• Poder Soul

    9 setembro 2019 – 13 setembro 2019

    Segunda-feira

    Coke

    Got to touch your face

    Sound Triangle

    Cinco teenagers de origem latina – Paul Garcia, Ariel Hernandez, Ruben Perez, Jose Rubio e Peter Fernandez – formaram os Coke, em Miami, no princípio da década de 70.

    O grupo, que não se sabe bem porquê também adoptou a designação Opus e que acrescentava uma incisiva secção de sopros aos seus espectáculos e gravações, consolidou a sua reputação a tocar em festas, tendo sido presença assídua nos Bailes que marcaram a candidatura de Manny Diaz a Mayor da emblemática cidade da Flórida.

    Entre 72 e 73, gravou dois Lps e um par de singles, quer como Coke quer como Opus, para a Sound Triangle, importante independente fundada por Manuel Mato, um exilado produtor cubano, proprietário dos M+M Recording Studios, em Hialeah.

    “Got to touch your face”, é um dos temas do ultra-colecionável Lp dos Coke, foi prensado em sete-polegadas e é, na minha opinião, o mais extraordinário dos seus vários e personalizados momentos.

    Uma grande canção que cruza, de forma extremamente original, Latin Soul, Funk, Rock e Psicadelismo Garage e que foi adoptada pelos mais progressivos Djs da cena especializada.

     

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    9 setembro 2019 – 13 setembro 2019

    Terça-feira

    The Herb Johnson Settlement

    Damph F’aint

    Toxsan

    Herb Johnson nasceu em 1935, em Elizabeth City, na Carolina do Norte, mas foi em Filadélfia, para onde se mudou aos nove anos, que fez praticamente toda a sua carreira.

    Depois de ter integrado a formação do grupo vocal The Ambassadors, fez a sua estreia, em 1960, com um single para a Len Records que, embora tenha vendido mais de cinquenta mil cópias localmente, não teve qualquer expressão a nível nacional, algo que nunca viria a conseguir.

    Até 72, Herb Johnson gravou cerca de oito sete-polegadas, a maioria dos quais na companhia dos Impacts, banda de Bobby Eli e do fundador da Toxsan Wally Osborne, para marcas de culto como a V-Tone, a Swan, a Artic ou a Tyler.

    Passou as três décadas seguintes a colaborar com projectos menores, sem expressão discográfica, mas o culto de que alvo foi na cena especializada, fez com que em 2002, um ano antes de nos deixar, assinasse dois singles para a Soul Fire e a Timmion, e, no ano passado, fosse recuperado um seu inédito, através da Athens of the North.

    Gravado em 72, para a Toxsan, “Damph F’aint” foi o derradeiro single da primeira fase da sua carreira e é um clássico incontornável da cena Deep Funk.

    Uma intensa e visceral canção que é mais uma prova do seu imenso talento e enorme versatilidade, mostrando que dominava com mestria as facetas mais doces e mais duras da Soul.

     

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    9 setembro 2019 – 13 setembro 2019

    Quarta-feira

    Sam Most

    Plop-Plop Boom

    Bell

    Exímio flautista Jazz, Sam Most nasceu em Atlantic City, New Jersey, em 1930.

    Começou a sua carreira com 18 anos, tocando nas bandas de Tommy Dorsey, Shep Fields, Boyd Raeburn ou Don Redman, para além de colaborar com o seu irmão mais velho, Abe Most.

    Em 1953, iníciou um percurso em nome próprio, que durou cerca de seis décadas e nos deu um sem número de discos, editados por selos como Vanguard, Bethlehem ou Prestige e o levou a colaborar ou emprestar o seu talento a gravações Herbie Mann, Buddy Rich, Red Norvo, Louis Bellson, Clare Fisher, Stan Kenton, Paul Quinichette ou Lalo Schifrin.

    Gravado em 1970 e editado pela Bell, num sete-polagadas que tem uma espantosa versão de “Jungle fantasy”, na face oposta – “Plop-Plop Boom” – é a sua grande contribuição para as pistas de dança e, na minha opinião, o seu mais genial momento.

    Um imenso instrumental Soul Jazz que se transformou num clássico em quase todos os quadrantes da cena retro e que foi reeditado pela Jazzman, em 2005.

     

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  • Poder Soul

    9 setembro 2019 – 13 setembro 2019

    Quinta-feira

    Mantis

    I wish you would start

    Smoke

    É praticamente nula a informação disponível acerca dos Mantis e do seu único sete-polegadas.

    Presume-se que a banda seria de Oakland, na Califórnia, que terá estado activa a meio da década de 70 e que terá gravado este disco em colaboração com Keith Winslow, um músico, compositor e produtor que, nesta fase, colaborava com a banda de Little Richard, tendo composto o mítico disco que esta gravou com J.T. Allen – “Freeway crowd” – e Walter Richardson, aparentemente um dos membros dos Gregg Smith Singers.

    Ainda assim, isto foi o suficiente para deixar a sua marca na história da melhor Soul dos 70.

    Editado em 76, através da misteriosa independente local Smoke Records, marca que não tem mais nenhum lançamento registado – “I wish you would start” – é o lado b deste extraordinário double-sider e, para mim, o seu tema mais marcante.

    Uma enorme canção midtempo que cruza, de forma absolutamente genial, Soul e Psicadelismo, ou não fosse dominda por uma espantosa guitarra encharcada de Fuzz, introduzida na cena especializada há muito pouco tempo e que tem tudo para se transformar num clássico.

     

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    9 setembro 2019 – 13 setembro 2019

    Sexta-feira

    Shake

    Lost in space

    Guess

    “Music is the only way we can communicate” foi o único disco gravado pelos Shake, um septeto, formado em Norfolk, na Virginia, na segunda metade dos 70, por Alexander Davis, Barry Saunders, Maurice Glass, Mike Trimble, Patricia Baker, Ronald Green e Sylvester Stevenson mas é, na realidade, mais uma das muitas expressões do génio de Leni Guess.

    É que este enorme cantor, compositor, produtor e editor, nascido em 1940, foi absolutamente fulcral no desenvolvimento da música negra local e na criação do designado Norfolk Sound, que a viria a distinguir.

    Colaborou com o tentacular Frank Guida e com os bem-sucedidos Gary U.S. Bonds e Jimmy Soul. Gravou uma série de importantes discos, entre a segunda metade dos 60 e a primeira dos 80, para marcas como a Legrand, a Peanut Country ou a SPQR. E criou as decisivas D.P.G. e Guess Records, tendo sido crucial para a afirmação de artistas como Sir Guy, Raw Soul, Barbara Stant, Dorsey Brockington ou Ishola Muhammad. 

    Gravado em 1978 como parte deste ultra-colecionável Lp, produzido e editado por Leni Guess, para a sua Guess Records – “Lost in space” – foi o tema que imortalizou os Shake e é um dos grandes hinos com que este génio alimentou os vários sectores da cena especializada.

    Uma verdadeira obra-prima Disco Soul, interpretada por uma banda sólida e coesa, com uma produção fabulosa e algo futurista, que foi apresentada ao mundo em 2010, por Kon + Amir, no segundo volume da sua série “Off track”.

     

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