Desengane-se quem pensa que o objeto que mais bactérias acumula nas nossas casas fica na casa de banho. A maior parte das pessoas deve estar a pensar: então, mas não é a sanita? Não, é o esfregão utilizado para lavar a loiça.

Um estudo, publicado este verão e conduzido por Markus Egert, microbiologista da Universidade de Furtwangen na Alemanha, concluiu que o local mais infetado do nosso lar não está na casa de banho, mas sim na cozinha. Os investigadores analisaram 14 esfregões usados como amostra e descobriram que há uma densidade média de 50 mil milhões de bactérias por centímetro cúbico, o equivalente a sete vezes o número da população mundial atual (7,2 mil milhões de pessoas). Só nas fezes humanas se concentram tantas bactérias como nos esfregões. São o habitat ideal para as bactérias se

multiplicarem, com as condições de vida perfeitas: quente, húmido e cheio de nutrientes (dos restos dos alimentos).

O estudo descobriu 362 tipos de bactérias, sendo a mais comum a salmonela, Escherichia coli presente nos restos fecais e capaz de provocar problemas gastrointestinais; e a Moraxella osloensis que não põe em risco a saúde, mas é a causa dos maus odores do esfregão.

Lavar o esfregão, seja dentro da máquina da louça ou no micro-ondas, não é a solução, e nem o velho truque de fervê-lo acaba com as bactérias. É possível que as mais fracas sejam eliminadas, mas as mais resistentes podem até reproduzir-se em larga escala. A única forma de combater estas bactérias é usar um esfregão novo todas as semanas ou só usar a máquina de lavar louça.