• Poder Soul

    5 outubro 2020 – 9 outubro 2020

    Segunda-feira

    Doris Duke

    Woman of the Ghetto

    SAM

    Doris Duke nasceu em Sandersville, na Georgia, em 1941.

    Como tantas outras grandes vozes da sua geração, começou por cantar Gospel, tendo integrado os populares Caravans, numa altura em que Loleatta Holloway também fazia parte do grupo.

    Depois de ter ido procurar a sua oportunidade em Nova Iorque, em 63, e de ter participado nos coros de algumas sessões de gravação e de uns quantos concertos no mítico Apollo Theatre, estreou-se em disco, em 68, com um single editado pela Jay Boy e creditado a Doris Willingham, o seu nome de casada.

    No ano seguinte, foi contratada por Swamp Dogg, para a recém-formada Canyon, marca de culto de L.A., fundada por Wally Roker, tendo iniciado um percurso, enquanto Doris Duke, que, até 75, nos deu três Lps e cerca de uma dezena de singles.

    Gravado em 75, como tema de abertura de “Woman”, o seu derradeiro longa-duração, e prensado num sete-polegadas, pela importante editora de Sam Weiss – SAM Records – “Woman of the Ghetto” é o seu mais excepcional momento.

    Uma tremenda versão midtempo do clássico assinado por Marlena Shaw, seis anos antes, que leva esta imensa canção para o território da mais Funky Soul, amplificando o seu apelo de pista de dança, e que é obrigatória em qualquer coleção que pretenda cobrir a melhor música negra dos anos 70.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    5 outubro 2020 – 9 outubro 2020

    Terça-feira

    Pervis Lee

    You don’t care

    Private Pressing

    Nativo de Charlotte, na Carolina do Norte, Pervis Lee foi um versátil guitarrista e cantor que, apesar de apenas ter gravado dois Lps, na viragem dos 60 para os 70, se manteve em actividade quase cinco décadas, tendo gozado de bastante notariedade local.

    É que este talentoso artista, que se sentia igualmente à vontade em géneros tão diversos como os Rhythm + Blues, a Folk, o Gospel, a Soul e até o Calypso, nunca parou de actuar em clubes nocturnos e sociais, festas privadas e pequenos festivais, em todo o Sudoeste, até ao início do novo milénio, mesmo quando, durante o dia, foi motorista de vários CEOs do North Carolina National Bank.

    “You don’t care”, que foi gravada para ambos os álbuns que editou, primeiro nos Reflection Sound Studios, para “Himself” e, logo a seguir, nos Arthur Smith Studios, para “Leeway”, é uma verdadeira obra-prima, que lhe garantiu um lugar de culto no seio da cena especializada.

    Uma imensa e profunda canção, que cruza de forma genial Rhythm + Blues, Soul e Gospel e que, desde que foi introduzida nas pistas de dança, tem levado à loucura os mais ambiciosos Djs e colecionadores, tendo, recentemente, sido alvo de duas reprensagens em single, uma em 2014 e outra já este ano.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    5 outubro 2020 – 9 outubro 2020

    Quarta-feira

    The Organization

    Smokey feeling

    Wirl

    Formados por Lloyd Wilson, Len Thomas, Michael Bishop, Smokey Burke, Keith Ellis, Elridge Best e Michael Roett, no princípio dos anos 70, The Organization, foi uma das mais coesas e competentes bandas dos Barbados, tendo tido um papel de relevo na verdadeira revolução músical operada naquela ilha das Caraíbas, nessa década.

    Além de serem uma presença assídua na sua vida nocturna, com uma mistura explosiva de géneros locais, como o Spouge ou o Calypso, com Soul e Funk, os Organization, que também acompanharam nomes como Clarence Thompson e Richard Stoute, em momentos chave, gravaram um single e um Lp, para a Merry Disc e para a Wirl, ambos em 1974.

