• Poder Soul

    22 novembro 2021 – 26 novembro 2021

    Segunda-feira

    Richard Rome

    Ghost A’ Go Go

    Fayette

    Nascido em Filadélfia, em 1930, Richard Rome foi um bem-sucedido compositor, arranjador e produtor, que começou por participar na revolução Soul daquela profícua cidade, para vir a criar, em parceria com Jaques Morali, um dos mais questionáveis colectivos Disco da história: a Ritchie Family.

    Iníciou o seu percurso artístico no fim dos anos 50, tendo desempenhado um papel de relevo em gravações de nomes como Patti LaBelle, Yvonne Baker, Rubin, The Three Degrees, Brenda + The Tabulations, The Vibrations, The O’Jays ou Bunny Sigler, entre muitos outros.

    Em nome próprio, para além do projecto Disco experimental – African Suite – Richard Rome gravou cinco singles e um Lp, entre 1958 e 80.

    Editado em 65, pela Fayette, “Ghost A’ Go Go” é um desses sete-polegadas e a sua grande contribuição para a cena Funk.

    Um grande instrumental, que cruza de forma surpreendente Jazz, Exótica, Rhythm + Blues e Funk, que foi lançado nas pistas de dança por Keb Darge e desde aí tem feito as delícias dos clubes de vários sectores do movimento retro.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 novembro 2021 – 26 novembro 2021

    Terça-feira

    Two plus Two

    Look around

    Velgo

    Tal como o nome sugere, mais do que um quarteto, os Two plus Two foram a reunião de dois duos de Detroit.

    Uma dupla formada por  Wilburt Jackson e Cyril Clarke, depois de se encontrarem na Motown, onde desepenharam funções de composição. A outra resultante do encontro de Lawrence Matchett e de Terry Davis.

    Com maior ou menor notariedade, quase todos tinham experiência artística. Jackson havia fundado os Two Friends, com quem tinha editado um single, através da HPC, de Harvey Fuqua. Clark tinha um longo percurso, como membro dos grupos Doo-Wop The Majestics, The Monitors e The Four Holidays, reflectido na gravação de vários lados. E, embora sem nunca ter pisado um estúdio, Matchett tinha emprestado a sua voz aos Bonnevilles e aos King Twisters.

    Juntos gravariam apenas um sete-polegadas, 1966.

    “Look around” é o lado b desse double-sider, registado nos importantes Sound, Inc. Studios, em New Haven, a quarenta quilómetros de Detroit, prensado pela Velgo, uma das suas várias marcas, e um autêntico monstro Northern Soul.

    Uma incisiva canção uptempo, que se transformou num absoluto clássico deste militante movimento e que, sendo rara no seu formato original, foi alvo um par de reedições, entre 2010 e 2012.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 novembro 2021 – 26 novembro 2021

    Quarta-feira

    Weldon Irvine

    I love you

    RCA

    Nascido em Hampton, na Virginia, em 1943, Weldon Irvine é, para mim, um dos mais geniais e carismáticos protagonistas da moderna música Afro-Americana.

    Começou a tocar piano na adolescência e, apesar de se ter formado em Literatura, estudou também teoria musical.

    Em 65, mudou-se para Nova Iorque para deixar a sua marca no Jazz e na sua fusão com a Soul e o Funk, mas também no Hip Hop, género que, ao contrário de muitos dos seus parceiros que também foram alvo de sampling, abraçou, incentivou e ajudou a consolidar.

    Teclista, compositor e produtor de excepção, começou por ser recrutado para as bandas de Kenny Dorham e de Joe Henderson, antes de iniciar uma marcante parceria com Nina Simone, de quem foi director músical e para quem escreveu o hino “To be young, gifted and black”.

    Durante cerca de três décadas, para além de ter colaborado com nomes como Richard Groove Holmes, Charles Earland, Don Blackman, Mos Def ou Black Star, de ter fundado a Nodlew Music, através da qual manteve o control de todas as suas obras, e de ter editado dezena e meia de Lps fundamentais, entre os quais consta um trio de Dj Tools, foi mentor de projectos como Boogie Down Productions ou A Tribe Called Quest.

    A 9 de Abril de 2002, pôs termo à sua vida com um tiro na cabeça, em frente ao EAB Plaza, em Nova Iorque.

    Parte do alinhamento de “Sinbad”, longa-duração editado em 76 – “I love you” – é um dos seus muitos momentos de génio e aquele que aqui trago por ser uma das suas mais tremendas incursões pela Soul.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 novembro 2021 – 26 novembro 2021

    Quinta-feira

    The Coast to Coast Band

    Love is the same

    Multi-Sound / Athens of the North

    O jovem Mark Beiner conheceu Ben Iverson, um músico veterano de Cleveland, no Ohio, em 1976, quando ambos trabalhavam num supermecado de Queens, com o objectivo de terem um rendimento certo.

    Iverson havia começado o seu percurso artístico na década de 50, partilhado palcos com nomes como Sam Cooke, Aretha Franklin, Etta James ou Jackie Wilson, entre outros, e até editado dois singles de culto: com os Hornets, em 62, e como os Neu Dey Express, dez anos depois.

    Em 78 começaram a escrever canções juntos e pouco depois juntaram-se a Joe Crowley, Carl (Woody Wood) Morton, Jimmy Johnson,  Lou Jimenez, Eddie Byam, Jay Cohen,  Gary Pevols, Scott Burrows, Steve Becker, Neil Levine, Stan Stockley e Tom Russo, para formarem a Coast to Coast Band.

    Até 83, escreveram material que dava para dois álbuns, que tocavam frequentemente nos clubes nocturnos locais e que foram gravando no Multi-Sound Recording Studio, de Dave Weiner, acabando por editar dois singles de culto, através de uma independente com a mesma designação do estúdio.

    Já este ano, a Athens of the North reuniu os quatro lados desses sete-polegadas às suas versões instrumentais e a um par de inéditos, para lançar aquele que é o único Lp da Coast to Coast Band.

    “Love is the same” é um desses inéditos e, na minha opinião, o mais estimulante dos vários grandes temas do disco.

    Uma verdadeira obra-prima Modern Soul que não se percebe porque é que ficou arquivada quase quarenta anos.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    22 novembro 2021 – 26 novembro 2021

    Sexta-feira

    Rivage

    Strung out (on your love)

    Tempus

    Os Rivage foram um quarteto de culto, de Miami, que esteve activo na viragem dos 70 para os 80.

    O grupo dirigido por Willie L. Jackson e que tinha fortes ligações com os Mighty Ryeders, através de músicos como Lionel Harrison, Samuel Wilson III ou Samuel Solomon Jr., ou com os Raw Soul Express, via Tommy Johnson, gravaria um single e um Lp, entre 80 e 81, para a Tempus, subsidiária da mítica Sun-Glo, independente que nos deu a colecionável discografia da banda que assinou “Evil vibrations”.

    “Strung out (on your love)” é o seu sete-polegadas de estreia e o tema, que numa versão longa, fecha “Sittin’ on it”, o seu longa-duração.

    Uma maravilhosa pérola Modern Soul, ultra-rara, valiosa e disputada em ambos os seus formatos originais que, felizmente, foi recentemente recuperada pela Athens of the North, tal como aconteceu com os restantes discos desta talentosa banda.

     

    ▶️ OUVIR