• Poder Soul

    28 setembro 2020 – 2 outubro 2020

    Segunda-feira

    Delores Fuller

    One more chance Lord

    Intro

    Nativa do Bronx, em Nova Iorque, Delores Fuller é uma dotada cantora Gospel, que se mantém activa desde a segunda metade da década de 70.

    Iníciou o seu percurso artístico como voz principal dos Mt. Zion Specials e teve a sua primeira experiência de estúdio a cantar o solo de “Judgment Day”, um dos temas de “The Gathering”, Lp do New York Community Choir, editado pela Mirrh, em 1981.

    Dois anos mais tarde arrancou para uma curta e intermitente carreira discográfica que, até aos nossos dias, se reflectiu em três álbuns e dois singles, que lhe renderam o prémio de Best Female Gospel Singer, atríbuido pela New York Gospel Academy, em 1990, e nos deram um par de clássicos.

    Gravado em 83, para a Intro Records, “One more chance Lord” é o seu sete-polegadas de estreia, uma das faixas do ultra-colecionável Lp – “God’s love” – e, para mim, o seu mais genial momento.

    Uma imensa canção Gospel Soul, contaminada pelo Disco, que mostra bem o seu tremendo talento e se transformou num cobiçado troféu na cena especializada que, felizmente, foi incluído no primeiro volume da série da Cultures of Soul – “Divine Disco” – assinada por Greg Belson, um dos maiores activistas do género.

     

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  • Poder Soul

    28 setembro 2020 – 2 outubro 2020

    Terça-feira

    Mel-O-Madnezz

    Beautiful day

    R.S.P.

    Os Mel-O-Madnezz são uma banda Soul Jazz oriunda de Charlotte, na Carolina do Norte, sobre a qual se sabe pouco, embora ainda toquem no circuito local.

    Formado durante os anos 70, o grupo era um verdadeiro fenómeno, ao vivo, esgotando clubes em todo o sudeste e midoeste dos Estados Unidos, com uma mistura explosiva de versões de temas dos Earth, Wind + Fire, Ohio Players, Kool + The Gang, KC + The Sunshine Band, Grover Washington Jr., Freddie Hubbard ou Hugh Masekela, com originais de igual qualidade.  

    Ainda assim, apenas gravou um sete-polegadas, nos Reflection Sound Studios, para a misteriosa independente local R.S.P. Records, cujos lançamentos também ficaram por aqui.

    “Beautiful day” é o lado b do double-sider, que tem o monstro Funk – “What you getting high on” – na face oposta, e uma verdadeira obra-prima Crossover.

    Uma enorme canção, que cruza Soul e Funk, com uma apurada sensibilidade jazzística, se transformou num autêntico Graal da cena especializada e foi reprensada, pela Tramp, em 2017, num single que também já é objecto de coleção.

     

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  • Poder Soul

    28 setembro 2020 – 2 outubro 2020

    Quarta-feira

    The Rappers

    Krunchberry beast

    Roach

    É escassa a informação biográfica disponível acerca destes Rappers.

    Presume-se que sejam oriundos de Inglewood, na Califórnia, que tenham nascido nos primeiros anos da década de 70 e que terão sido fundados e liderados por Maurice Hayes, o compositor, cantor e baixista que se viria a distinguir com os Prime Time e a colaborar com nomes de sucesso, como a Gap Band ou Yarbrough + Peoples.

    Gravaram apenas um single, em 1973, para a independente local – Roach Records – e desapareceram, sem deixar rasto.

    “Krunchberry beast” é o lado b desse sete-polegadas, que tem o colecionável Sweet Soul – “I’ve tried” – na face oposta, e um verdadeiro clássico Deep Funk.

    Um podersoso e contagiante instrumental, que nunca falha quando lançado numa pista de dança e que, desde que foi introduzido nos clubes especializados por Keb Darge, a meio dos anos 90, leva à loucura os mais progressivos Djs e colecionadores.

     

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    28 setembro 2020 – 2 outubro 2020

    Quinta-feira

    Ebonystic

    Ain't it good to you

    Scream

    Ebonystic foi o primeiro projecto de Lester Smalls, um cantor e compositor, nativo de Aiken, na Carolina do Norte, que já foi alvo de destaque no Poder Soul, como mentor dos Hearts of Fire.

    Formada no princípio dos anos 70, esta banda viria a fixar-se na vizinha Augusta, no estado da Georgia, cidade de onde eram oriundos a maior parte dos músicos recrutados por Lester Smalls e onde viria a gravar o seu único disco, em 1974, antes de se transformar nos, já mencionados, Hearts of Fire que, entre 77 e 84, editariam mais três singles, o último dos quais – “Let’s party all night” – já vos apresentei.

    Editado pela colecionável Scream, “Ain’t it good to you” foi produzido pelo crucial Calvin Arnold, importante produtor, compositor, guitarrista e cantor local que, além de ter fundado os míticos Gardenias, dirigiu sessões históricas de nomes de culto como The Shepperd Bros., Freddie Terrell + The Soul Expedition Band, Billy Byrd, Stevo ou a I-20 Connection e é um autêntico monstro Funky Soul.

    Uma grande canção, claramente inspirada em James Brown, que tem gerado a loucura dos mais ambiciosos Djs e colecionadores, desde que foi introduzida na cena especializada, já neste milénio, trocando de mãos por cerca de meio milhar, e que foi, finalmente, reprensada pela austriaca Everland Records, em 2018, para júbilo de todos os amantes da melhor música negra.

     

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  • Poder Soul

    28 setembro 2020 – 2 outubro 2020

    Sexta-feira

    Jonathan Capree

    Gonna build me a mountain (way up high)

    Ox Bow

    Jonathan Capree é um pseudónimo de Johnny Capers Jr., um compositor, trompetista e cantor, nascido no Bronx, que, com apenas 14 anos, começou a sua carreira a meio da década de 50 e ainda se mantém activo, tocando e gravando Jazz, a partir de Virginia Beach, onde se fixou.

    Deu os primeiros passos na companhia de três irmãs, com quem  formou The Capers, um grupo Doo Wop que, entre 1958 e 59, gravou dois singles, para a Vee Jay.

    A sua segunda experiência foi, ainda, de âmbito familiar, quando se juntou aos seus irmãos – Arnold e Alfie – nos Caper Brothers, tendo voltado a editar um par de singles, através da Roulette, em 65.

    Terá sido na segunda metade da década de 60 que, por razões que se desconhecem, adoptou o nome Jonathan Capree, para assinar os seus dois últimos discos, anteriores à era digital: um para a Mini outro para a Ox Bow, duas misteriosas independentes que não registam mais nenhum lançamento.

    Apesar de ter suspenso as suas idas a estúdio, Johnny Caper Jr. manteve uma intensa presença em palcos de todos os Estados Unidos, tocando ao lado de nomes como Duke Ellington ou Sarah Vaughn, participando em inúmeros programas televisivos e, até, actuando na investidura presidencial de Nixon.

    Editado pela Ox Bow, “Gonna build me a mountain (way up high)” foi um dos dois sete-polegadas que gravou enquanto Jonathan Capree e o seu momento de génio.

    Uma demolidora canção, que mistura, com uma mestria única, Rhythm + Blues, Soul e Gospel e que, desde que foi introduzida nas pistas de dança, em 2005, por Mik Parry e Paul Sadot, se transformou num dos mais desejados discos da última década e meia, com as escassas cópias que se conhecem a trocarem de mãos por vários milhares.

    Foi, recentemente, alvo de um bootleg que se revelou a única forma possível de a partilhar.

     

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