Neste consultório falamos da principal causa de cegueira no mundo: as Cataratas. Vamos saber como a prevenir e quais os tratamentos existentes. Para esta conversa contamos com o Dr. Miguel Amaro, médico oftalmologista. Para participar no nosso programa e colocar questões ligue o 910 106 359.
Enquadramento do tema:
A catarata é a principal causa de cegueira no mundo e, atualmente, é uma doença praticamente inevitável, nos mais idosos. Corresponde à opacificação de uma lente do nosso olho, chamada cristalino, fruto de um processo natural de envelhecimento. Quando esta deixa de ser transparente, a visão diminui.
A catarata manifesta-se, sobretudo, por uma redução gradual da visão, com visão turva ou enevoada, dificuldade em distinguir cores, e maior sensibilidade à luz. É mais comum nos idosos e nos doentes diabéticos, mas podem também estar presentes desde o nascimento ou na sequência de um traumatismo ocular.
Fatores como o tabagismo, consumo de álcool, exposição solar prolongada e uma dieta pouco equilibrada aumentam a probabilidade de desenvolver catarata.
Se não for tratada a catarata pode provocar cegueira, pelo que diagnosticá-la e tratá-la atempadamente é fundamental. O único tratamento definitivo atualmente disponível é a cirurgia.
O que é?
A catarata corresponde a uma opacificação do cristalino – uma das estruturas do olho responsável pela focagem das imagens e, como o nome sugere, é transparente – causando uma diminuição da visão. Quando perde essa transparência, a luz passa com maior dificuldade e, como tal, a visão diminui.
As cataratas podem afetar um ou os dois olhos e podem evoluir com ritmos diferentes em cada um deles. Não correspondem a uma doença contagiosa e, por isso, não se transmitem de um olho para o outro.
A maioria das cataratas relaciona-se com a idade e corresponde a um processo degenerativo, sendo estas mais comuns nas pessoas mais idosas. Contudo, pode ser evidente algum grau de opacificação do cristalino a partir dos 40 anos de idade, de um modo geral, não associado a sintomas.
A catarata continua a ser uma das principais causas de cegueira curável no mundo. Em Portugal, estima-se que cerca de 170 mil pessoas sofram desta doença, sendo que seis em cada dez pessoas com mais de 60 anos apresentam sinais.
Sintomas
A manifestação principal das cataratas é uma redução gradual da visão, tanto para perto como para longe. Nas fases iniciais, a diminuição da visão pode não ser aparente. Como o cristalino vai mudando de cor ao longo do processo de formação da catarata, tornando-se mais amarelo e acastanhado, a visão vai adquirindo uma tonalidade diferente, tornando difícil distinguir certas cores.
Outros sintomas possíveis são:
- Presença de halos em torno das luzes
- Diminuição da visão noturna
- Visão dupla
- Necessidade de mudar frequentemente de graduação nos óculos
Causas
Além da idade, as cataratas podem estar associadas a outras condições ou ser causadas por outras doenças:
- Podem formar-se após cirurgia a outro problema ocular, como o glaucoma, e são mais comuns nos doentes diabéticos.
- Ser desencadeadas por um traumatismo ocular.
- Em alguns casos, formam-se durante a vida embrionária e, se forem densas, devem ser removidas prontamente de modo a não comprometerem o normal desenvolvimento da visão durante a infância.
- A radioterapia pode aumentar o risco.
- Tabagismo, álcool, exposição prolongada aos raios ultravioletas e uma dieta pouco equilibrada são outros fatores a considerar.
Diagnóstico
O diagnóstico é simples, uma vez que o cristalino está facilmente acessível no exame oftalmológico. Assim, numa consulta de rotina, é possível observá-lo diretamente e avaliar a presença de catarata. A determinação da acuidade visual permite quantificar o grau de incapacidade que a catarata está a causar, aspeto importante no planeamento cirúrgico. A observação do fundo ocular e a medição da tensão ocular são importantes para se poderem excluir outras formas de doença ocular.
Tratamento
Nas fases iniciais, a mudança de óculos, o uso de uma iluminação mais potente, o recurso a lentes antirreflexo ou de uma lupa para o perto podem ajudar a diminuir os sintomas das cataratas. Contudo, o único tratamento definitivo é a cirurgia, na qual a catarata é removida e substituída por uma lente artificial. A indicação para cirurgia relaciona-se com o impacto da catarata no dia a dia; enquanto o doente consegui ter uma vida normal, pode ser adiada, pois não existe urgência na intervenção.
Há casos em que a cirurgia é mais urgente, por exemplo, quando a presença da catarata impede a realização de outros tratamentos oculares ou a observação correta do fundo ocular, essencial para o acompanhamento de doentes com retinopatia diabética ou degenerescência macular relacionada com a idade. Como foi referido, a catarata congénita é uma emergência médica e cirúrgica, sendo a remoção urgente essencial para um normal desenvolvimento da visão. Quando a catarata é bilateral, a cirurgia é habitualmente realizada primeiro no olho com pior visão, sendo o segundo olho operado após um intervalo médio de um a dois meses.
A remoção pode ser feita por um processo que implica a sua fragmentação por ultrassons, a sua aspiração e introdução de uma lente intraocular ou pode ser removida em bloco mediante a realização de uma incisão maior, sendo igualmente colocada uma lente intraocular.
Prevenção
A formação das cataratas é, quase sempre, um processo inevitável relacionado com o envelhecimento das estruturas oculares. Uma alimentação equilibrada, rica em antioxidantes, pode traduzir-se num menor risco do seu desenvolvimento. O uso de óculos de sol é também importante, bem como não fumar.
Deixe a sua questão através do 910 106 359