Mónica Santos, 40 anos, é enfermeira há 18. Começou por trabalhar 6 anos no Hospital de Santa Cruz, nos Cuidados Intensivos. Atualmente, e há 12 anos, trabalha no Hospital de Egas Moniz, no Bloco Operatório. 

O problema com as varizes e os derrames apareceram e agudizam-se em 2016, após a primeira gravidez. As questões hormonais são também um fator. Aliado a isso o facto de passar muitas horas em pé no exercício da sua profissão e ainda o fator hereditário: a mãe e a irmã mais velha de Mónica sofreram da mesma patologia. 

Os sintomas não são propriamente agradáveis – sensação de pernas pesadas, inchaço, cansaço e formigueiro. Em termos estéticos, evitava usar saias no Verão por não gostar de revelar as varizes e os derrames das suas duas pernas. 

Há cerca de 2 anos, em Janeiro de 2022, foi operada pelo Dr. Sérgio Silva, na clínica Joaquim Chaves. Tratou-se de uma cirurgia minimamente invasiva – a Rádio Frequência. Uma operação com duração média entre 45 minutos a uma hora. 

A nossa convidada veio no mesmo dia para casa, sem dores, sem sequelas. Ao contrário do que se poderia eventualmente pensar, no pós-operatório não se aconselha o repouso, mas sim começar logo a caminhar para reativar a circulação sanguínea. 

Mónica diz que “a recuperação correu muito bem”, que não ficaram marcas nem voltou a ter problemas com varizes e derrames. Tem alguns cuidados como usar meia de compressão nos dias em que sabe que vai ficar muitas horas em pé. E reforçou o exercício físico. Passou a fazer caminhadas com mais regularidade. 

VARIZES E DERRAMES 

As varizes e os derrames são situações diferentes, mas ambos aparecem quando existe algum tipo de doença venosa. Por outras palavras, as varizes são veias dilatadas e tortuosas localizadas debaixo da pele e distinguem-se dos derrames que são vasos de pequeno calibre. 

Os derrames, para além de representarem um problema estético importante, são em muitos casos o primeiro sinal de um quadro de insuficiência venosa. Por seu lado, as varizes são veias dilatadas, salientes e tortuosas que existem em certas zonas do corpo. 

As varizes são facilmente localizáveis, ou seja, são subcutâneas. Já os derrames são dilatações de pequenos vasos sanguíneos de tom vermelho arroxeado, que, visualmente, se parecem com pequenos fios superficiais. Estes surgem, essencialmente, nos membros inferiores e atingem, maioritariamente, o sexo feminino. Relativamente à sua causa, pode ser de origem congénita ou genética. O seu aparecimento é favorecido pelo calor, sedentarismo, excesso de horas na mesma posição, seja sentado ou em pé, peso em demasia e envelhecimento geral. 

As varizes surgem com maior frequência nas pernas e podem causar dor e inchaço com o decorrer do tempo. Fazem parte de um espectro de situações clínicas designadas por “doença venosa crónica” e é comum o seu aparecimento em pessoas que têm a necessidade de ficar longos períodos em pé. 

Segundo dados estatísticos, as varizes podem atingir até 30% da população adulta. O plano de tratamento, seja ele clínico ou estético, tem de ser adaptado a cada caso. Quanto aos métodos, dependendo da situação clínica. 

Muitas mulheres, mas também homens, procuram um cirurgião vascular apenas por questões estéticas. No entanto, é necessária uma análise completa para perceber todas implicações de possíveis problemas vasculares. A avaliação numa consulta de Cirurgia Vascular permitirá o início do processo diagnóstico e terapêutico. 

 

As manifestações da doença venosa crónica podem variar em cada caso. Estes são alguns dos sintomas que podem surgir:  

– Desconforto nas pernas (geralmente descrito como sensação de peso) 

– Agravamento da dor, após longos períodos em pé (aliviada pelo repouso com pés elevados)

– Manchas escuras nas pernas

– Sensibilidade na zona das veias dilatadas 

– Inchaço sobretudo nos tornozelos e pés

– Formigueiro e comichão

– Para além da presença de varizes, ou de telangiectasias, as pernas podem apresentar edema e alterações da pele, que pode ficar pigmentada e/ou atrofiada 

Diversas situações têm sido implicadas como fatores associados ao aparecimento de varizes, tais como: 

– Obesidade 

– Antecedentes familiares

– Ocupação que obrigue a longos períodos de pé

– Tabagismo

– Sedentarismo

– Uso de anticoncecionais (pílula) 

– Dieta pobre em fibras