Augusto de Oliveira Gonçalves, conhecido como Augusto Canário, de 63 anos, é natural de Vila Nova de Anha, freguesia da margem esquerda do rio Lima, em Viana o Castelo. 

A alcunha de Canário vem do pai. “O meu pai tinha Canário no nome, mas a verdade é que a minha mãe não achava piada nenhuma porque as pessoas estavam sempre a fazer piadas, então preferiu que ficássemos com Gonçalves no apelido em vez de Canário”, explica. 

O gosto pela música vem de cedo. “Quando tinha oito, nove… dez anos, costumava brincar com os meus irmãos aos conjuntos musicais. Improvisávamos baterias com latas, guitarras com pedaços de tábua, microfones com cabos de vassoura e pequenos tubos, e cantávamos os êxitos daquela época. Mais tarde, com a ida para o seminário e depois para os escuteiros, desenvolvi o gosto por tocar e cantar. Quando descobri que sabia improvisar e cantar ao desafio, as coisas tornaram-se mais fáceis e mais claras.” 

Contudo pode dizer-se que nada surge por acaso “o meu pai tinha uma voz fantástica! Era um cantor religioso, de igreja. Aliás, ele era emigrante em França e notava-se logo quando chegava à aldeia, as pessoas diziam logo – o Canário já chegou, porque a música na igreja já é outra.” 

A música foi estando sempre presente na sua vida, mesmo quando em 1982 foi trabalhar para a APPACDM e aprendeu a tocar cavaquinho. “Nesse ano, entrei para o Grupo Folclórico de Chafé e conheci pessoas mais velhas que me ensinaram a tocar bandolim, passando eu a pertencer à tuna que aí existia. Em 1984, com alguns amigos, fundámos o Grupo de Cantares do Minho, e aprendi a tocar alguns instrumentos tradicionais, nomeadamente a concertina. Desde então nunca mais parei.” 

Associando o “toque” da concertina a esta forma de música tradicional, Augusto Canário desenvolveu capacidades que não sabia possuir e assim foi crescendo. “Digamos que não foi nenhum aspeto em especial que me atraiu para este mundo, mas sim um conjunto de circunstâncias e uma forma alegre que tenho de viver a vida.” 

Augusto Canário conta com mais de 40 anos dedicados à música tradicional e popular, através da participação em vários grupos e projetos musicais, dos quais se destaca o grupo Cantares do Minho, de que foi um dos fundadores. 

Foi congregando outros tocadores e cantadores que o acompanham nas várias atuações ao longo do país e do estrangeiro, tendo atualmente uma banda “Augusto Canário e Amigos”, em que a concertina ocupa um lugar de destaque, bem como o cantar ao desafio (desgarrada).  

 Em janeiro de 2017 foi distinguido pela autarquia da capital do Alto Minho com a medalha de cidadão de mérito, durante as comemorações do 169.º aniversário de elevação de Viana a cidade, e também presidiu às festas da Srª da Agonia. Uma forma da cidade lhe retribuir o que tem feito por ela. 

Saiba mais em:
https://www.facebook.com/AugustoCanarioeAmigos/
https://www.instagram.com/augusto_canario_e_amigos/