• Poder Soul

    7 dezembro 2020 – 11 dezembro 2020

    Segunda-feira

    Stevo

    Pay the price

    Oliva Cantú

    É um mistério como é que um disco de um projecto que juntou alguns dos maiores talentos de Atlanta, na Georgia, apenas vendeu algumas dezenas de cópias quando foi editado, como aconteceu com “Musica negra”, o ultra-colecionável Lp dos Stevo.

    É que este projecto, produzido por Calvin Arnold, uma das figuras chave da cena local, desde o fim da década de 60, quando fundou The Gardenias, junta gente como Tommy Stewart, o génio que, além de ter gravado clássicos como “Bump + hustle music”, escreveu hinos como “Lost in the crowd”, de Billy Byrd, Steve Milner e J.D. Morris, membros de bandas como The Spirit of Atlanta, Moses e Hambone, ou Harry Case e Curtis Mitchell, futuros colaboradores de Tony Troutman.

    “Musica negra” foi gravado em 1978 e editado pela independente Oliva Cantú e “Pay the price”, o seu tema de abertura, foi prensado em sete e em doze polegadas, pela G-K Productions, pela T.K. Records e pela Shield, tornando-se no cartão de visita deste mítico álbum.

    Um autêntico monstro Disco Funk, perfeito para aquecer qualquer pista de dança, que se transformou num clássico das cenas Rare Groove, Funk e Disco e deve fazer parte de qualquer coleção, agora que “Musica negra” foi reprensado, pela austriaca PMG.

     

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  • Poder Soul

    7 dezembro 2020 – 11 dezembro 2020

    Terça-feira

    Prophet Soul

    Kick the habit

    Saxton

    O misterioso projecto Prophet Soul é, aparentemente, mais uma aventura patrocinada por Sax Kari, um profícuo multi-intrumentista, líder de orquestra, compositor, produtor e editor, nascido em Chicago em 1920, que foi protagonista de todas as revoluções da música negra do século XX, desde os Rhythm + Blues ao Funk e ao Disco.

    Kari, que iniciou o seu percurso artístico, ainda criança, no meio de uma troupe vaudeville da Windy City e que andou por Detroit, por New Orleans, por Mobile e por Miami, tendo colaborado com nomes como Della Reese, The Falcons, Wilson Pickett, Danny White, Polka Dot Slim, Chris Kenner, George McCrae ou Little Beaver, entre muitos outros, criou duas marcas, entre a segunda metade dos anos 60 e a primeira dos 70.

    A Channel 1, onde editou o clássico de Francine King – “Two fools” – e a Saxton que, embora apenas tenha lançado dois sete-polegadas, deu igual número de hinos à cena Deep Funk, ambos assinados por bandas sobre as quais não se sabe absolutamente nada e que ficaram por aqui.

    “Kick the habit” dos Prophet Soul é um desses discos.

    Um enorme instrumental, dominado pelo orgão e sustentado por um groove sinuoso mas coeso, que foi introduzido na cena especializada por Keb Darge, a meio dos anos 90, e que, trocando de mãos por cerca de meio milhar, no seu formato original, foi incluído no primeiro volume da decisiva recolha que o Dj escocês fez, para a B.B.E. – “Legendary Deep Funk”.

     

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  • Poder Soul

    7 dezembro 2020 – 11 dezembro 2020

    Quarta-feira

    Gospel Comforters

    Yes God is real

    Marcs

    Baseado em Chicago, Gospel Comforters foi um colectivo de onze elementos, fundado por Dave Hampton, em 1973.

    O grupo distiguiu-se pela “sociedade” entre George Grady, um talentoso guitarrista e bluesman, nativo de Dekalb, no Mississippi, que, antes de se fixar na Windy City, havia tocado com nomes como Muddy Waters, Jimmy Reed, Willie Mabon ou os Five Du-Tones, e “Major” Haines, o seu dotado vocalista principal.

    Entre 75 e 77, os Gospel Comforters gravaram quatro singles, para a pequena Marcs e para a One Way, a Skyway e a Black Giant, marcas do grupo editorial local, fundado por Offe Reese, antes de assinarem contrato com a decisiva Champ Records, para lançarem “Noah’s ark”, o sólido e colecionável Lp com que fecharam o seu percurso.

    “Yes God is real” é o seu primeiro sete-polegadas e o maior dos vários hinos que nos deixaram.

    Uma incisiva canção Gospel Funk, rara e valiosa no seu formato original, que tem vindo a ganhar cada vez mais protagonismo nos mais progressivos clubes e que, felizmente, foi incluída em “Born again Funk”, um dos volumes da série da Numero Group – “Good God!”.

     

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  • Poder Soul

    7 dezembro 2020 – 11 dezembro 2020

    Quinta-feira

    David Peoples

    Got to get my broom out

    Saru

    Nativo de Cleveland, no Ohio, David Peoples era um popular cantor, que tinha uma concorrida residência na Sirrah House, um clube nocturno de referência que lhe devia parte da reputação, quando, em 1971, foi abordado por Chuck Brown, para gravar um single para a Saru, a decisiva independente que tinha fundado três anos antes e que, nessa altura, tinha a direção artística dos O’Jays.

    Até 73, Peoples editaria dois sete-polegadas, através da Saru e da Musicor, que nunca tiveram o êxito necessário para lhe financiar o seu mercedes azul bebé, nem o estilo de vida opulento que levava, e que, depois de se revelar parte de um esquema de lavagem de dinheiro, investigado pelas autoridades federais, levou ao seu súbito desaparecimento.

    Escrito e produzido por elementos dos O’Jays, para a marca de Chuck Brown – “Got to get my broom out” – é o seu disco de estreia e o seu momento supremo, aquele que lhe garantiu um lugar na história da melhor música negra.

    Uma verdadeira pérola Crossover, interpretada por um predestinado e alimentada por um maravilhoso contraste entre a riqueza dos seus arranjos e a forma crua como foi registada, que se transformou num objecto de coleção e faz parte da recolha que a Numero Group dedicou à Saru, na série “Eccentric Soul”.

     

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  • Poder Soul

    7 dezembro 2020 – 11 dezembro 2020

    Sexta-feira

    Carol Dionne

    I’m in love with you

    Gateway

    É escassa a informação biográfica disponível acerca de Carol Dionne.

    Sabe-se que será nativa de East St. Louis, que esteve activa nos primeiros anos da década de 80 e que gravou dois singles para a Gateway, uma das marcas de culto criadas por Allan Merry, como forma de partilhar os resultados da sua iniciativa – Young Disciples – que, sediada no South End Neighborhood Opportunity Center, se propunha, manter os jovens afastados das ruas violentas daquela cidade e da criminalidade que lhes estava associada e que, desde a segunda metade dos anos 60, esteve na génese de hinos de nomes como The Young Disciples + Co., The Debonettes ou Third Flight, entre outros.

    Gravado em 81, “I’m in love with you”, foi o seu derradeiro single, prensado em sete e em doze-polegadas, e, não sendo tão disputado como “I need you”, o seu disco de estreia, que conta com a colaboração do lendário Oliver Sain, foi a sua maior contribuição para as pistas de dança.

    Uma deliciosa canção Disco Soul, temperada pelo Jazz, com uma produção, uns arranjos e uma interpretação de altíssimo nível, que podem ser apreciados em todo o seu esplendor na versão mais longa do maxi, que hoje vos trago e que se transformou num clássico obrigatório nos mais esclarecidos e progressivos clubes da cena especializada.

     

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