Higiene Íntima Feminina
A higiene íntima feminina define-se como as práticas de asseio da região anogenital, de forma a mantê-la livre de humidade e resíduos. É importante o uso de cuidados específicos, prevenindo e minimizando o risco de infecções. A maioria das mulheres terá, pelo menos, uma infecção vaginal durante a sua vida, caracterizada por corrimento, prurido ou odor. As infecções mais frequentes são as vaginoses bacterianas, as candidíases vulvovaginais e as tricomoníases. Existe muitos outros fatores que podem interferir com o bem-estar genital feminino, tais como, a atividade sexual, tipo de alimentação, vestuário, estado hormonal, estado emocional, depilação excessiva da zona genital e hábitos de higiene.
Que produtos devemos usar para lavar a zona genital?
A parte exterior dos genitais deve ser lavadas com água tépida e o sabonete ou gel duche que usa para o resto do corpo. Se costuma ter infecções com regularidade, pode usar produtos de higiene íntima à base de ácido lácteo, que encontra na farmácia, para reequilibrar o pH dessa zona. Não é aconselhado usar esponja nas lavagens, já que se trata de um ‘viveiro’ natural de fungos e bactérias.
Quantas vezes por dia se deve lavar a zona genital?
Em geral, 1-3 vezes ao dia, dependente do clima, actividade física e doenças associadas. Após o acto sexual e logo após o término das actividades físicas, lavar a área genital externa para evitar que o suor e outras secreções irritem a pele da vulva. No período perimenstrual e menstrual, a higiene deve ser mais frequente, para reduzir os factores agravantes da irritação vulvar. Após a menopausa, lavar no máximo 2 vezes ao dia, usando produtos com pH próximo do fisiológico para evitar maior secura e consequente prurido ou comichão.
É preciso lavar o interior da vagina?
Não. A vagina tem microorganismos protectores necessários ao seu equilíbrio e saúde e desinfectar o seu interior com anti-sépticos, vai eliminá-los, deixando o caminho livre para fungos como a candida albicans, responsável pela candidíase. Além disso, a vagina faz a sua auto-limpeza através de secreções que depois são expelidas. Por isso, a área interior não necessita de ser lavada, os ginecologistas desaconselham-no mesmo. O que necessita de ser lavado é a área exterior onde essas secreções se acumulam, para retirar o seu excesso.
Que cuidados devo ter no uso de tampão?
Deve certificar-se que estão em boas condições e que os muda, no mínimo, duas a três ao dia. É preferível colocá-los depois do duche ou a seguir à sua rotina de higiene íntima. Devem ser bem introduzidos dentro da vagina (e não apenas à entrada) ou causarão desconforto. Não devem ser usados em caso de uma infecção genital, no pós-parto ou depois um aborto espontâneo. As mulheres virgens podem usá-los, de preferência de tamanho mais pequeno.
Posso dormir com tampão?
Não é consensual, há quem não aconselhe dormir com tampão, mas há quem diga que não é prejudicial se mudar antes de dormir e trocar assim que acordar.
Podemos usar pensos diários com frequência?
São bastante úteis quando a menstruação está no fim, por exemplo, ou em dias de corrimento mais abundante. Mas usá-los todos os dias, ininterruptamente, pode causar irritação ou alergias.
O que são irrigações ou duches vaginais?
Como próprio nome já sugere, é a lavagem do canal vaginal com água ou com uma solução de água com um anti séptico. Os também chamados banhos de assento podem ser receitados pelo médico para aliviar uma infecção, em casos pontuais, mas tirando essa aplicação nem é desejável que se façam com regularidade. A vagina já possui um mecanismo de auto-limpeza, o corrimento, para eliminar os germes.
Em que consistem os copos menstruais?
O copo menstruual pode . Estudos realizados em 2011 pela Universidade da Beira Interior em parceria com a Associação Portuguesa de Ginecologia e a Pegada Verde concluem que a utilização destes copos menstruais é segura para a saúde feminina. Segundo Angélica Barros, uma das autoras das investigações que envolveram 200 mulheres, uma das vantagens em relação aos pensos higiénicos e tampões é o facto de o copo produzir menos bactérias. Além disso, de acordo com os estudos, este produto não aumenta o risco de certas doenças, como infeções urinárias e ginecológicas, ao contrário do que sucede com os métodos mais tradicionais.
Depilação genital
Transversal a todas as faixas etárias, a depilação genital é hoje uma prática sem tabus, condicionada por fatores culturais e estéticos que aumentam a autoestima feminina e masculina. A principal função dos pelos púbicos é a proteção dos órgãos sexuais. Não é por acaso que é nas zonas de atrito (axilas e virilhas) que existem mais pelos. Os métodos depilatórios devem ser adequados ao estilo de vida. É importante estar atento se existem problemas na sequência da depilação como infeções urinárias e vaginais, prurido ou comichão. Nesse caso, deve-se ponderar a hipótese de deixar de depilar essa zona. A depilação genital tem alguns benefícios: aumento da sensibilidade, controlo do odor, questão estética e visual. Mas pode também ter desvantagens: aparecimento de infecções; diminuição da sensibilidade; dermatite de contacto
Diferentes tipos de depilação:
- Lâminas: É aconselhável limpar e substituir regularmente. Nunca use lâminas com ferrugem. Por vezes, o crescimento do pelo provoca uma sensação desagradável ao picar e, algumas vezes, até prurido;
- Cera: Nunca use cera reciclada e certifique-se que a espátula usada é nova, descartável. Caso contrário, corre o risco de se infetar. Se a cera for mal aplicada, ou se estiver muito quente, a cera pode provocar lesões na pele, como queimaduras.
- Máquinas depilatórias: Atenção aos pelos encravados, pois podem resultar numa foliculite (inflamação na base do pelo). Deve ainda usar, durante o duche, uma luva de crina para esfoliar e impedir a obstrução do pelo.
- Laser: Antes da depilação não deve expor a sua pele ao sol nem usar descolorantes. Não deve depilar a zona pretendida com cera ou pinça até um mês antes das sessões. Após a depilação deve ter igualmente cuidados com a radiação solar e não utilizar quaisquer objetos para arrancar os pelos.
Higiene íntima masculina
A higiene íntima masculina é encarada como uma comodidade em relação à das mulheres. Vários urologistas recomendam maior preocupação com a higiene íntima masculina, pois pode ser a causa de infecções e doenças gravíssimas. Por terem mais testosterona e por serem geralmente mais ativos, os homens transpiram mais do que as mulheres, não só das axilas como dos genitais e dos pés.
Uma boa higiene íntima é, por isso, fundamental. Das recomendações mais importantes destacam-se: uma limpeza adequada dos genitais, lave o prepúcio, baixando-o até à base do pénis e lavando também a glande, o escroto e azona anal; antes e após qualquer contacto sexual, lave os genitais em água corrente com um sabonete neutro e massaje-os levemente; se depilar as virilhas ou a zona púbica, tenha em atenção o risco de reações locais, como infeções, irritações e escoriações da pele. Deve deixá-los com cerca de 1,5 cm.
Deve fazer um exame ao pénis diariamente, observando se está vermelho ou se tem substâncias esbranquiçadas. A roupa interior, sempre de algodão, tem de ser mudada diariamente.