Se diz a frase “não consigo poupar mais”, talvez desconheça que a poupança pode passar por renegociar os contratos de  serviços como seguros, telecomunicações, luz ou gás.

Os contratos não são impermeáveis a mudanças e, como tal, temos o direito de fazermos alterações ou atualizações que nos permitam ter novas condições e valores que estamos a pagar.

Susana Albuquerque dá algumas dicas que ajudam a orientar as pessoas para boas decisões relativamente aos contratos.

 

Seguros:

Há questões importantes e que determinam a estabilidade financeira e o  orçamento  familiar,  antes de contratar um seguro. Assim, é importante:

1. Fazer várias simulações;

2. Conhecer muito bem as condições do seguro;

Quando subscreve um  seguro precisa de saber, em primeiro lugar, quais os riscos cobertos.  Por  exemplo, no seguro de vida “se eu morrer” esse seguro irá pagar as prestações do meu crédito à habitação? Se sim em que condições? Existem restrições a esse pagamento? Outra coisa que é  essencial saber é o montante de cobertura da apólice – qual é o valor máximo de riscos segurados? E quanto pago eu pelo seguro?

É preciso chamar a atenção para o facto  de  que  os contratos de seguro são, muitas vezes, contratos extensos, com muita informação apresentada de forma muito técnica o que se torna difícil compreender tudo aquilo que estamos a contratar, por  isso nesse caso o conselho é que se  esclareça  com o mediador  de  seguros, ou ao agente ou a seguradora todas as dúvidas, tudo aquilo que  não percebeu no contrato.

3. Perceber qual o melhor plano segundo o orçamento que se tem e os riscos que precisamos de segurar;

4. Deve-se evitar coberturas duplicadas nas várias apólices para reduzir custos;

Isto significa que muitas vezes temos seguros diferentes que cobrem o mesmo tipo de riscos: por exemplo associados aos cartões de crédito estão muitas vezes seguros de assistência em viagem pelo que se pagar a minha viagem com cartão de crédito não preciso de fazer um  novo seguro de assistência em viagem.

5. Conhecer quais são os seguros obrigatórios e facultativos;

Os seguros obrigatórios são normalmente o seguro de vida no crédito à habitação (que não precisa de ser  feito com o banco que concede o empréstimo), o seguro multi-riscos habitação no crédito à habitação, o seguro automóvel contra  terceiros, o seguro de acidentes de trabalho para os trabalhadores independentes, etc. Para mais informações consulte o site da APS (Associação Portuguesa de Seguradores onde está toda a informação disponível sobre os seguros obrigatórios e facultativos em Portugal.

6. Saiba que pode aderir ao Cartão Europeu de Saúde como alternativa ao seguro de assistência em viagem.

 

Telecomunicações:

Se analisar atentamente o seu contrato e, posteriormente, procurar a oferta da concorrência para o tipo de serviços que dispõe, a pedir propostas concretas aos operadores, pode valer-lhe alguns euros a mais na carteira. O mercado é altamente competitivo, com campanhas constantes, pelo que não é difícil conseguir uma proposta melhor se trocar de operador. É uma questão de avaliar o mercado e perceber qual é a sua fidelização ao serviço anterior.

Neste momento existe uma conversação entre o Governo, a APRITEL e DECO para reduzir o período de fidelização (máximo 2 anos) que ainda é considerado muito extenso para os consumidores.

Economia Em Casa

Luz e Gás

Hoje em  dia já não existe apenas um fornecedor de luz e gás e por isso é importante analisar  o mercado e perceber se há um serviço melhor do que o seu, em condições e preços.

A Deco tem um simulador que apresenta, consoante um  perfil  tipo ou até mesmo com a possibilidade  de indicar os seus consumos, qual o fornecedor que apresenta uma oferta mais baixa. É possível fazer simulações para luz e água em conjunto ou em separado (veja como aqui).

 

IMI

É possível poupar no IMI (Imposto Municipal Sobre Imóveis). Explicamos como pode conseguir poupar neste imposto.

O IMI é o imposto que incide sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis e que veio substituir a contribuição autárquica. O montante pago reverte a favor dos municípios (daí haver diferença nas taxas a aplicar consoante os municípios).

Com o passar dos anos é natural que o valor do IMI esteja desajustado pois os fatores vão-se alterando como a idade do imóvel ou o preço por metro quadrado. Assim, os contribuintes que considerem que o valor  patrimonial da sua casa está desatualizado e que, por isso, estão a pagar mais IMI, podem solicitar ao Fisco uma reavaliação do seu imóvel.

Mas, nesta reavaliação (gratuita e pode ser solicitada de três em três anos)  é importante lembrar que o valor tanto pode descer como subir. Assim, antes de pedir esta reavaliação é importante que se faça uma simulação no site das finanças (clique aqui).

Caso o valor apresentado seja mais baixo do que o valor que consta na caderneta predial,  avança-se com o pedido de reavaliação. O impresso a usar para solicitar a reavaliação encontra-se aqui.

É importante lembrar que:

– Se o valor a pagar for inferior a 250 euros, terá de o liquidar em abril. Se estiver entre 250 e 500, terá uma primeira prestação em abril e outra em novembro. Caso o montante exceda os 500 euros passam a três prestações (abril, julho e setembro). É importante incluir estes valores no plano anual de gastos;
– A maioria dos municípios decidiu conceder um desconto na taxa  às famílias com filhos (que pode chegar aos 20%,  no caso de haver 3 filhos). O contribuinte não tem de pedir qualquer redução, já que ela é automaticamente aplicada.

CURIOSIDADE: Fórmula de Cálculo do IMI

Valor por m2 da casa (definido pelo Estado) x m2 da casa x tipo de utilização x valor da localização x qualidade e conforto x idade da casa (coeficiente de vetustez).