• Poder Soul

    27 abril 2020 – 1 maio 2020

    Segunda-feira

    The Williams Sisters

    He’s got everything you need

    Jewel

    É muito pouco aquilo que se sabe acerca destas Williams Sisters.

    Sabe-se que foi um grupo Gospel familiar oriundo de Lexington, no Mississippi, que esteve activo a meio da década de 60 e que apenas gravou três singles, para a Acquarian, a Jewel e a Richburg.

    Terão sido mais uma das decobertas do produtor e editor Calvin C. Brown, fundador da Acquarian e, mais tarde, já no Arkansas, da Soul Beat, responsável pela edição de alguns lados marcantes de nomes como Calvin Leavy, Sherman Willis, Willie Morganfield, Willie Cobbs, Vera Cobb, T.J. Caldwell, assim como pela obra-prima de Rev. Harvey Gates – “Price of love” – que, recentemente, foi alvo de destaque aqui no Poder Soul.

    Gravada em 1965 e produzida por Calvin C. Brown, “He’s got everything you need” foi editada através da Jewel, importante marca fundada três anos antes por Stanley Lewis, também responsável pelas cruciais Paula, Ronn, Whit e Soul Power e é a sua grande contribuição para a cena especializada.

    Um intenso e incisivo cruzamento entre Gospel e Rhythm & Blues, que nunca falha quando lançado numa pista de dança e se tornou num colecionável clássico, em vários quadrantes da cena retro.

     

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  • Poder Soul

    27 abril 2020 – 1 maio 2020

    Terça-feira

    The Sheppard Bros.

    If she don’t want you to have it you can’t get it

    Mojo

    Também é escassa a informação biográfica disponível acerca dos Sheppard Bros.

    Esta misteriosa banda, que foi protagonista da cena Garage de Atlanta, na viragem dos 60 para os 70, gravou quatro sete-polegadas para as independentes locais – Mojo, World Wide, Gaye e Baby – todos verdadeiros hinos das cenas Deep Funk e Soul, raríssimos e altamente colecionáveis.

    Registado em 1969, “If she don’t wan’t you to have it you can’t get it” foi produzido por Calvin Arnold e editado pela Mojo, pequena marca que parece estar ligada a esta lenda da Southern Soul que, depois de ter fundado The Gardenias, teve uma sólida carreira em nome próprio, para além de ter trabalhado com nomes como Rufus Thomas, Freddie Terrell e a Soul Expedition Band, Billy Byrd ou Ebonystic.

    Uma explosiva canção Funk, temperada pelo psicadelismo, que foi reeditada pela Everland, no ano passado, tornando-se na única das suas preciosas pérolas a ficar acessível a todos os apaixonados da melhor música negra que, como eu, não têm os meios para tentar assegurar um original.

     

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    27 abril 2020 – 1 maio 2020

    Quarta-feira

    The Headliners

    Little sister

    Super M

    Estes enigmáticos protegidos de Walt Maddox apenas gravaram um disco, antes de desaparecerem sem deixar rasto.

    Activista da cena Soul de Pittsburgh, na Pensilvânia, Maddox juntou-se aos Marcels, em 1961, grupo Doo-Wop com quem viria a ter uma carreira de sucesso, reflectida na gravação de um Lp e algumas dezenas de singles, maioritáriamente editados pela Colpix.

    Em 1975, na sequência do fim da sua colaboração de com Bill Lawrence, que marcou a sua primeira incursão no mundo editorial, com a Salvation Army, e com os Marcels em sabática, decidiu fundar a Super M, uma pequena independente que, nos sete anos que se seguiram, além de ter servido de plataforma para lançar o seu trabalho, revelou talentos locais, como os Blacklove e estes Headliners.

    Gravado no primeiro ano de vida da marca, “Little sister” foi o único sete-polegadas editado pelos Headliners e o mais notável e cobiçado disco da independente.

