• Poder Soul

    25 – 29 de Abril

    25 de Abril

    Skip Mahoaney + The Casuals

    Town called no-where

    DC International (1974)

    Os Casuals nasceram numa festa de bairro em Washington D.C., em 1965, cessaram a sua actividade em 79 e voltaram a juntar-se em 94, para nunca mais pararem de pisar os palcos.

    Entre 73 e 76, gravaram dois Lps e sete singles para a DC International e para a Abet, todos com assinalável sucesso estadual e pobre reflexo nacional.

    “Town called no-where” é uma das canções do seu primeiro álbum Your funny moods, que também teve uma edição em sete-polegadas.

    Esta obra-prima do melhor Funky Soul, característico da primeira metade da década de 70, tem feito as delícias das pistas do género e transformou-se num clássico.

    A versão que aqui apresento é a do LP – primeiro porque tem uma daquelas maravilhosas intros faladas de que tanto gosto, que não consta da versão single, e depois porque Your funny moods é um daqueles álbuns que deve fazer parte da discografia obrigatória de todos os aficionados da Soul.

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    25 – 29 de Abril

    26 de Abril

    Marie Queenie Lyons

    See and don’t see

    DeLuxe (1969)

    Marie Queenie Lyons tem tudo para ser uma artista de culto.

    Nascida em Archibald, no Louisiana, fez, durante grande parte dos anos 60, o duro circuito Chitlin’ do sul dos Estados Unidos, assegurando os coros de nomes como King Curtis, Fats Domino, Jackie Wilson e James Brown. No fim da década, consegue finalmente uma oportunidade e assina pela DeLuxe, subsidiária da King que tinha, nesta altura, o “Godfather of Soul” como A&R.

    Grava dois singles em 69, que servem de avanço ao seu único e extraordinário álbum, “Soul fever”, editado um ano mais tarde para, logo a seguir, desaparecer.

    “See and don’t see” é o seu segundo single e, tal como o primeiro, uma espantosa versão de “Fever”, faz parte do alinhamento deste histórico Lp.

    Marie Queenie Lyons tinha o estofo das grandes divas, estando à altura de Marva Whitney, Lyn Collins ou Vicki Anderson, pelo que o seu desaparecimento é algo de inexplicável mas que alimenta o seu estatuto de culto.

    Soul Fever é um disco quase perfeito, o longa-duração que nenhuma das suas mais famosas contemporâneas foi capaz de assinar.

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    25 – 29 de Abril

    27 de Abril

    Bill Thomas + The Fendells

    Southern fried chicken pt.1

    Savoy (1966)

    As facetas gastronómicas do frango foram uma espécie de tema fetish de um número apreciável de artistas Soul e Funk, durante a década de 60.

    Desde “Funky chicken” de Rufus Thomas a “Finger lickin’ chicken” dos Radors, são inúmeras as elegias à galinha.

    “Southern fried chicken” dos misteriosos Bill Thomas and The Fendells é talvez a mais suprema dessas dedicatórias.

    Um break emblemático, um groove coeso e certeiro, a que se juntam uma guitarra, sopros e Hammond irrepreensíveis, servem de base a uma deliciosa narrativa “spoken word”. Assim se faz um clássico…

    Southern fried chicken foi editado pelo histórico selo de Blues – Savoy – em 1966 e é único disco de Bill Thomas and The Fendells.

    Começou a animar as pistas de dança no fim da década de 80, com o advento do chamado Rare Groove. Desde aí, tem acumulado adeptos, quer na cena Deep Funk quer na cena Mod, onde se transformou num hino.

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    25 – 29 de Abril

    28 de Abril

    The Groove Merchants

    There’s got to be someone for me

    Suemi (1970)

    Lou Pride nasceu em Chicago, mudou-se para El Paso e regressou à sua cidade natal.

    Começou por dar nas vistas no Liceu; teve uma banda na Alemanha, onde cumpriu o serviço militar; gravou os mais marcantes singles da Suemi, editora de Kenny Smith; trabalhou com Willie Mitchell e com Curtis Mayfield e manteve-se em actividade até ao ano da sua morte, 2012.

    “There’s got to be someone for me” é o seu primeiro sete-polegadas para o selo do seu amigo Kenny Smith, com base em El Paso. Gravado com uma banda que estava de passagem no estúdio, foi creditado a The Groove Merchants, nome que Smith associava a Lou Pride.

    Este clássico de Funky Soul, do qual apenas foram prensadas 500 cópias, é um dos mais cobiçados discos do género e faz as delícias tantos dos adeptos de Funk como dos da Soul.

    O material que Lou Pride gravou para a emblemática editora texana, Suemi, foi, há cerca de uma década, reunido pela Jazzman, tornando-se acessível a todos e contendo, também, a sua espantosa versão de “It’s a man’s world”, gravada em Memphis, com a secção rítmica da Hi que, a seu tempo, terá o devido destaque no Poder Soul.

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    25 – 29 de Abril

    29 de Abril

    Deep South Dance Band

    Don’t it make you feel good

    IPM (1978)

    Sabe-se que a Deep South Dance Band é um grupo liderado por Carson Whitsett, de Jackson, que editou dois singles, em 78, através do sue próprio selo, IPM – Independent Producers of Mississipi.

    Não se sabe mais nada…

    “Don’t it make you feel good” foi o seu primeiro lançamento e o único que persiste, ainda hoje, nas pistas dos clubes de Deep Disco e Modern Soul.

    Este sete-polegadas é um enérgico cruzamento entre Funk e Disco, que prenuncia o melhor Boogie, que viria a ser a marca dos primeiros anos da década de oitenta.

    Embora não seja um disco raro, é um valor seguro nos clubes mais ambiciosos da especialidade, provando que não só os temas incomportáveis que valem a pena.

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