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Poder Soul
8 – 12 de Fevereiro
8 de Fevereiro
Richard Temple
That Beatin’ Rhythm
Mirwood (1966)
Poucas canções sintetizam o universo do Northern Soul como “That beatin’ rhythm” que, talvez por isso mesmo, se tornou numa das principais bandeiras do movimento.
Editada pela Mirwood, em 1966, e assinada por Richard Temple, pseudónimo de Jimmy Conwell, líder das lendas de L.A. – The Exits – esta canção viria a contribuir decisivamente para o estatuto de culto do selo de Randy Wood, que é uma das pequenas editoras que, ao lado das “gigantes” Motown e Okeh, ajudou a moldar o mítico movimento nascido no norte de Inglaterra, abrindo o caminho para muitas outras.
A edição original deste hino é uma rara peça de coleção, mas durante as últimas décadas Jay-Boy, Contempo e Kent encarregaram-se de o tornar acessível a todos.
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Poder Soul
8 – 12 de Fevereiro
9 de Fevereiro
Angela Davis & The Mighty Chevelles
My love (Is So Strong)
Flaming Arrow
Aparentemente oriundos de Atlanta, os Mighty Chevelles estabeleceram-se em Detroit e estiveram em actividade cerca de 10 anos, tendo gravado vários singles e um Lp para a emblemática editora de Eugene Davis, Flaming Arrow.
Entre os seus vários sete-polegadas, deram voz a membros dos seus coros, como Gloria Walker e Angela Davis, em canções que marcariam a cena Funk local.
“My love (is so strong)”, assinado por Angela Davis é talvez o mais conseguido momento da sua carreira. Um coeso e tenso exercício funk, a exemplo do restante trabalho da banda, colorido por um intenso quase “spoken-word”, que o transforma num dos clássicos incontornáveis do chamado Sister Funk.
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Poder Soul
8 – 12 de Fevereiro
10 de Fevereiro
Ramsey & Company
Love Call
Ramco (1979)
Este projecto formado por Mainor Ramsey, no fim da década de 70, para actuar no circuito dos Supper Clubs das montanhas Catskills, no estado de Nova Iorque, Ramsey & Company gravou apenas um sete-polegadas.
Editado em 1979, num selo próprio, criado para o efeito – Ramco – este single nunca chegou ao circuito comercial, tendo, a sua pequeníssima tiragem, sido vendida nos espectacúlos da banda.
“Love call” viria a ser descoberto pela irrequieta cena Soul britânica, tornando-se imediatamente num enche pistas e numa arma secreta dos seus Djs de referência.
Sendo uma deliciosa fatia do mais alternativo Disco, não surpreende que, já a meio dos anos 90, se tivesse também transformado num tema fetish do florescente “revival” de que o género foi alvo, reaparecendo em força nas pistas de dança através de re-edits de gente como o mítico DJ Harvey.
O seu formato original seria finalmente reeditado pela inevitável Lotus Land, num single que também já se transformou num objecto de coleção.
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Poder Soul
8 – 12 de Fevereiro
11 de Fevereiro
The Vonns
So Many Days
King (1963)
São muitos os nomes históricos associados à King e ao grupo de editoras suas subsidiárias, geridas com punho de ferro por Syd Nathan, em Cincinnati.
James Brown, que até foi A&R da editora, e todos os seus colaboradores mais próximos, Hank Ballard, Freddy King, Lulu Reed, Little Willie John ou Johnny Guitar Watson são alguns dos muitos nomes que fazem parte deste impressionante império.
Isto não quer dizer que não existam outros nomes envoltos no maior dos mistérios.
Das The Vonns sabemos que são um grupo vocal feminino, provavelmente originário de Ohio, que gravou apenas um sete-polegadas para a King e desapareceu.
“So many days” é uma enorme canção que cruza Rhythm & Blues e Soul temperado de Gospel e, mesmo sendo assinada por um grupo menor da editora, permanece como um dos pontos mais altos do seu extraordinário catálogo.
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Poder Soul
8 – 12 de Fevereiro
12 de Fevereiro
Rokk
Patience
Tollie (1976)
Rokk é um sexteto de Los Angeles que teve uma fugaz carreira local a meio da década de 70.
Em 76 saiu o seu único sete-polegadas, na Tollie, selo que curiosamente nasceu doze anos antes para dar corpo à edição americana de “Twist and shout” dos Beatles. Nesse mesmo ano, os Rokk gravaram um Lp que ficaria esquecido num arquivo, à espera que a Numero Group o recuperasse, quase quatro décadas mais tarde, o que veio a determinar o fim do grupo, em 77.
“Patience”, que até teve algum destaque em L.A., mas não seguia a receita do Disco corporativista que começava a dominar o mercado, é hoje um Graal, na cena Modern Soul.
Esta grande canção, dominada pela flauta, é um daqueles temas que todos os colecionadores querem ter e, normalmente, troca de mãos por valores acima dos quatro algarismos, tal é a cobiça que desperta.