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Gino Washington é uma das grandes lendas de Detroit.

Este performer excepcional, com um carisma fora de série, transformou-se ainda muito novo num herói local.

Nos primeiros anos da década de 60, acompanhado por um coeso grupo de brancos – Jeff and The Atlantics – gravou singles com repercussão nacional para selos como Correc-Tone, Amon, SonBert, Ric-Tic e Wand, partilhou palcos com nomes como os Four Seasons, os Beach Boys ou os Rolling Stones, esmagando a mais pesada concorrência, e foi o único artista, sem vínculo à editora, a participar nos espectáculos da Motown.

Foi forçado a cumprir o serviço militar, no Japão e Vietenam, entre 64 e 67. Quando regressou o mercado tinha mudado e, embora Gino Washington não viesse a repetir o sucesso de outrora, manteve o seu estatuto de culto e ficou ligado a um sem numero de discos lendários.

Fundou, nada mais, nada menos, do que seis pequenas editoras – ATAC, Washpan, Do Re De, Wig, Perfecta e G&G – que lançaram alguns dos mais colecionáveis singles da Soul de Detroit, como “I really love you” dos Tomangoes. E, a meio dos 70, apresenta um mítico programa de TV local, onde faz justiça a parceiros como Nathaniel Mayer e Marv Johnson e descobre gente como Anita Baker.

“Do you have that soul”, canção que saiu pela ATAC e pela Washpan, é uma perfeita bomba de pista de dança, que retrata de forma fiel o carisma e a energia brutal desta estrela.

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Guitar Ray é Raymond Washington, guitarrista e vocalista de New Orleans que, entre 59 e 74, gravou oito sete-polegadas, tanto em nome próprio com sob este pseudónimo.

Dos Blues à Soul, passando pelo Funk, editou uma série de boas canções para editoras como a Vin, a Tulane, a Invicta, a Hot Line e a Shagg.

Da sua relação com a Hot Line resultaram a grande maioria das suas gravações, entre as quais o clássico enche pistas, “Funky Pete”, recentemente re-editado pela Tramp.

O seu momento supremo é, no entanto, o seu derradeiro disco.

Editado em 74, pela Shagg, do mítico Senator Jones, que também assume a sua produção, “You’re gonna wreck my life” é uma canção midtempo intensa e profunda, onde a guitarra e a voz de Guitar Ray, encontram nas suas raízes Blues o caminho para criar uma peça Soul completamente imprevista e intemporal.

Não será surpresa alguma que este single, raríssimo, se tenha transformado numa pérola que todos os mais ambiciosos Djs procuraram assegurar para as suas coleções.

Hollis Dixon decidiu que queria ser músico depois de ver uma actuação de Elvis, a meio dos 50.

Acabou por se transformar num dos pioneiros da cena Rock’n’Roll de Alabama e do mítico Muscle Shoals.

Liderou os históricos Keynotes e foi decisivo no lançamento de inúmeras carreiras de artistas como Travis Wammack, Eddie Hinton ou Dan Penn, entre muitos outros tanto da área do Rock como do campo da Soul.

Em nome próprio acabou por gravar apenas dois sete-polegadas, razão pela qual a sua importância seja constantemente minimizada.

“Go away with me”, editado pela Fame, em 63, é uma autêntica pérola Rhythm’n’Soul, um desses temas que só encontram paralelo em clássicos decisivos como “It’s your voodoo working” de Charles Sheffield ou “Catch that teardrop” dos 5 Royales.

A sua extrema raridade faz com que a sua presença nas pistas do género não seja tão assídua como os temas que citei mas, por isso mesmo, incomparavelmente mais marcante.

Pode parecer estranho mas os Chain Reaction foram uma espécie de formação all-star.

Harold Sargent era o baterista dos míticos Wood, Brass and Steel, de onde também saíram o guitarrista Doug Wimbish e o baixista Skip MacDonald, figuras chave da Sugar Hill e da On-U Sound.

Bruce Ruffin, Dave Collins e Bobby Davis eram nomes marcantes do Rocksteady e do Reggae jamaicanos, colaboradores dos Techniques e de Lee Perry, que resolveram aventurar-se pelo território do Disco e do Boogie.

Enquanto Chain Reaction gravaram um Lp e vários singles, tanto em sete como em doze polegadas, para editoras como a Gull, a Blue Wave, a Sound of N.Y., a Destiny, a Jam Sessions ou a Regency III.

“Search for tomorrow”, editado pela Blue Wave em 79, com prensagens atribuídas a Chain Reaction e Hott Ice, é um autêntico Graal das cenas Modern Soul e Deep Disco. Um sete-polegadas raríssimo, que faz a diferença em qualquer clube esclarecido e é cobiçado pela nata dos Djs e colecionadores do género.

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De Matt Brown sabe-se que é nativo de Maicon, no estado da Georgia e sabe-se que gravou dois singles para a editora local, Jar-Val, e um para a Le Cam, todos pérolas da Soul dos 70.

“Thank you baby” é o seu derradeiro disco para a editora de Hampton Swain, companheiro de sempre do seu conterrâneo Otis Redding e vendedor de automóveis que fundou a Jar-Val, selo onde também pontificaram Jimmy Braswell e Nancy Butts.

Um exemplo supremo da perfeição crossover, tão característica do início dos 70, “Thank you baby” transformou-se num troféu da cena Soul, na década de 80, pelas mãos dos decisivos activistas de Stafford.

Mantém-se até hoje como uma cobiçada peça de coleção, tão disputada que, das poucas vezes que aparece uma cópia para venda, é necessário gastar no mínimo meio milhar para a assegurar.

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