicia a sua experiência na RTP, a fazer teleteatro. Á redação do “Agora, Nós” conta que recusou o convite inicial para locutora “porque era extremamente tímida. Havia até quem confundisse essa timidez com antipatia”, revela-nos.

Das peças que fez de teleteatro destaca “O Monstro de Oiro” (1959), “Escreve-me” (1964), com Carlos Cruz, ou “A Sapateira Prodigiosa” (1968), com Amália Rodrigues como protagonista.

Por volta de 1962, com a saída a primeira locutora da RTP, Maria Helena Fialho Gouveia, várias pessoas insistem que a vaga deixada só pode ser preenchida por Isabel Wolmar. E assim aconteceu. De locutora-apresentadora, rapidamente passou para pivot de telejornal e repórter. Questionada sobre a preferência dos vários trabalhos que desempenhava , Diz-nos que “gostava de tudo!”.

Além disso, recorda o ambiente estupendo que se vivia naquela altura em televisão, de grande amizade e camaradagem. De quando acabavam o telejornal ou outros programas e toda a gente da equipa ia jantar fora, desde os apresentadores até às maquiadoras. Apesar de Portugal viver a época cinzenta do salazarismo, predominantemente masculina e machista, Isabel Wolmar passou ao lado de todo essa tensão e preconceito.

Mais tarde, na década de 80 e 90, a nossa convidada produziu e realizou vários programas, tendo recebido dois prémios da Imprensa e critica. Colaborou no “Jornal de Noticias” e em várias revistas. Dedicou-se também à musica, à poesia e à literatura infantil.

No currículo de Isabel Wolmar constam entrevistas a Steven Spielberg (por altura da estreia de “Encontros Imediatos em 3º Grau”), Charles Bronson, Gérard Depardieu, Catherine Deneuve, Isabelle Huppert ou a Isabelle Adjani.