MITO: É impossível engravidar da primeira vez que se tem sexo não protegido.

É um mito comum de que não pode engravidar da primeira vez que tem sexo não protegido. Há sempre a possibilidade de engravidar se tiver sexo não protegido, mesmo que seja a sua primeira vez.

MITO: Se se esquecer de começar a próxima embalagem da pílula após o intervalo de 7 dias, não pode engravidar.

Pelo contrário, pode engravidar. A pílula, entre outras coisas, funciona impedindo a ovulação. Se se esquecer de tomar qualquer um dos comprimentos, a eficácia da pílula, enquanto contracetivo, é reduzida.

MITO: Se tiver sexo durante o período, não pode engravidar.

É pouco provável que engravide, mas não é impossível. Está fértil nos dias anteriores e nos dias próximos da ovulação – por causa da esperança de vida do esperma – e se tiver um ciclo curto pode começar a ovular assim que o período terminar. Portanto, pode estar fértil no início do ciclo.

MITO: É mais provável engravidar no 14º dia do ciclo.

Não necessariamente. Depende da duração do seu ciclo e de quando ovula. Os dias mais férteis são quando ovula e no dia anterior (normalmente 12 a 16 dias antes do início do próximo período). Por isso, se tiver um ciclo curto de, por exemplo, 20 dias, é provável que ovule bastante antes do dia 14 e, da mesma forma, se o seu ciclo for longo de, por exemplo, 35 dias, é mais provável que ovule perto do dia 20. Portanto, a regra do “dia 14” é um “caso típico” – para as mulheres cujos ciclos correspondem à ideia retirada dos livros didáticos de sempre de 28 dias! E lembre-se: as durações do ciclo variam de ciclo para ciclo e de mulher para mulher.

MITO: Pode apenas engravidar em dois dias de cada ciclo.

Falso. A “janela de fertilidade” dura 6 dias. Os dias mais férteis são no dia da ovulação e no dia anterior. E não se esqueça que o esperma pode sobreviver durante vários dias e, portanto, mesmo que tenha relações sexuais alguns dias antes de ovular, pode, ainda assim, engravidar.

MITO: Pode fazer um teste de gravidez assim que tiver relações sexuais.

Não. Demora cerca de seis a sete dias após o óvulo ser fertilizado (depois de ter relações sexuais) antes de o seu corpo começar a produzir a hormona da gravidez (hCG) e alguns dias mais antes de o nível ser suficientemente alto para ser detetado por um teste de gravidez.

MITO: Lavar a vagina após a relação sexual evita gravidez.

Falso. Assim que o parceiro ejacula, os espermatozóides são lançados diretamente para o colo do útero e circulam a uma velocidade de 45 km/h, não há como interromper o processo através de um banho.

MITO: A posição sexual influencia o sexo do bebé.

Quem acredita que a posição sexual pode influenciar no sexo do bebé, está enganado. Não existe qualquer relação entre a posição escolhida e o sexo da criança.

MITO: Algumas mulheres acreditam que, se ficarem com as pernas levantadas após a relação sexual, têm mais chances de engravidar.

Como já explicado, os espermatozóides são lançados para o colo do útero a 45 km/h, independente da posição em que a mulher está. Por isso, a posição não tem qualquer influência. No entanto, alguns especialistas aconselham mulheres que desejam engravidar a permanecer deitadas de barriga para cima por 10 a 15 minutos após o ato sexual. O objetivo desse repouso seria permitir que a gravidade ajudasse os espermatozoides no caminho até as trompas de Falópio, onde devem se encontrar com o óvulo para que a concepção aconteça.

MITO: Sentar em cima de almofadas aumenta as chances da mulher engravidar. Também esta situação é falsa!

MITO: Tomar a pílula durante muitos anos dificulta que as mulheres engravidem.

Mito que é muito frequentemente adotado como verdade. Não importa quanto tempo a mulher usou a pílula, isso não interfere em nada quando a mulher decide engravidar. Algumas mulheres demoram poucos meses para se “adaptar”, mas passado esse período, não há qualquer interferência. O que pode ocorrer é a mulher ter alguma disfunção já antes de iniciar a pílula, e que só será detectada após a suspensão do uso do anticoncepcional.

 

A infertilidade

É uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e existem, em Portugal, cerca de 30 centros autorizados pela Direcção Geral de Saúde a ministrar técnicas de procriação medicamente assistida.

Além da inseminação artificial, constam da lista de técnicas autorizadas em Portugal a fertilização in vitro, a microinjecção ou ICSI, a transferência de embriões, gâmetas ou zigotos e o diagnóstico genético pré-implantação, além de outras técnicas laboratoriais complementares.

De acordo com a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade), estima-se que, em Portugal, 15 a 20% dos casais em idade reprodutiva sofram de infertilidade. No final de 2013, o número de casais que não conseguia ter filhos situava-se entre os 300 e os 500 mil casais, apesar dos que não procuram ajuda médica não integrarem estas estatísticas.


O que é a infertilidade?

Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde, um casal é considerado infértil quando não se conseguiu gravidez após um ano de relações sexuais desprotegidas e regulares. No entanto, na prática clínica nos casos em que a mulher tem mais de 35 anos, este período baixa para 6 meses.

Infertilidade não é, contudo, sinónimo de esterilidade (incapacidade definitiva de conceber). Na verdade, a maioria dos casais que tem dificuldade em engravidar não é estéril, mas apenas infértil ou sub-fértil, isto é, apresenta uma capacidade reduzida de conceber espontaneamente, de forma natural, podendo, contudo, vir a ter filhos através de ajuda médica. A infertilidade pode ainda manifestar-se apenas após o nascimento do primeiro filho, dificultando a conceção de um segundo ou mais filhos. É a chamada infertilidade secundária.