    “Smokey feeling”, que aparentemente deve o seu título ao nome do baterista – Smokey Burke – é um dos temas de “Creative Sounds of the Organization”, o seu ultra-colecionável Lp, e a única incursão do disco ao território do Funk e uma autêntica bomba.

    Um explosivo e contagiante instrumental, com um groove certeiro, uma incisiva secção de sopros e um notável trabalho de teclados, com enfâse para o surpreendente uso do Moog, que rebenta qualquer pista de dança e soa, hoje, tão bem como foi gravado.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    5 outubro 2020 – 9 outubro 2020

    Quinta-feira

    Oakland Express

    Puss Pt.1

    Oaktown

    Greg Crockett é um dotado guitarrista, compositor e produtor, nativo de Oakland, na Califórnia, que, embora tenha uma curtíssima discografia, em nome próprio, foi um protagonista de peso da cena músical da Baía de San Francisco, durante as décadas de 70 e 80.

    Começou a tocar com apenas sete anos e, incentivado por Berry Gordy, que via nele um talento muito acima da média, aos doze já pisava os palcos, para seis anos mais tarde começar a ser recrutado para actuar e participar em sessões de gravação de nomes como Marvin Gaye, Bobby Womack, George Clinton, Pointer Sisters, Tower of Power, Sylvester, Two Tons of Fun, Charles Earland, Bar-Kays ou Jeanie Tracy, entre muitos outros.

    Em 1981, juntou-se aos parceiros locais Ron E. Beck, John Truk e Fulton Tashombe, para formar os Oakland Express e gravar um colecionável sete-polegadas, para a Oaktown Records, editora aparentemente criada para o efeito.

    “Puss”, que também teve uma prensagem creditada a Gregg Crockett, é uma incendiária canção, que leva qualquer pista de dança ao delírio, tem presença obrigatória nas malas dos mais progressivos Djs Soul, Funk, Disco e Boogie e foi, recentemente, incluída no alinhamento do primeiro volume da série “Can you feel it?”, editada pela omnipresente Tramp.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    5 outubro 2020 – 9 outubro 2020

    Sexta-feira

    Brenda Jones

    Big mistake

    Mercury

    Brenda Lee Jones foi uma cantora, oriunda de Dayton, no Ohio, que, entre o fim dos anos 50 e o princípio dos 80, assinou alguns clássicos das cenas Rhythm + Blues e Soul.

    Inicíou o seu percurso discográfico como metade do duo Dean + Jean, formado com Welton Young, com quem se estreou em disco, em 1958. 

    Até 66, a dupla gravou cerca de uma dúzia de singles, para a Ember, a Rust e a Tee-Pee, alguns dos quais tiveram sucesso suficiente para serem lançados em França e em Itália, através da Disques Vogue e da Festival.

    Depois da carreira de Dean + Jean ter chegado ao fim, Brenda Lee Jones gravou mais dois sete-polegadas, para a Rust, até ter decidido fazer uma sabática, entre 68 e 71, para se dedicar, em exclusivo, a um filho que havia adoptado, quando percebeu que tinha um grave problema de fertilidade.

    Regressou à vida artística em 72, tendo fundado os Coconut Love, banda com quem, dois anos mais tarde, editou o primeiro dos seus dois discos para a Mercury.

    Ainda voltou a estúdio, em 1976, para dar voz a um tema de Richard Groove Holmes, e em 83, para registar o seu último disco, um Lp Gospel, creditado a Brenda Melson.

    “Big mistake” é o lado B do derradeiro disco que gravou para a Mercury, em 74, e uma verdadeira obra-prima Crossover.

    Um deliciosa canção, com uma produção, uma intrepretação e uns arranjos imaculados, que se transformou num troféu só ao alcance dos mais abastados Djs e colecionadores, até há um par de meses, quando teve uma bela reedição oficial, por iniciativa da Expansion.

     

    ▶️ OUVIR