Poder Soul

30 de Novembro – 4 de Dezembro

TNT Band – Musica del alma (Cotique) 1969 (30 de Novembro)

Semana dedicada às expressões da Soul nas mais diversas geografias.

Tito Ramos e Tony Rojas, os TNT Boys ou TNT Band, são duas vozes da cena latina, surgida em Nova Iorque nos anos 60, a que chamamos Boogaloo, e que cruza a herança rítmica sul-americana com a Soul e Rhythm & Blues que dominavam a cultura negra nos Estados Unidos.

Entre 68 e 69, gravaram para a Cotique, editora de George Goldner que se tornou numa referência do género, quatro álbuns e um número considerável de singles, entre os quais “The Meditation” e este “Musica del alma”.

Sendo mais um exercício que parte de “Tighten up”, “Musica del alma” é um dos mais perfeitos exemplos da influência que a Soul teria na música latino-americana e um dos maiores hinos, cantados em castelhano, deste estimulante cruzamento.

TNT Band

Afro Kelenkye Band – Jungle music (Emporium) 1977 (1 de Dezembro)

Jagger Botchway, originário de Accra no Gana, acumulou várias experiências em bandas locais, além de ter colaborado com Hugh Masekela, antes de formar a Afro Kelenkye Band.

Em 1977 grava “Moving world”, para a Emporium Records do caçador de talentos Augustus Kerry Taylor, um dos mais raros e procurados álbuns de música africana dos 70, cujas as poucas cópias originais estão avaliadas num par de milhares de euros.

“Jungle music”, o meu tema favorito do disco, é uma excursão Soul Funk ao estilo de “Bump and hustle music” de Tommy Stewart, com uma energia que só uma abordagem africana consegue.

“Moving world” viria a ser re-editado em 2011 pela Superfly Records, selo parisiense comandado pelo português Paulo Gonçalves, para satisfação de todos os nerds como eu.

Afro Kelenkye Band

Eddie + The Movements – Alive and Kicking “Disco” (Trucker Man) 1978 (2 de Dezembro)

Eddie + The Movements são uma banda das Ilhas Virgens, nas Caraíbas, que editou nove álbuns entre o fim dos anos 70 e o inicio dos 90, discos que, normalmente não passam da mediania.

“Alive and Kicking”, tema retirado do seu raríssimo disco de estreia, “Time is running out”, gravado em Porto Rico e editado pela Trucker Man, em 1978, é considerado um dos exemplos essenciais do chamado Island Disco, tão em voga nos dias que correm.

Na verdade esta incursão da banda pelo território Disco, tem tudo para agarrar os amantes da faceta mais crua e independente do género, mas também os adeptos do Funk e do Modern Soul, e é uma arma certeira em qualquer pista de dança esclarecida.

 Eddie + The Movements

The St. Maarten’s The Rolling Tones – It’s a feeling (Rodolph H. Proctor) 197? (3 de Dezembro)

Nascida nas Antilhas Holandesas, esta banda com o curioso nome The St. Maarten’s The Rolling Tones, gravou dois longa-durações no final da década de 70.

“It’s a feeling”, uma contagiante canção que cruza Funk e Disco, faz parte do seu primeiro disco homónimo e é uma descoberta recente, que rapidamente se transformou num troféu dos colecionadores de música negra e num floorfiller extremamente cobiçado, até que a italiana Record Kicks o resolveu incluir num sete-polegadas dedicado às Caraíbas, para frustração de alguns e alegria de muitos.

The St Maarten's The Rolling Tones

The Laventille Movement – Party people (East Dry River) 1981 (4 de Dezembro)

Há algum mistério a pairar sobre estes Laventille Movement.

Sabemos que os seus membros são de Trinidad e Tobago, que “Party people” é o seu único single, embora Joe R. Brown, supostamente o mentor da banda, tenha editado um álbum na mesma editora, no mesmo ano, e que esta canção foi gravada em Toronto, por um selo local, a East Dry River.

O que não sabemos é se os Laventille Movement faziam parte da extensa comunidade caribenha da metrópole canadiana, ou se esta foi uma incursão marcante, destinada ao esquecimento.

“Party people” é uma bomba boogie, de 1981, comandada pelo inevitável sintetizador de baixo e com um Groove simplesmente irresistível, que merece ter o reconhecimento de que finalmente tem sido alvo.

The Laventille Movement