A nossa mente forma imagens baseada nas palavras.

A nossa forma de compreender a realidade é criar imagens que ganhem significado interior através de um descodificador interno nosso. Assim, sempre que escutamos uma palavra ela é traduzida para uma realidade interna nossa. E nesse momento, essa palavra ou expressão ganhou significado.

Alguns exemplos:

MAS – Significado: “Esquece tudo o que disse”.
O MAS apaga tudo o que eu disse anteriormente. “Estás de parabéns. Tens estado a melhorar e por isso a ter resultados muito melhores MAS tens de te estudar mais”. O que a criança escutou? Tenho de estudar mais. O que a criança reteve? Nunca é suficiente. Em 99% das vezes a palavra MAS é naturalmente substituída por E. Que é um sinal de adição. Ou seja, faz com que nós juntemos as duas frases. Uma coisa é verdade E a outra também.

NÃO – Não há nenhuma imagem que represente esta expressão no nosso sistema neurológico quando esta está associada a ação. A ação irá sempre prevalecer. Por esse motivo dizer a uma criança “Não mexas no comando da TV”, não é mais que aumentar o seu interesse em fazê-lo.
Um outro exemplo é: “Não te esqueças de levar o casaco”. Consequência: Esquecer do casaco. Da próxima vez, o melhor mesmo é “Lembra-te de levar o casaco”.

AINDA – Pequeno detalhe que faz toda a diferença. Com a melhor das intenções por vezes damos uma opinião a alguém que fica desmotivado ou decide contestá-la. Por exemplo: “Podes melhorar mais o teu inglês” e “Precisas de melhorar AINDA mais o teu inglês.”
A relevância da segunda é que o uso do AINDA transmite uma mensagem inconsciente que estamos a valorizar o esforço ou melhoria anteriormente ocorrida.

PROBLEMA vs DESAFIO – Ninguém gosta de problemas. Quando convidamos alguém para se debruçar sobre um problema o grau de motivação é sempre inferior a se o fizermos por um DESAFIO. O problema está identificado com esforço enquanto que o DESAFIO está identificado com entusiasmo ou superação.

PORQUÊ vs O QUE É QUE – O porquê está associado ao problema, logo indicia a procura de desculpas.

PRINCÍPIO DA COERÊNCIA – O uso do SER vs FAZER. Se disser: “O meu filho não é muito bom aluno a Matemática.” No momento em que ele escutar isso vai procurar agir em coerência com isso. Ou pelo menos justificar-se em coerência com isso. “Se Eu não sou bom a matemática (e a minha mãe aceita – está implícito) então eu deixo de acreditar que posso vir a ser bom, vou desenvolver competência em outras áreas que me sinta mais confortável, vou deixar de fazer exercícios a matemática e vou dar-me com os amigos da escola que não gostam do professor de matemática.”

Por outro lado, pode explorar o princípio da coerência de uma outra forma – através do comportamento. “O meu filho é muito inteligente, falta-lhe ter boas notas a matemática.” Ao escutar esta frase a mente da criança observa uma incoerência que procurará colmatar. Pode estar a nascer mais um adulto bom com números.

TENTAR vs FAZER – Tentar não existe, é apenas uma forma de pré aceitar um falhanço, é uma pré reserva na zona de conforto.