Vasco Lourenço nomeado para o comando da RML


A nomeação de Vasco Lourenço para comandante da Região Militar de Lisboa (RML) conheceu avanços e recuos. No dia 18 de novembro de 1975, numa reunião onde estiveram presentes o Presidente da República e os principais intervenientes militares, debateu-se a possibilidade de Vasco Lourenço substituir Otelo Saraiva de Carvalho no comando da RML. No dia seguinte, várias unidades militares da RML pronunciam-se contra a destituição de Otelo Saraiva de Carvalho, tais como, elementos do Comando Operacional do Continente (COPCON), o Regimento de Artilharia Militar de Lisboa (RALIS), a Polícia Militar (PM) e a Escola Prática de Administração Militar (EPAM). No dia 20, tem lugar uma reunião do Conselho da Revolução (CR) que decide nomear Vasco Lourenço para o comando da RML . No entanto, os militares das unidades que se haviam pronunciado contra a nomeação de Vasco Lourenço começaram a organizar-se com o objetivo de impedir a substituição, fazendo o CR recuar na sua decisão. Perante a situação, Costa Gomes decide convocar uma reunião extraordinária do Conselho da Revolução para dia 24, onde Vasco Lourenço é definitivamente confirmado para o comando da RML.

Uma frase por dia
Obrigado, Povo amigo, o Otelo está contigo.
Otelo Saraiva de Carvalho

Aconteceu neste dia
Álvaro Cunhal, secretário-geral do partido Comunista Português (PCP) está de regresso a Lisboa, interrompendo o périplo pelos países na Europa Oriental.
Reunião do Conselho da Revolução. Vasco Lourenço é nomeado para o comando da Região Militar de Lisboa (RML) em substituição de Otelo Saraiva de Carvalho. O agrupamento militar de intervenção (AMI) é extinto.
Em plenários realizados nas bases aéreas de Tancos, Montijo e Lumiar, os paraquedistas não aceitam a passagem à reserva, ordenada pelo comandante da Força Aérea, Morais e Silva.
Manifestação promovida pelos trabalhadores da Cintura Industrial de Lisboa junto do Palácio de Belém em prol do “poder popular” e contra a greve do VI Governo Provisório.
Os trabalhos na Assembleia Constituinte (AC) ficam marcados por um clima de tensão existente entre os deputados do Partido Socialista (PS), do Partido Popular Democrático (PPD) e do Centro Democrático Social (CDS) e os deputados do Partido Comunista Português (PCP) e do Movimento Democrático Português (MDP).
O Decreto-Lei N.º 655/75 estabelece um acordo comercial de Portugal com a antiga Jugoslávia.