    Uma verdadeira obra-prima Funky Soul, que se transformou numa arma certeira entre os mais progressivos Djs da cena especializada e que, tendo atingido uma cotação ao alcance de poucos, no seu formato original, acabou de ser reprensada pela germânica Tramp.

     

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  • Poder Soul

    27 abril 2020 – 1 maio 2020

    Quinta-feira

    Aura

    Yesterday’s love

    Fusion Music, Inc.

    Os Aura foram um dos mais importantes grupos Jazz Funk e Soul havaianos.

    Formados a meio da década de 60, por Del, Vince, Christine, Dennis, Michael, Brian, Beverly e Clifton – oito irmãos Mendoza, uma família de origem Filipina, que vivia em Waipahu – os Aura começaram por se chamar The Nomads e por tocar versões em pequenas festas, bailes escolares e batalhas de bandas.

    Em 73, ainda como The Nomads, dedicaram-se ao circuito militar e a pequenas residências em clubes nocturnos locais, consolidando uma forma muito própria e competente de tocarem os grandes clássicos Rhythm & Blues e Jazz, numa altura em que quase todas as bandas da ilha se tinham rendido à Pop e ao Rock, conseguindo distinguir-se e terem a oportunidade de, em 1976, actuarem no The Point After, a discoteca de referência de Honolulu, aquele onde todos queriam chegar.

    Mantiveram um residência de quase dez anos no mítico clube, transformando-se numa das mais populares e marcantes bandas daquela ilha do pacifico.

    Em 79, editaram um Lp e dois singles, todos objectos de coleção, na sequência de uma série de sessões no Broad Recording Studio, dirigidas por Gary Shimabukuro que, na mesma altura, produziu Mike Lundy, neste espaço onde os Lemuria também fizeram história.

    “Yesterday’s love”, que também foi prensado no lado b de “I’ll remember you”, outro dos seus hinos, é um dos temas de eleição desse tremendo álbum, homónimo, editado pela Fusion Music, Inc..

    Um deliciosa canção Soul, contaminada pelo Jazz, que não deve nada aos melhores momentos dos Earth, Wind + Fire ou dos Tower of Power, que se transformou num clássico incontornável da cena especializada e que, me 2016, foi oportunamente recuperada pela Aloha Go Soul, quando decidiu reprensar o seu extraordinário Lp.

     

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  • Poder Soul

    27 abril 2020 – 1 maio 2020

    Sexta-feira

    Bob Williams

    I’m alright (Part One)

    Nad-Lyn

    Bob Williams nasceu em 1946, em Montego Bay, na Jamaica.

    No fim da década de 60, a exemplo do que aconteceu com um numero significativo de artistas das Caraíbas, decidiu emigrar para o Canadá, na companhia do seu amigo Jimmy Wisdom, com quem viria a formar o duo Bob + Wisdom, que gravaria um single, em 1972, antes de ser recrutado pelos Silhouettes, de Doug Riley, de colaborar com o genial Wayne McGhie e de cantar com os prestigiados Jo-Jo + The Fugitives, acabando por integrar a nata de músicos oriundos das ilhas que dominavam a cena músical de Toronto.

    No final dos anos 70, depois do seu parceiro de sempre ter abandonado a actividade artistica, Bob Williams iniciou um curto percurso em nome próprio que, entre 79 e 81, nos deu dois singles, editados pelas independentes Nad-Lyn e GP Production.

    “I’m alright” é o primeiro desse par de sete-polegadas e, de longe, o seu mais genial momento, aquele que lhe assegurou um lugar na história.

    Uma autêntica bomba Disco Soul que tem levado à loucura os mais irrequietos Djs e colecionadores, desde que foi introduzida na cena especializada e que, em 2010, foi incluída na recolha de Al Kent – “Disco Love” – sob a forma de um re-edit e reprensada num apetecível maxi, pela First Choice Records.

     

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