• Poder Soul

    28 de Março – 1 de Abril

    28 de Março

    Billy Hawks

    O baby (I do believe I'm losing you)

    Prestige / Stateside (1968)

    Billy Hawks é um organista, oriundo de Richmond, na Virginia que, depois de se mudar para Filadélfia, para formar um trio, percorreu quase toda a East Coast, antes de assinar contrato com a Prestige.

    Entre 67 e 68 editou dois álbuns para a mítica editora, para desaparecer logo a seguir.

    Cerca de 20 anos mais tarde, “Heavy Soul”, o seu segundo e derradeiro disco, foi recuperado pela emergente cena a que viríamos a chamar Acid Jazz. Como consequência “O baby (I do believe I’m losing you)” tornou-se num clássico nas pistas alimentadas pelo Jazz e foi até samplado pelos US3.

    Esta imensa canção que cruza, de forma extremamente original, Jazz, Soul e Funk, viria a ganhar uma nova vida e a tornar-se num Graal da cena Mod quando, ao contrário do que se julgava, se descobriu que tinha saído em sete-polegadas, através de um e.p. da Stateside francesa.

    Este raro e precioso pedaço de vinil é alvo de uma caça desenfreada, no seio da, esteticamente mais rigorosa mas musicalmente mais fragmentada, cena de todos os movimentos retro actuais.

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    28 de Março – 1 de Abril

    29 de Março

    Sandi & Matues

    The world pt. 1

    Mates (197?)

    Não se sabe bem quantas cópias originais desta bomba Soul Funk existem por aí, mas parecem não ser muitas mais do que os dedos de uma mão. Não é de admirar portanto que as duas únicas que, até hoje, chegaram ao Ebay tenham sido vendidas por valores que rondam os 4.000 Euros.

    Também não se sabe quase nada sobre estes Sandi & Matues. Sabe-se apenas que são Sandi Blair e Matthew Berry, que o selo Matues será a sua própria editora e que, além de “The world”, lançou mais um single da primeira.

    “The world” foi mais um daqueles monstruosos temas descobertos por Keb Darge, tendo-se tornado numa marca dos seus sets, na década de 90, e motivo de muita inveja.

    A Jazzman encarregou-se de o re-editar, em 2000, tornando esta verdadeira obra-prima acessível a todos os aficionados.

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    28 de Março – 1 de Abril

    30 de Março

    Family of Eve

    I want to be loved by you

    Jeree (1980

    Os Family of Eve tiveram uma longa e profícua carreira nos clubes de Pittsburg, na Pensilvânia, a sua cidade natal.

    Embora só tenha editado dois singles, ambos em 1980, para o selo local Jeree Records, a banda manteve-se activa mais de 25 anos.

    O seu primeiro disco – “I wanna be loved by you” – é uma potente canção Disco Soul, gravada num estúdio onde Nile Rodgers captava talento, que teve um tremendo sucesso local, mas passou despercebida ao milionário guitarrista do Chic e não catapultou os Family of Eve para outros vôos.

    Foi recuperada pela cena Rare Groove britânica e re-editada pela Full Sail, sem mudar o destino da banda, tendo-se transformado num clássico das pistas alimentadas pela melhor Soul.

    O crescente interesse de que foi alvo fez com que, já neste século, voltasse a ser prensado pela Lotus Land. Ainda assim todas estas edições são hoje altamente colecionáveis.

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    28 de Março – 1 de Abril

    31 de Março

    Ernest Mosley

    Stubborn heart

    La-Cindy (1967)

    Embora se tenha transformado, nos anos 70, num hino incontornável do Wigan Casino e da Blackpool Mecca, “Stubborn heart” foge completamente à forte formatação dos clássicos do Northern Soul.

    O único disco editado por Ernest Mosley, em 1967, através da La-Cindy, mantém demasiadas raízes Rhythm & Blues e energia Funk, para encaixar no som mais estereotipado do movimento britânico e, ainda assim, transformou-se num troféu que levava Djs a despenderem milhares para o assegurarem.

    Nos últimos anos, e desta vez compreensivelmente, voltou a ser reactivado nas diversas cenas retro, da Soul à Rhythm & Blues, passando pela Mod, acabando re-editado pela Fryers.

    Só não se percebe como é que uma voz como a de Ernest Mosley ficou por aqui…

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  • Poder Soul

    28 de Março – 1 de Abril

    1 de Abril

    Joe Tex

    I wanna be free

    Dial (1963)

    Oriundo do Texas, Joe Tex teve uma consistente carreira de mais de duas décadas, sendo uma das mais bem sucedidas lendas da Soul dos 60.

    Editou inúmeros álbuns e singles para editoras decisivas como a King, a Checker, a Dial, a Sue e a Atlantic, entre outras. Ocupou várias vezes os lugares cimeiros das tabelas de vendas. E deixou-nos uma mão cheia de clássicos, tanto mainstream como mais obscuros.

    “I wanna be free”, gravado em 63 para a Dial, faz parte do segundo grupo.

    Esta grande canção Soul, com evidentes raízes nos Rhythm & Blues, é um caso raro de persistência nas pistas de dança especializadas.

    Desde os primórdios do Northern Soul ao mais recente revival Mod e Rhythm’n’Soul, não há Dj de referência que prescinda deste hino que, por isso mesmo, se mantem uma cobiçada peça de coleção.

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