O panorama político-militar


Durante o mês de setembro de 1975 as divisões existentes no interior do Movimento das Forças Armadas (MFA) foram-se clarificando. Com o “pronunciamento de Tancos”, o sector reconhecido como “moderado“ aumenta a sua influência face ao “sector gonçalvista”, afastado progressivamente dos lugares de destaque nas Forças Armadas, do Conselho da Revolução aquando da sua reestruturação e do VI Governo Provisório. No entanto, perante a hipótese do MFA perder importância no xadrez político-militar, a continuidade do MFA como órgão institucionalizado, consubstanciado no Conselho da Revolução, fora reiterada pelos partidos políticos.

Uma frase por dia
Em Portugal não pode ser-se oficialmente anticomunista mas parece dever ser-se anti-social democrata.
Francisco Sá Carneiro

Aconteceu neste dia
Considerando que o Programa de Controle dos Sectores Básicos aponta como objetivos a neutralização das principais bases de acumulação monopolista, é decretada a nacionalização da Companhia União Fabril (CUF) através do Decreto-Lei N.º532/75.
Soldados Unidos Vencerão (SUV) voltam a manifestar-se em Lisboa, com o apoio da Liga Comunista Internacionalista (LCI), do Movimento de Esquerda Socialista (MES) e da União Democrática Popular (UDP).
Deficientes das Forças Armadas ocupam os estúdios da Emissora Nacional (EN).
Encontro entre elementos da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN) e o governo da Indonésia.
Conferência de imprensa de Francisco Sá Carneiro em Lisboa onde critica Pinheiro de Azevedo.
A reconhecida Lei da Censura Militar, Lei N.º 11/75, de 9 de setembro, é revogada pela Lei N.º 12/75.
Elementos do Exército de Libertação de Portugal (ELP) fazem explodir automóvel em Monsanto (Lisboa).