Quais as causas da infertilidade?

As causas mais comuns de infertilidade são as disfunções de ovulação e obstrução das trompas de Falópio (na mulher) e anomalias da quantidade, motilidade e forma dos espermatozóides (no homem). Segundo a APFertilidade, em 80% dos casais a infertilidade advém de problemas em ambos os parceiros, embora estes sejam, geralmente, mais graves e frequentes na mulher do que no homem. Em cerca de 10% dos casos, as causas são desconhecidas, sendo eventualmente detetadas no decorrer do tratamento. É a chamada infertilidade idiopática.


Como tratar?

Perante a suspeita de algum problema relacionado com a infertilidade, o primeiro passo é procurar ajuda médica. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as possibilidades de conseguir uma gravidez. Por norma, o processo é iniciado com tratamentos menos invasivos, como a calendarização das relações sexuais, e pode haver lugar a tratamentos médicos ou cirúrgicos. Se estes tratamentos não resultarem em gravidez, são equacionadas as técnicas de procriação medicamente assistida, como a inseminação intra-uterina (IIU), a fertilização in vitro (FIV), a transferência intra-falopiana de gâmetas (GIFT) ou a injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI), que requerem a toma de medicação hormonal para estimular a produção de óvulos.


Como prevenir?

Atualmente, acredita-se que, para além das anomalias relacionadas com o aparelho reprodutor e de algumas doenças (cardiovasculares, oncológicas, autoimunes e infeções sexualmente transmissíveis, entre outras), existem fatores associados ao estilo de vida atual que podem interferir na conceção. O aumento da taxa de infertilidade nos países industrializados está relacionado com o adiamento da idade de conceção, hábitos sedentários, consumo excessivo de gorduras, tabaco, álcool e drogas.


As principais causas de infertilidade na mulher são:

– Ausência de ovulação;
– Insuficiente produção de progesterona a partir do corpo amarelo;
– Obstrução ou lesão das trompas de Falópio, o que pode impedir quer os espermatozóides de alcançar e fertilizar o ovócito, quer um embrião de completar o seu percurso até ao útero;
– Problemas ao nível do endométrio, que impossibilitam a adequada implantação do embrião;
– Endometriose (doença que consiste no crescimento de tecido endometrial noutros pontos do aparelho genital feminino ou até na cavidade abdominal; caracteriza-se por menstruações muito dolorosas, adesões e muitas vezes implica cirurgia);
– Pode não existir uma quantidade suficiente de muco no colo do útero, ou este ser de má qualidade;
– Pode existir incompatibilidade entre o muco e os espermatozóides.

 

No Homem as principais causas de infertilidade são:

– Espermatozóides em número insuficiente;
– Espermatozóides com problemas de mobilidade;
– Elevada percentagem de espermatozóides com morfologia anormal;
– Elevada percentagem de espermatozóides com DNA fragmentado;
– Problemas sexuais, tais como disfunção eréctil (não conseguir uma erecção) ou dificuldades na ejaculação;
– Bloqueio ou malformação dos túbulos que transportam o esperma.


O melhor é ter mais relações sexuais…

Segundo um estudo de investigadores da Universidade do Indiana, publicado na Fertility and Sterility e na Physiology and Behavior, o simples facto de ter mais relações sexuais aumenta a fertilidade das mulheres, já que aumenta o período fértil, prepara o sistema imunitário feminino para a gravidez e ajuda a manter o útero saudável. Segundo Tierney Lorenz, investigador do Kinsey Institute for Research on Sex, Gender and Reproduction, “os sistemas imunitários das mulheres sexualmente ativas prepararam-se com antecedência para a mera possibilidade de uma gravidez”. O aumento da atividade sexual manda uma mensagem ao sistema imunitário de que é tempo de reprodução.

infertilidade


Dar baile aos espermatozóides:

O Instituto de Reprodução Assistido Marqués, de Barcelona, Espanha, desenvolveu uma espécie de tampão para aumentar as hipóteses de gravidez que se coloca dentro da vagina e dá música. Depois da chamada “transferência embrionária”, o passo final do processo de fertilização in vintro, a mulher deve introduzir o aparelho como se fosse um tampão uma a duas vezes por dia, durante 20 a 30 minutos até ao dia da consulta em que vais saber se está grávida ou não.

O aparelho liga-se a um vulgar iPod/ MP3 e de acordo com a entrevista dada por Mariza López-Teijon, investigadora do Instituto de Reprodução Assistido Marqués, ao jornal “El Mundo”, as vibrações musicais facilitam o encontro dos espermatozóides com o óvulo. “Os óvulos que submetidos a estas vibrações musicais melhoram a taxa de fecundação em cerca de 5%”, diz. O estudo foi feito a 400 mulheres em Espanha e que já foi avalizado pela Sociedade Europeia de Embriologia.

Os especialistas ainda não chegaram a nenhuma conclusão sobre que tipos de músicas que funcionam melhor: há quem escolha Mozart, mas também Nirvana ou Queen. A grande novidade está no nível sonoro a que se expõem os espermatozóides e o óvulo: “O método é mais eficaz quando o volume da música ronda os 52 decibéis, que corresponde aproximadamente a uma conversa em voz baixa. Esse nível de vibrações é o mais similar às contracções naturais do útero, que conduzem os óvulos através das trompas de Falópio até ao encontro com os espermatozóides no útero”, diz a investigadora.