Educação Financeira para Crianças

As crianças são curiosas por natureza e estão sempre dispostas a aprender tudo e a experimentar novas situações. O processo de socialização das crianças é, em grande parte, baseado na imitação dos adultos. Como tal, é fundamental ensinar, desde cedo, o valor do dinheiro às crianças. É necessário existir coerência entre o que os pais ensinam e o que fazem. Este é um tema que interessa tanto aos pais como aos avós e professores (quando estes dão educação financeira).

Para Susana Albuquerque, a educação financeira “é como a educação musical, há crianças/pessoas que têm mais jeito do que outras naturalmente mas com trabalho e prática todos podemos aprender a gerir bem o nosso dinheiro”.
A especialista defende que a educação financeira deve começar a partir dos 2/ 3 anos porque é a partir desta idade que elas começam a fazer os seus pedidos.
Assim, é importante conseguir explicar diferentes questões como:

– As diferenças entre o que é caro e é barato;
– A diferença do que se compra por necessidade e por impulso;
– Passar a noção de “esperar” para ter algo é muito importante pois estamos a ensiná-los a poupar;
– Faça o seu filho compreender que é importante não desperdiçar dinheiro;
– Apresente-lhe moedas e notas, mostrando as diferenças de tamanho e de cor;
– Devem respeitar as listas de compras, faça-as com os seus filhos;
– Atribua uma semanada/mesada aos seus filhos;

Personalidades financeiras

Cada um de nós tem uma maneira específica de lidar com o dinheiro. As perceções em relação ao dinheiro são influenciadas pela formação cultural, valores sociais, familiares e individuais, experiências pessoais e necessidades emocionais (mitos do dinheiro).

Existem 7 personalidades associadas ao dinheiro, a perceber já na infância:

Forreta: Gosta do dinheiro, gosta de ver o dinheiro crescer e, por isso, priva-se de comprar algo, de satisfazer um desejo para não gastar;
Despistado: Recusa a responsabilizar-se pelo dinheiro, criança que resiste porque não gosta de se responsabilizar pela gestão do dinheiro;
Negociador: Crianças que têm a capacidade de negociar e têm noções básicas de algumas questões como o lucro, descontos ou trocas;
Gastador: Assim que tem dinheiro na mão, gasta-o com alguma necessidade verdadeira ou apenas com um desejo;
Preocupado: Aquele que gasta mas sempre com a angústia que lhe falte dinheiro;
Doador: naturalmente generosos, dão tudo aquilo que têm, à família, aos amigos;
Pedinchão: as crianças que estão sempre a pedir. Crianças estão sempre insatisfeitas, que querem sempre satisfazer alguma necessidade. Por vezes esse comportamento pode revelar uma necessidade de atenção.

Estas personalidades podem ser conjugadas, ou seja, uma criança pode ser “gastadora” e “doadora” ao mesmo tempo.

É importante fazer esta avaliação de forma a trabalhar as competências da criança e adaptar a educação financeira (para uma criança gastadora, deve trabalhar-se a vertente da poupança, por exemplo).

Os principais objectivos da educação financeira são:

1. Ensinar quais as opções financeiras saudáveis e realistas;
2. Proporcionar boas técnicas de gestão;
3. Ensinar a ver o dinheiro como veículo de realização pessoal e não como um fim em si mesmo;

GastarDoarPoupar

Dica de Educação Financeira:

Fazer 3 mealheiros: Um para “GASTAR” onde as crianças podem introduzir o dinheiro que querem e podem gastar; o “DOAR” para promover a generosidade da criança e toldar a sua personalidade e o mealheiro “POUPAR” para ensinar a gerir o dinheiro para uma necessidade ou uma compra que queriam fazer futuramente.  Aconselha-se que os mealheiros sejam transparentes para que as crianças consigam ver e perceber o dinheiro que amealharam. Desta forma podemos ensiná-las a ter uma relação saudável com o dinheiro, ensiná-las a gerir o dinheiro de forma equilibrada e ensiná-las a serem auto-suficientes.

Saiba como pode testar a personalidade das crianças em facebook.com/agoranos.rtp